Colocado por: NeonPerdoem a minha intervenção mas já me ando a passar com esta historia do percurso acessível.
Verifico que se têm generalizado a ideia de que ou se faz uma wc + cozinha + quarto no R/c ou falhando um destes já a escada tem que levar com os meios de elevação mecânica; Uma vez que a rampa para vencer o desnível de pisos é para esquecer.
Mas o que é isto....?
Muitos apontam como ferramenta base o "manual", ou o "blog" sobre acessibilidades do ilustre Arq. Pedro Gouveia, que segundo parece é uma sumidade sobre esta matéria (e ainda bem).
Com o devido respeito pelo trabalho desenvolvido por este técnico...coloco a questão... será que não andamos todos tipo carneirada atrás de uma ideologia talhada por uma pessoa cuja sensibilidade para a questão das pessoas com incapacidades de locomoção se possa encontrar demasiado estremada?
Já agora, não terá este Sr. de alguma forma envolvido com a filosofia do D.L. 163/06, tipo...ser o pai da criança? :)
Será que nos esquecemos de pensar e contrapor?
Nós não sabemos o que nos acontece amanha, qualquer um de nós pode adquirir algum grau de incapacidade...aliás essa é a regra à medida que envelhecemos. Por isso considero de extrema importância esta legislação, considero de extrema importância que se acabe com o egoísmo de ignorar quem se encontra mais desprotegido. Mas atenção, isto não significa que se passe do oito, e já não digo para o oitenta mas sim para o oitocentos.
Para mim faz o que faz sentido é que a escada possa comportar uma equipamento de elevação mecânica (caso se verifique que venha a ser preciso) e não me venham com a treta que a com a ausência do equipamento o percurso já não é acessível.
Imaginemos que vamos comprar uma moradia...è uma mais valia ter todo esse equipamento mas qual seria primeira coisa que faríamos?
Eu, era desmontar o equipamento, pois tenho uma filha pequena e ng me convence que esse equipamento poderá ser objecto de tentativa de aventuras mal sucedidas
outros fariam o mesmo provavelmente por questões de estética, outros de funcionalidade, outros por razões psicológicas.
Outra coisa, as pessoa com mobilidade reduzida não são só paraplégico e tetraplégicos, idosos com artrite/reumatismo ou os invisuais.
Epa para mim os equipamentos mecânicos colcoados na escada de uma moradia, são um obstáculo e uma dificuldade para um amblíope que la resida...porque è que ele tem que estar sujeito a esta inconveniência? Será que estou assim tão errado?
E em questões de segurança e funcionalidade, um equipamento de elevação para levar uma cadeira de rodas será o mesmo que o equipamento para levar um idoso com reumatismo? Então e qual é que escolhemos? a cadeirinha ou a plataforma? E depois como sabemos que acertamos?
E depois hoje em dia também já há sistemas moveis que se ligam a uma cadeira de rodas que permitem com a ajuda de outra pessoa subir escadas!
Agora voltando à tal moradia que eu comprei (quem me dera), onde tive de pagar o equipamento de elevação (sim porque ninguém mo vai dar de borla).
Vamos então supor que por uma infelicidade, daqui a 20 anos passo a necessitar de usar o tal equipamento de elevação...e olho para a publicidade e vejo que o meu equipamento que ali esteve a apanhar pó durante 20 anos, é agora obsoleto e até nem se adapta às características das cadeiras de rodas futuristicas :) acabando eu por ter de adquirir novo equipamento.
Se calhar alguns de vocês neste momento devem-me estar a odiar...mas pessoalmente e do fundo do meu coração, considero um abuso e um crime esta filosofia que se esta a criar; Acho que seria até de averiguar se não interesse económicos por trás de tudo isto. Sim pk para mim isto é mexer no bolso do pobre pagante.
Já agora...outra reflexão... se subirmos um piso num prédio de 2 pisos que não acomoda a possibilidade de instalação de equipamentos mecânicos.
O piso que vamos criar terá que respeitar a legislação actual...logo a lei das acessibilidades...então e como é vamos pensar num paraplégico...adaptamos o apartamentozito às acessibilidades e depois o residente não sai de casa?
Quem me diz?
Epa, desculpem lá estes desabafos...mas isto mexe mesmo comigo
abraços a todos
do NeonEstas pessoas agradeceram este comentário:Jonh
Colocado por: j_r_m_cOlá
ando a ver uns terrenos para comprar e a maioria são com 90 a 95 m2 por piso,
para fazer com 3 quartos no 1º andar.
a minha dúvida é ,tenho de criar um quarto no r/c?? como posso criar um quarto em tão pouco espaço?
se for criar espaço junto à escada para de futuro instalar uma plataforma elevatória, acho muito bem, ninguem adivinha o futuro.
Será para a câmara de Matosinhos
Colocado por: alvVivam!
Vou ainda mais longe!
Três exemplos:
1- Uma casa térrea que tenha várias varandas. Ora segundo o Reg. para PMC, teria de não haver denível entre as varandas e o interior. Na vossa casa aceitariam ter as varandas à mesma cota do interior? Quando chuvesse, a quem é que iam pedir responsabilidades por poder haver água dentro de casa?
2- Uma vivenda tipica Portuguesa no interior, com R/C destinado a garagem e habitação no 1º andar. Há tantas por aí, ou nos centros das urbes em que o comércio é no R/C e existe um andar habitável por cima. Vamos criar para um andar meios mecânicos de elevação logo à partida?. Imaginem nos centros históricos com casas com 5 e 6 metros de largura em que o R/C é comércio e o resto é serviços.
3- Este real, passado à poucas semanas numa CM: Numa reconstrução, numa aldeia rural, numa casa que dava directamente para a rua, a entrada da casa foi ficando cada vez mais baixa em relação à estrada com os sucessivos tapetes betuminosos que foram sendo colocados ao longo dos anos e o DO pôs-me como condicionante na reconstrução que a nova casa tivesse pelo menos dois degraus acima da cota actual do pavimento da estrada porque estava farto das sucessivas inundações em dias de chuva. Espanto meu, o projecto veio chumbado porque não cumpria o percurso acessivel entre a "entrada do lote" e o "interior de habitação" onde existia o percurso acessível, isto porque algumas CM entendem, com base no sitio disponivel na net que o percurso acessivel é entre a entrada do lote e o interior das habitações. Eu entendo que percurso acessível só é obrigatório no interior da habitação e só nas divisões obrigatórias (WC, cozinha e quarto), senão lá deixariamos de ter casa com desníveis no interior!!!
Respondi que sim senhor, que baixaria a cota do pavimento para a que me exigiam desde que assumissem a responsabilidade pelos danos causados pelas possíveis inundações. Resposta: aprovamos o projecto nas condições e termos inicialmente propostos! Haja bom senso!!!!
Concordo plenamente que as casa têm de estar preparadas para serem adaptadas para PMC. Neste momento estou com uma roptura de ligamentos e tenho um familiar directo acamado à três anos, pelo que sei na pele do que falo, mas deixar tudo de raiz, não deixar os degraus sanitários entre as varandas ou rua ou estrada e as habitações, É FUNDAMENTALISMO!!!!
"Fassam" parte.