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  1.  # 381

    Colocado por: rjmsilvaO que eles não dizem é quanto ganhavam no Ultramar.
    Eu posso dizer quanto ganhava em 74/75 ganhava 1500 escudos. 1º cabo de transmissões. A guerra do Ultramar foi boa para os oficiais do quadro, Esses sim, ganharam com a guerra. Pena dos que por lá morreram e que o País esqueceu!.
  2.  # 382

    Onde esteve?
  3.  # 383

    Colocado por: rjmsilvaOnde esteve?
    São Tomé e Príncipe. Posso dizer que fui um privilegiado nisso. A guerra ali não chegou....
    Estas pessoas agradeceram este comentário: rjmsilva
  4.  # 384

    Os que foram para zonas de intervenção ganhavam mais. Você só apanhava banhos de sol na praia PM.
  5.  # 385

    Em Angola e Guiné era mais complicado.
  6.  # 386

    Colocado por: A. MadeiraEu posso dizer quanto ganhava em 74/75 ganhava 1500 escudos. 1º cabo de transmissões. A guerra do Ultramar foi boa para os oficiais do quadro, Esses sim, ganharam com a guerra. Pena dos que por lá morreram e que o País esqueceu!.

    Os militares em comissão ganhavam em função do local onde estavam. As zonas estavam classificadas em função da perigosidade.
    Havia zonas a 25%, 50% ou 100%. e os vencimentos eram indexados a essas taxas. O problema é que o valor era pago em moeda local que ao transferir para o escudo da metrópole o valor era mais baixo. Mas a cerveja era muito barata...
    Eu em Angola ganhei a 100% e depois quando me reformei contaram o tempo a dobrar. E ainda me pagam 75€ por ano o que me permite ter uma vida "desafogada".
  7.  # 387

    Colocado por: CarvaiOs militares em comissão ganhavam em função do local onde estavam. As zonas estavam classificadas em função da perigosidade.
    Havia zonas a 25%, 50% ou 100%. e os vencimentos eram indexados a essas taxas. O problema é que o valor era pago em moeda local que ao transferir para o escudo da metrópole o valor era mais baixo. Mas a cerveja era muito barata...
    Eu em Angola ganhei a 100% e depois quando me reformei contaram o tempo a dobrar. E ainda me pagam 75€ por ano o que me permite ter uma vida "desafogada"
    Esteve mesmo na zona de guerra? tive lá um irmão em Nambuangongo. Aí era mesmo guerra!! Felizmente tive sorte, mas de qualquer forma a guerra acabou logo que embarquei.
  8.  # 388

    Colocado por: RCF
    Afinal, o que é ser militar...?
    Será que, sempre que considerarem que "a segurança do pessoal e do material estiver seriamente comprometida" se vão recusar a cumprir ordens...?


    Pra tudo há um limite do aceitável.

    Tal como os próprios marinheiros o disseram, se a missão que lhes foi atribuída fosse a de o salvamento de uma vida (ou seja, crítica), eles teriam embarcado. Não era. Era mais uma missão praticamente de rotina (navios passam perto da nossa costa com muita frequência) que o Cmdt, tal como a maior parte dos Cmdts, se recusa a recusar, mesmo sabendo que a sua embarcação não tinha condições de segurança pra o fazer.

    Sim, porque o Cmdt poderia perfeitamente tê-lo feito, sem ser insubordinado. Aliás, faz parte do dever dele o fazer. Poderia ter dito à sua cadeia de comando que não possui meios materiais em condições para cumprir com a tarefa que lhe foi atribuída. E ai partiria da cadeia de comando, com essa informação em mente, analisar se a missão era tão crítica ao ponto de colocar o navio e os homens em risco. Isso é dever de tutela. DEVER.

    Mas não, nenhum Cmdt diz que não a uma missão porque como se costuma dizer no meio militar "tarefa dada é tarefa cumprida". Doa a quem doer, ignore as regras que precisar ignorar. É uma questão de ego dos oficiais. Ninguém quer "dar parte fraca" e ser aquele gajo que disse "não" a um General/Almirante. Todos querem encher o peito e dizer que todas as missões que lhe foram atribuídas foram cumpridas.

    Neste caso pelo menos o Cmdt estava a bordo do navio, mas na maior parte dos casos (principalmente na Força Aerea e Exército) um dos grandes problema é que invariavelmente essas ordens são cumpridas não com os sacrifícios dos próprios, mas sim dos seus subordinados.
    É fácil mandar os outros fuderem-se quando eu estou bem, no conforto do meu gabinete com AC e cadeira reclinável e já estou quase a ir pra casa.

    O pessoal esquece-se (ou não sabe) que na tropa, a menos que a ordem dada seja crime, o militar é obrigado a cumpri-la. Em tempos de guerra ainda consigo compreender o extremo dessa regra, mas em tempo de paz, isto gera com cada estupidez que o pessoal não tem noção mesmo.

    Vou dar um exemplo ridículo, mas acreditem, absurdos deste género acontecem em pleno século XXI na Instituição.

    Um oficial lembra-se que quer mandar uma parede abaixo (não importa o porque). Manda um zé praça qualquer espetar cabeçadas na parede até ela cair. E o cristo tem a obrigação de a cumprir essa ordem de ****! Porque afinal de contas mandar cabeçadas na parede não constitui crime, portanto siga!

    É necessário mandar cabeçadas à parede? Não.
    Mandar cabeçadas à parede vai mandá-la abaixo? Provavelmente não.
    Alguém vai se magoar a mandar cabeçadas à parede? Sim, o zé praça, mas ele que se lixe.
    Existem maneiras mais eficazes, em que ninguém se magoaria, de fazer o mesmo trabalho? Sim, mas eles têm de me obedecer, portanto que se ****. Não tou pra ter o trabalho de arranjar outra forma de fazer isto.

    Ultrapassa tudo o que é compreensível e aceitável. A sociedade mudou. Não estamos em 1960 em que a maior parte das praças vinha pra tropa sem saber ler nem escrever. Toda a gente tem minimamente um cérebro e não está pra cumprir ordens parvas e desajustadas.

    Isto é tudo muito bonito, mas partindo do pressuposto que pelo menos 50% dos 13 que se recusaram a embarcar têm filhos e estão a pagar casa (como a maior parte dos portugueses na idade deles), se o navio tivesse afundado e eles tivessem morrido, a família ficava sem nada.

    Sim, porque nenhum seguro de CH cobre morte por atividades militares. Ah pois é. Se tiverem curiosidade eu não quiserem acreditar, peguem nas vossas apólices e vão ler as exclusões.
    Os militares que têm CH pagam todos por um seguro de vida que não os cobre na atividade profissional. E não, não é preciso ir pra guerra pra que os seguros tirem o rabinho à seringa. Basta qualquer atividade em Território Nacional (tipo aquele exercício em Santa Margarida há umas 2 semanas atrás em que morreu um Sargento, vítima de rebentamento, salvo erro), que os seguros excluem-se logo.

    Se tivesse acontecido o pior, isto era o resumo grotesco do que a tropa basicamente iria "dizer" às famílias (obviamente não por estas palavras, mas a mensagem é esta): "olhem, o vosso pai morreu numa missão. Temos muita pena, mas vão ter de se desenrrascar pra pagar a vossa casa e por comida no prato que eu não quero saber. A tropa não vai pagar nada porque não tem obrigação de pagar nada. Eh pah, não falem muito mal de nós na Comunicação Social porque fica mal pra alguns Generais. Não adianta reclamar que ninguém vai fazer nada. Bye bye."

    E depois disto tudo temos a ridicularidade que está a ser o processo disciplinar e criminal que está a decorrer.

    Portanto, resumo:
    -- guarnição se recusa a embarcar no navio por falta de condições de segurança/avarias mecânicas da embarcação
    -- Armada abre processo contra eles. Para além do processo disciplinar, corre também um processo criminal.
    -- guarnição contrata advogados pra se defenderem.

    Ora, num processo de justiça, presume-se que haja a comprovação dos factos. Que sejam ouvidas as duas partes e que se chegue a uma conclusão. Que haja o mínimo de neutralidade das partes que julgam o processo.

    Ora, a Armada, que se vê também envolvida no processo - pois é "acusada" de não manter o navio em condição de navegação - essa mesma Armada é quem vai conduzir a inspeção pra determinar se o navio estava em condições ou não!!!!!

    Em que país isto acontece? É quase como processar um engenheiro por ter lhe construído mal a casa e quem é que vai passar inspeção à casa para ver se ela foi mal construída? Ora, o próprio engenheiro que estou a processar, pois claro!!!

    Para haver alguma seriedade nisto, teria de ser uma entidade exterior a avaliar a navegabilidade da embarcação. A Armada nunca vai se acusar e dizer "pois, realmente os marinheiros tinham razão. O navio tá todo ****."

    O navio estava tão bem que desde que se passou isto tudo ainda não saiu do porto. E anda a sofrer reparações quase que à socapa pra dizer que "afinal os marinheiros foram exagerados. Estava tudo bem!!!"

    Praticamente todos os meios de prova foram destruídos. Desde quando poderiam ter autorizado reparações sem antes se recolher provas? Isto contado, parece que se passou na Rússia do Putin! É incrível!

    O CEMA (Gouveia e Melo) nunca poderia ter fritado os marinheiros basicamente em praça pública da forma como o fez, sem ter primeiro apurado os factos. Fê-lo pra preservar a imagem política dele. Ele basicamente deu a sentença antes de haver julgamento.
    Gostaria de ver o CEMA a fritar o Cmdt do navio publicamente e a dizer que ele foi um irresponsável e não comunicou que não tinha condições de ter cumprido a missão que lhe foi dada. Nunca o vai fazer, pois bem ou mal, os oficiais protegem-se uns aos outros.

    E depois temos toda a gente a querer fazer juízos de valor sobre os marinheiros, a perguntar se eles tiveram bem ou não, mas parece que ninguém pergunta: mas afinal o navio estava em condições ou não?


    Militar não é carne pra canhão. Não são lixo que se possa utilizar da forma como se apetece pra ficar bem na foto. São cidadãos com famílias, com pessoas que os amam e dependem deles muitas vezes, que querem, como todos, fazer o melhor que podem.
    Concordam com este comentário: treker666
    • 4por1
    • 26 março 2023 editado

     # 389

    Mas aparentemente , a outra metade da tripulação achava que dava para executar a missão...
    Ser militar é uma profissão de risco...a comprová-lo está o facto de o proprio seguro do CH não abranger possiveis problemas.
    Qualquer pessoa sabe que quando vai para uma profissão de risco ....existem riscos.
    Querer ser militar só quando não há nada que ponha a vida em risco , tambem não acho honesto.
    Julgo que a vida de militar não se pode comparar a outra actividade qualquer.
    Já agora a seguir um policia pode recusar uma missão (de perseguição ou outra qualquer , porque o motor do carro está babado de oleo)
  9.  # 390

    Colocado por: 4por1Mas aparentemente , a outra metade da tripulação achava que dava para executar a missão...


    Pois, resta saber se acreditavam que o navio estava bom o suficiente para ir pro mar, ou tinham medo das represálias que pudessem ter se se tivessem recusado a embarcar.

    E vendo o que está a acontecer com os 13 que não embarcaram, não os culpo.
    Concordam com este comentário: treker666
  10.  # 391

    Colocado por: Tyrandetinham medo das represálias

    E o Tyrande tem a certeza disto? ou é só uma suposição?
  11.  # 392

    Colocado por: 4por1
    E o Tyrande tem a certeza disto? ou é só uma suposição?


    Certeza.
    Concordam com este comentário: treker666
  12.  # 393

    E porque é que essa metade ainda não veio a publico falar ?
    •  
      Tyrande
    • 26 março 2023 editado

     # 394

    Colocado por: 4por1E porque é que essa metade ainda não veio a publico falar ?


    Porque não podem!!!!!

    Militares não se podem pronunciar publicamente. (Quem o faz é a repartição de relações publicas. Em nome da Armada, não em nome dos militares individualmente, já agora.)
    Eles só poderão se pronunciar quando forem ouvidos no âmbito do processo que está a decorrer.

    O que ainda não aconteceu, já agora.
  13.  # 395

    Mas o Militar Gouveia e Melo pronunciou se publicamente.
  14.  # 396

    Colocado por: 4por1Mas o Militar Gouveia e Melo pronunciou se publicamente.


    Ele é o CEMA...ele pode ;)

    Quando digo os militares, digo-o no sentido lato. Mas sim, percebo a sua observação. ;)

    Há uma pequena lista de entidades que se podem pronunciar (com ressalvas).

    CEMA/CEME/CEMFA e CEMGFA podem dar entrevistas, por exemplo. Mas normalmente não se pronunciam, fazem-no pela Repartição de Relações Públicas.

    Eu não posso falar em público, a não ser que esteja expressamente autorizada pelo Chefe do meu ramo (entenda-se, o dito CEME/CEMA/CEMFA).

    Aliás, isso está escrito. Posso procurar o artigo e publicar aqui, uma vez que o regulamento não é confidencial.
  15.  # 397

    Falta-me encontrar alguns outros trechos de legislação que abordavam a questão do pronunciamento público, mas para já fica aqui alguns trechos do RDM (Regulamento de Disciplina Militar), que pode ser consultado em:

    https://www.defesa.gov.pt/pt/defesa/organizacao/sc/pjm/apjm/legislacao/Documents/RDM.pdf

    Artigo 21.º

    Dever de sigilo

    O dever de sigilo consiste em guardar segredo rela-
    tivamente a factos e matérias de que o militar tenha ou
    tenha tido conhecimento, em virtude do exercício das suas
    funções, e que não devam ser revelados, nomeadamente
    os referentes ao dispositivo, à capacidade militar, ao equi-
    pamento e à actividade operacional das Forças Armadas,
    bem como, os elementos constantes de centros de dados
    e demais registos sobre o pessoal que não devam ser do
    conhecimento público.

    Artigo 16.º
    Dever de lealdade
    1 — O dever de lealdade consiste em guardar e fazer
    guardar a Constituição e demais leis e no desempenho
    de funções em subordinação aos objectivos de serviço
    na perspectiva da prossecução das missões das Forças
    Armadas.
    2 — Em cumprimento do dever de lealdade incumbe
    ao militar, designadamente:
    a) Não manifestar de viva voz, por escrito ou por
    qualquer outro meio, ideias contrárias à Constituição ou
    ofensivas dos órgãos de soberania e respectivos titulares,
    das instituições militares e dos militares em geral ou, por
    qualquer modo, prejudiciais à boa execução do serviço ou
    à disciplina das Forças Armadas;
    b) Respeitar e agir com franqueza e sinceridade para
    com os militares de posto superior, subordinados ou de hie-
    rarquia igual ou inferior, tanto no serviço como fora dele;
    c) Informar com verdade o superior hierárquico acerca
    de qualquer assunto de serviço;
    d) Não tomar parte em manifestações colectivas aten-
    tatórias da disciplina, entendendo-se como tais as que
    ponham em risco a coesão e disciplina das Forças Armadas,
    nem promover ou autorizar iguais manifestações;
    e) Não se servir, sem para isso estar autorizado, dos
    meios de comunicação social ou de outros meios de difusão
    para tratar assunto de serviço ou para responder a aprecia-
    ções feitas a serviço de que esteja incumbido, caso em que
    deve participar o sucedido às autoridades competentes;

    f) Informar previamente o superior hierárquico quando
    apresente queixa contra este.
  16.  # 398

    Colocado por: 4por1E porque é que essa metade ainda não veio a publico falar ?


    Claramente por receio de represálias. Acontece todos os dias no meio laboral civil, acha que no meio militar é muito mais sereno? Pelo contrário, muito pelo contrário.

    Felizmente o MP decidiu tomar conta do processo, e os militares que na altura não se manifestaram vão acabar por corroborar as condições do navio ou acabam eles por ser processados por falsas declarações. Acha que algum vai ficar calado perante inquérito do MP? Claro que não. Acabam sempre por dizer muito mais.

    Quem acha que os militares devem dar a vida por ordens miseráveis deveriam ser os primeiros a alistar-se. EM caso de guerra haverá ordens que não se compreendem mas devem ser cumprias. Em caso de paz, haver militares a perder a vida por falta de condições é puramente inadmissível.

    Louvo a atitude daqueles militares pois esses sim, mostraram que são fortes e alguém em quem confiar!
  17.  # 399

    É preciso uma coragem brutal para fazer o que eles fizeram.
    Dito isto, deram cabo da carreira.
  18.  # 400

    Esse pessoal enganou-se quando se alistou, devia ter-se oferecido para navios de cruzeiro.
    Porque como todos sabemos a Marinha Portuguesa tem perdido centenas de marinheiros em navios afundados.
    E os Paraquedistas devem recusar-se a saltar de aviões, aquilo é muito perigoso (a filha do Serrano p.ex.). Basta fazer uns deslizamentos na torre francesa e prontes, está cumprida a missão.
    Concordam com este comentário: HAL_9000
 
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