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  1. Colocado por: euAdmiro-me como é que no Séc XXI, ainda há pessoas que defendem a lei da selva, a lei do mais forte...

    Se acha a liberdade contratual a lei da selva, você é que é objecto do meu espanto. Também deve então achar que não se deveria poder livremente negociar a compra de um apartamento a uma empresa, sem que o estado defendesse o comprador.
  2. Colocado por: J.FernandesIsso da predominância do poder do patronato sobre os trabalhadores numa relação laboral é um preconceito classista que teve os seus fundamentos há muitas décadas atrás.


    Vives um bocado alheado da realidade J.Fernandes... Situações de (tentativa de) abuso de poder pela entidade patronal é aos pontapés. E numa situação com excesso de oferta de mão de obra ainda mais assim o é.
    • mog
    • 29 setembro 2014
    Colocado por: J.Fernandes
    Se acha a liberdade contratual a lei da selva, você é que é objecto do meu espanto. Também deve então achar que não se deveria poder livremente negociar a compra de um apartamento a uma empresa, sem que o estado defendesse o comprador.


    Por acaso isso já acontece, não propriamente ao nível dos montantes mas das características do bem transaccionado.
  3. Colocado por: danobregaVives um bocado alheado da realidade J.Fernandes... Situações de (tentativa de) abuso de poder pela entidade patronal é aos pontapés. E numa situação com excesso de oferta de mão de obra ainda mais assim o é.

    Vocês é que vivem alheados da realidade, porque pensam que criar aumentos de salário e segurança no trabalho por decreto, não tem um custo: desemprego.
    Concordam com este comentário: two-rok
  4. Colocado por: mogPor acaso isso já acontece, não propriamente ao nível dos montantes mas das características do bem transaccionado.

    Os montantes acordados são os que são livremente negociados pelas partes, assim como as condições de denúncia do contrato, sem que a legislação favoreça o comprador, parece-me.
    • mog
    • 29 setembro 2014
    Colocado por: J.Fernandes
    Os montantes acordados são os que são livremente negociados pelas partes, assim como as condições de denúncia do contrato, sem que a legislação favoreça o comprador, parece-me.


    E parece-lhe muito bem. Contudo, concederá que só é possível acordar livremente quando o poder entre as partes é equilibrado (ou mais ou menos). Quando uma parte tem uma posição negocial muito mais forte, a outra parte não aceita em liberdade. Pode ser em termos formais, não o é na prática. Por exemplo, num negócio de compra e venda o poder do comprador está na concorrência. Quando não há concorrência, quem compra não goza de liberdade plena.
    No caso das relações laborais, a filosofia da "coisa" não é muito diferente.
  5. Colocado por: mogE parece-lhe muito bem. Contudo, concederá que só é possível acordar livremente quando o poder entre as partes é equilibrado (ou mais ou menos). Quando uma parte tem uma posição negocial muito mais forte, a outra parte não aceita em liberdade.

    Bem visto...mas senda assim ninguém pode pedir dinheiro ao banco para comprar casa!!!
  6. Colocado por: mogQuando uma parte tem uma posição negocial muito mais forte, a outra parte não aceita em liberdade.

    Dizer isso do mercado de trabalho é uma posição ideológica, apenas.


    Colocado por: mogQuando não há concorrência, quem compra não goza de liberdade plena.
    No caso das relações laborais, a filosofia da "coisa" não é muito diferente.

    Não há concorrência no mercado laboral?! Com centenas de milhares de empresas e centenas de milhares de pessoas a procurar emprego, não há outra coisa que não concorrência.
  7. Colocado por: J.FernandesVocês é que vivem alheados da realidade, porque pensam que criar aumentos de salário e segurança no trabalho por decreto, não tem um custo: desemprego.


    Eu não penso nada disso... mas a tua afirmação era generalista, não era concreta. Em concreto, tens exemplos para os dois lados. De um ponto de vista geral é óbvio que quem compra trabalho tem muito mais poder que quem vende. E exemplos da tentativa de exercer esse poder é o que não falta.
  8. Colocado por: J.FernandesNão há concorrência no mercado laboral?! Com centenas de milhares de empresas e centenas de milhares de pessoas a procurar emprego, não há outra coisa que não concorrência.


    O J.Fernandes pensa que neste momento há tanta oferta de mão de obra quanto há procura?
  9. Colocado por: danobrega

    O J.Fernandes pensa que neste momento há tanta oferta de mão de obra quanto há procura?

    Depende de a procura é de emprego ou de trabalho. Ainda hoje era titulo num jornal que se não fossem os trabalhadores estrangeiros não havia pessoal para apanhar as uvas. Eu até este fim de semana fui apanhar uvas de um amigo,em troca de uns litros de vinho no próximo ano. Se tivessem que pagar para as apanhar não aparecia ninguém.
    Concordam com este comentário: two-rok

  10. Eu até este fim de semana fui apanhar uvas de um amigo,em troca de uns litros de vinho no próximo ano. Se tivessem que pagar para as apanhar não aparecia ninguém.


    Quer ver que apareciam se oferecessem uns litros de vinho do próximo ano, como a si?
    Nem toda a gente é amiga/conhecida de quem tenha vinhas.. se alguém quer que um estranho venha colher as suas uvas, pague!
    Por acaso já tentei abrir o link do JN, mas no meu PC não abre :(
    Queria ver qual o motivo que alegam não aparecer ninguém para trabalhar.

    Sem ver a reportagem, quase que aposto que é porque oferecem ai uns 2€ à hora para se andar a apanhar a uva.
  11. Colocado por: danobregaDe um ponto de vista geral é óbvio que quem compra trabalho tem muito mais poder que quem vende.

    Não é nada óbvio. Depende da razão entre a oferta e a procura de cada momento. Numa altura de escassez de mão-de-obra, os trabalhadores terão uma posição negocial mais forte do que os empregadores - são as contingências de mercado, que a legislação e regulamentação só agrava, como se pode constatar.
  12. Colocado por: danobregaO J.Fernandes pensa que neste momento há tanta oferta de mão de obra quanto há procura?

    As variações da razão oferta/procura ao longo do tempo são características de qualquer mercado, incluíndo naturalmente o mercado laboral, isso não significa falta de concorrência.
    • mog
    • 29 setembro 2014
    Colocado por: J.Fernandes
    Dizer isso do mercado de trabalho é uma posição ideológica, apenas.



    Não há concorrência no mercado laboral?! Com centenas de milhares de empresas e centenas de milhares de pessoas a procurar emprego, não há outra coisa que não concorrência.


    A concorrência no mercado laboral não se mede apenas pelo n.º de empresas e de trabalhadores. Num cenário de cerca de 14% de desempregados e em que muitos dos actualmente empregados sentem que a sua posição é frágil, parece-me claro que há um claro desequilíbrio de forças (de uma forma global, pois claro). Ou seja, o poder negocial do (candidato a) trabalhador é inferior ao do (candidato a) empregador.
    Concordam com este comentário: eu
    • mog
    • 29 setembro 2014
    Colocado por: Picareta
    Bem visto...mas senda assim ninguém pode pedir dinheiro ao banco para comprar casa!!!


    Obviamente que neste momento o potencial cliente tem um poder negocial baixo; se calhar, no passado, quando "qualquer um" conseguia um empréstimo em condições apetecíveis eram os bancos que tinham de "baixar as calças" para arranjar um cliente.

    No entanto, note que, ao contrário do trabalhador, o cliente bancário tem uma alternativa (não é a mesma coisa, mas é uma alternativa): o arrendamento. Ou seja, na prática goza de uma liberdade que não teria caso não houvesse casas no mercado de arrendamento.
    • mog
    • 29 setembro 2014

    Depende de a procura é de emprego ou de trabalho.


    Tenho para mim que esse é o argumento habitual de quem quer pagar tostões em troca de trabalho árduo. Mas posso estar enganado, até porque certamente haverá boas exemplos em contrário.
    Concordam com este comentário: eu, treker666
    • mog
    • 29 setembro 2014
    Colocado por: J.Fernandes
    Não é nada óbvio. Depende da razão entre a oferta e a procura de cada momento. Numa altura de escassez de mão-de-obra, os trabalhadores terão uma posição negocial mais forte do que os empregadores - são as contingências de mercado, que a legislação e regulamentação só agrava, como se pode constatar.


    Concordo com a primeira parte do seu comentário: são, obviamente, contingências mercado. Contudo, penso que a legislação laboral (e particularmente a figura do SMN) servem exactamente para proteger as partes de situações extremas em resultado das contingências de mercado. Exemplo: num contexto em que há falta de mão de obra, é fácil antecipar a saída, por sua vontade, de um trabalhador de uma dada empresa. O que faz o Estado para proteger as empresas: obriga os trabalhadores a um determinado aviso prévio (tal como acontece quando é ao contrário).
  13. Isto tudo é uma parvoíce. Mesmo em situações de emprego pleno o empregador tem muito mais poder que o trabalhador. E se fosse sem legislação, era bonito. Um dia não ia com a cara de um trabalhador e adeus, vai trabalhar para outro lado. Um trabalhador não pode fazer o contrário. Mandar o empregador ser dono de uma empresa para outro lado. É óbvio que existe uma relação desequilibrada de força. Este é o caso normal, não é a excepção. É normal que assim seja...

    Pensar que o trabalhador não é afectado por tal coisa é ser-se muito inocente. Uma pessoa constrói parte da sua vida baseada em expectativas do futuro. Ter de trocar de emprego de um dia para o outro tem consequências negativas a curto prazo para qualquer um.

    A completa desregulação do mercado de trabalho só tem uma consequência, uma corrida para o fundo. A pressão do mercado para baixar os preços do serviço/produto (nem é do patrão, é do mercado) iria criar uma bola de neve de degradação das condições de trabalho. Para conseguir combater este efeito só fazendo-o de forma colectiva.
    Concordam com este comentário: eu, treker666
    Estas pessoas agradeceram este comentário: eu
    • eu
    • 29 setembro 2014
    danobrega, estarei a ver uma evolução da sua opinião ?
 
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