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  1.  # 1

    Colocado por: Carvai"O batalhão aerotransportado de Marys Poppins

    O guarda-chuva integra agora o fardamento da Força Aérea. A seguir será o lenço de seda. Quantas vezes, durante um bombardeamento, não há uma donzela atormentada a precisar de enxugar uma lágrima."
    in Observador


    Eu sabia que o pessoal da FAP mais tarde ou mais cedo ia ter chapéus de chuva. Porquê? Porque a Força Aérea Norte-Americana também usam.

    7.3.7. Umbrella. Umbrellas will be plain, solid colored black and carried in the left hand
  2.  # 2

    Vídeo - 8 meses de missão ao serviço da paz na República Centro-Africana…

    Regressam amanhã a casa, após cerca de 8 meses de missão, os militares, do Exército e da Força Aérea Portuguesa, que compõem a 7ª Força Nacional Destacada na Missão de Paz das Nações Unidas na República Centro-Africana.

    Esta força é, maioritariamente, composta por tropas especiais Paraquedistas do Exército Português, integrando ainda militares de outras unidades do Exército e Controladores Aéreos Avançados da Força Aérea.

    Boa viagem de regresso a Portugal e às vossas famílias!


    https://www.facebook.com/emgfa/videos/2867387550161548/
  3.  # 3

    SE-3160 ALOUETTE III

    Hoje foi dia de fortes emoções, o nosso ZINGARELHO o nosso MENINO resta no seu pedestal no Museu do Combatente no Forte do Bom Sucesso.
    Com a Torre de Belém à sua direita e a foz do rio Tejo á esquerda , tendo na sua frente o Monumento aos mortos da guerra do Ultramar com um número trágico de vítimas deste conflito, e que esta máquina voadora na sua acção de evacuação e resgate tantas vidas salvou .
    Este evento foi o culminar de boas vontades, e o empenho e perseverança do nosso camarada e amigo Jorge Ferraz para que este companheiro de tantos momentos e aventuras que tanto representa para todos que compartilharam da sua existência, ficasse em museu, uma vez que nenhum com muita pena nossa restou com condições de operacionalidade.
    Um muito obrigado ás equipas de Técnicos Especialistas da F.A.P. que participaram em toda a operação de logística, de transporte desde a B.A.-11 Beja até á instalação no seu local de repouso.
    Á equipa de Beja que o transportou até Alverca, á equipa de Alverca pelo transporte até Belém, á equipa do Museu do Ar de Sintra B.A.-1 e de Monte Real B.A.-5 pela manobra de colocação no pedestal.
    Por fim um agradecimento em particular ao Sargento Mor Alcides Jesus e sua equipa de Técnicos Especialistas que em Beja foram responsáveis pela recuperação da aeronave ALOUETTE III-9304 e pelo trabalho excelente deixando o Héli num estado de apresentação aos visitantes que diria mesmo : estar apto a descolar e a voltar a cruzar os céus com o seu som inconfundível.
    Obrigado a todos.














    Fonte: Francisco Serrano
  4.  # 4

    Caveirinha explica assalto a Tancos: "Cortou-se a rede. Foi entrar, começar a pegar nas caixas que estavam à mão e ir embora"

    https://observador.pt/2020/11/09/caveirinha-conta-como-fez-assalto-a-tancos-cortou-se-a-rede-foi-entrar-comecar-a-pegar-nas-caixas-que-estavam-a-mao-e-ir-embora/

    Agora só para gozar o panorama...

    Em Junho de 2017 ocorre um assalto aos paióis do Fort Huachuca, uma base militar no estado do Arizona. Os ladrões levam armas e munições, num roubo patético de tão fácil que foi. As armas acabam por ser encontradas, numa conspiração obscura encoberta pelo Secretário da Defesa. Apesar de tudo, Trump continua a apoiá-lo e a negar que tenha havido qualquer comportamento impróprio, chegando mesmo a ironizar sobre a acusação judicial que entretanto lhe é movida
  5.  # 5

    Quadro de praças adiado. Governo finta Exército e Força Aérea e pede um terceiro estudo

    O ministério da Defesa pediu ao EMGFA que avalie os estudos do Exército e da Força Aérea para a criação de um quadro permanente de Praças nestes Ramos. O PSD diz que é uma "manobra dilatória para adiar a decisão"

    A tão aguardada decisão para criar um quadro permanente de praças no Exército e na Força Aérea já não vai ser este ano, apesar destes Ramos terem apresentado os seus estudos de viabilidade, dentro dos prazos exigidos pelo Governo.

    Esta é uma das medidas consideradas decisivas para atrair e reter jovens, de acordo com o Plano para a Profissionalização da Carreira Militar do ministério da Defesa Nacional (MDN), aprovado em abril de 2019, que indicava o 2º semestre de 2020 como data para a conclusão destes estudos.

    Um despacho da secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, a que o DN teve acesso, determina agora que o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) faça uma "apreciação" dos estudos que o Exército e a Força Aérea tinham desenvolvido "de forma a acautelar os mecanismos de complementaridade entre os vários regimes de prestação de serviços, assim como o equilíbrio do processo de revisão estatutária que lhe está inerente".

    A governante, Catarina Sarmento e Castro estipula que este novo estudo sobre os estudos lhe seja submetido até 15 de janeiro de 2021 "com os contributos considerados relevantes relativamente a esta matéria".

    Contactado pelo DN, para aprofundar os objetivos deste despacho e facultar informações sobre as conclusões dos trabalhos dos Ramos, o Gabinete do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho confirmou o conteúdo do despacho da Secretária de Estado, mas negou partilhar dados sobre os estudos do Exército e da Força Aérea alegando que eram "classificados".

    Críticas ao conteúdo e à forma

    O despacho de Catarina Sarmento e Castro surpreendeu tudo e todos, não só pelo conteúdo, como também pela forma. Pelo conteúdo, desagradou principalmente aos Chefes do Exército e da Força Aérea. O Chefe de Estado-Maior do Exército, General Nunes Fonseca, porque apresentou o seu estudo de viabilidade, com respetivos impactos, ao MDN (numa conferência específica) logo em fevereiro de 2020 e, Segundo fontes militares ouvidas pelo DN, pretendia criar as condições para arrancar com este quadro permanente já em 2021.

    Na verdade, o Exército é o Ramo que mais tem sofrido sangria de quadros, com um défice de cerca de 4000 praças e esta era uma das medidas urgentes e importantes para estancar as saídas.

    Por seu lado, o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, Joaquim Borrego, que entregou o seu estudo em julho último, previa contar, quanto antes, com cerca de 1600 praças num novo quadro permanente.

    Pela forma, este despacho causou estranheza na hierarquia e indignação nos setores militares. O analista de assuntos de Defesa Major-general Carlos Branco, frisa que "só mesmo quem não conhece a máquina militar faria uma coisa destas: esta é uma questão para os Ramos tratarem diretamente com o ministro, o EMGFA não tem qualquer competência nesta matéria de gestão de efetivo. O destinatário está errado. Os chefes dos Ramos só despacham com o ministro e a secretária de Estado não se relaciona desta forma com o EMGFA".

    Na delegação de competências que lhe foi atribuída, consultada pelo DN, Catarina Sarmento e Castro só tem poder para dar diretivas diretas à Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, à Cruz Vermelha Portuguesa e à Liga dos Combatentes, o que levanta também dúvidas jurídicas sobre a legalidade do despacho.

    A crítica a este despacho, quer quanto ao conteúdo, quer quanto à forma, também surge forte por parte do PSD. "Certamente a secretária de Estado desconhece as regras da hierarquia militar e terá de estudar as leis que regulam estas matérias de Defesa Nacional. Esta não é uma matéria do da competência do EMGFA", sublinha a deputada Ana Miguel dos Santos, que integra a Comissão de Defesa Nacional.

    Manobra dilatória

    Quanto à decisão de pedir um terceiro estudo, a deputada social-democrata não hesita em classificar a mesma como "uma clara manobra dilatória de quem não quer resolver problemas".

    Ana Miguel Santos sublinha que este despacho tem como objetivo "atrasar ainda mais a resolução de um problema estrutural, que já está estudado há muito tempo e todos sabem que é uma das medidas importantes para combater a crónica falta de efetivo nas Forças Armadas".

    Recorda que "em recente entrevista ao DN, o próprio Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) defendeu esse quadro permanente de praças, como medida prioritária para recrutar e reter os jovens na carreira militar".


    DEFESA NACIONAL

    Generais alertam Marcelo para "pré-falência" das Forças Armadas
    De acordo com os dados mais recentes da Direção-Geral da Administração e Emprego Público, reproduzidos no site da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA), de dezembro de 2011 a junho de 2020, as Forças Armadas perderam 27,8% do seu efetivo - um valor sem igual nas forças de segurança, como a GNR e a PSP.

    Num balanço feito pelo DN, no ano passado, saíram das Forças Armadas 15 111 militares, entre 2014 e 2018, que estavam em regime de contrato ou de voluntariado, cálculos feitos com números oficiais facultados na altura pelo Gabinete do ministro da Defesa Nacional.

    Efetivo a aumentar

    No entanto, conforme frisou em entrevista ao DN, o Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), Almirante Silva Ribeiro, em 2020 essa sangria "foi estancada".

    Até setembro último, as Forças Armadas contavam com 25 323 militares - mais 1372 que em 2019

    De acordo com números oficiais sobre a evolução de efetivos, até setembro último, as Forças Armadas contavam com 25 323 militares (mais 1372 que em 2019). O Exército teve a maior subida (mais 1659, atingindo 12 575); a Força Aérea ganhou 42 militares, ficando com 5425; a Marinha perdeu 529, ficando com 7323.

    Não podendo ser atribuído este recrudescimento às medidas do Plano de Profissionalização do MDN, que ainda não estão em vigor, na sua maior parte, fontes militares coincidem nas seguintes justificações: reconhecimento público e ao mais alto nível do prestígio das Forças Armadas e de todo o trabalho que os militares têm vindo a efetuar no combate à pandemia; motivação dos militares destacados das missões internacionais, que se sente úteis pata o país e para a manutenção da paz no mundo; subida de vencimento durante a recruta para o valor do ordenado mínimo nacional; e também pela nova estratégia de comunicação das Forças Armadas, dando maior visibilidade a todas as atividades dos militares em Portugal e no mundo.

    Medidas adequadas

    Contactado pelo DN para aprofundar a importância da criação deste quadro permanente de praças e indicar as metas pretendidas, o Exército, bastante sucintamente, indicou apenas que "prevê aumentar o efetivo, nomeadamente na categoria de Praças, procurando oferecer opções profissionais seguras e aliciantes aos militares".

    Fonte oficial do Gabinete do CEME afirma que "a criação do Quadro Permanente para a Categoria de Praças e também a implementação do Regime de Contrato Especial, assumem um caráter de complementaridade entre as várias formas de prestação de serviço, num esforço para ampliar a atratividade e a retenção dos militares, reforçando a sustentabilidade do modelo de profissionalização do serviço militar".

    O Exército acrescenta ainda que "considera estas medidas estruturantes e adequadas, acreditando que venham a obter bastante adesão".

    A Força Aérea foi mais completa na sua resposta. O Gabinete do General Joaquim Borrego explica que "a execução da missão da Força Aérea requer formação e obtenção de qualificações exigentes e morosas em bastantes áreas, nomeadamente as associadas à manutenção e operação das diferentes aeronaves" - áreas em que um quadro permanente traria vantagens.

    O porta-voz oficial deste Ramo sublinha que "o estudo para a criação do Quadro Permanente (QP) da categoria de praças na Força Aérea, à semelhança do que já existe para a categoria de sargentos e oficiais, afigurou-se muito adequado, quer pelo contributo para a reposição gradual das cerca de 1.600 praças previstas nesta categoria, melhorando a atratividade e aumentando as opções da carreira, quer pelo retorno da formação especializada e da experiência acumulada".

    Reforça ainda que a medida "afigurando-se bastante adequada, considera-se que poderá ter bastante adesão na categoria de praças" e que "até a mesma ser implementada permanece o quadro atualmente em vigor, i.e. só praças em regime de contrato (RC), com uma duração do contrato até 6 anos".

    Jovens para o combate

    A criação de um quadro permanente não colhe, ainda assim, consenso. O General Martins Barrento, por exemplo, ex-CEME, não vê que essa medida traga benefícios a este Ramo.

    "Para cativar os jovens é preciso proporcionar-lhes cursos para que possam vingar no mercado de trabalho, não é com quadros permanentes", defende.

    Este oficial general, que chefiou o Exército entre 1998 e 2001, sublinha que "a principal missão do Exército envolve o combate e para isso precisa de jovens. Depois o que se faz com esses quadros quando deixarem de terem essas capacidades físicas para o combate? Tem é que se fazem com que recebam também qualificações para o mercado de trabalho".

    Também o General Martins Barrento, recorda a entrevista do Almirante CEMGFA ao DN, para criticar Silva Ribeiro por ter valorizado que se tinha "conseguido estancar a saída dos militares das Forças Armadas".

    "O deficit em pessoal não se resolve estancado as saídas porque isso se traduz no envelhecimento de um pessoal ao qual se exige vigor e "juventude". Este problema, pondo de parte os "mercenários", que não devemos querer ter, só pode ser resolvido de duas formas: restabelecendo o serviço militar obrigatório, que tinha a vantagem de ser mais democrático por entregar a "defesa da cidade" aos cidadãos; ou criando condições suficientemente atrativas para que surjam voluntários", escreve num artigo que preparou para publicar na Revista Militar.

    Na mesma linha de pensamento está o General Pinto Ramalho, ex-CEME (2005-2011), para quem "o Exército precisa essencialmente de pessoal com capacidade física para desenvolver as missões de combate necessárias". Para este oficial general, embora "para certas funções técnicas seja admissível um quadro permanente limitado, nunca deverá ser essa a regra no caso do Exército".

    Pinto Ramalho defende que, "mais do que um quadro permanente, ou até contratos de longa duração, o importante é conseguir atrair mais jovens para as Forças Armadas". No ser entender "isso faz-se com incentivos, financeiros e proporcionando condições e formação para acesso a funções na administração pública, universidades, forças e serviços de segurança".

    O Major-general Carlos Branco, por seu lado, assinala que um quadro permanente de praças "não é uma panaceia, não resolve os problemas todos", mas pode ser considerada "mais uma forma de prestação de serviço orientada para funções que exijam continuidade e sejam mais exigentes do ponto de vista técnico", o que, no caso do Exército podem ser, entre outras, por exemplo, "as ligadas à área da informática e da ciberdefesa".

    Salienta que o quadro permanente "não é uma ilha, tem que ser visto de forma sistémica, conjugado com o mapa de pessoal civil e a externalização de serviços". No seu entender, "o grosso dos efetivos em praças do Exército continuará a assentar no regime de contrato. Por isso, continuam a ser necessárias políticas de recrutamento atrativas, uma vez que o QP satisfará apenas um nicho reduzido de necessidades".

    Discorda da opinião de Martins Barrento porque "há funções no Exército que vão além do combate no terreno, como o caso da ciberdefesa, cujos conhecimentos e qualificações a adquirir não são compagináveis com uma permanência dos militares de apenas dois ou três anos".

    A experiência dos mais velhos

    O General Luís Araújo, ex-CEMGFA (2011-2014) e ex-Chefe de Estado-Maior da Força Aérea (2005-2011) considera que para este Ramo o quadro permanente será importante.

    "A Força Aérea precisa de jovens, mas também de militares com experiência em áreas como a manutenção e outras. Os mais velhos são muitas vezes a coluna vertebral das esquadras", afiança, não receando, ao contrário de Martins Barrento, o envelhecimento de quadros. "Qual seria o argumento então na GNR, por exemplo? Quando deixam de ter aptidões físicas, são colocados noutros serviços", assevera.

    Quem tem experiência de quadros permanentes de praças é o Almirante Melo Gomes, ex-Chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA), atualmente o único Ramo com esta opção estatutária.

    "Para a Marinha o quadro permanente é crucial. Os marinheiros andam muito tempo no mar e é preciso tempo, não só para a habituação, mas também para a aprendizagem das técnicas e tecnologias que permitem à Marinha navegar", explica.

    Este ano foram abertas apenas 47 vagas para o quadro permanente da Marinha, que tem 853 praças a contrato, quando o défice de praças na Marinha é da ordem dos 700 militares.

    O Almirante Melo Gomes está de acordo coma necessidade de criar também um quadro permanente nos outros Ramos para atrair e reter os jovens. "A não ser que criem outros incentivos para manter as pessoas, esta é uma solução", sublinha.

    O ex-CEMA (2005-2010) lamenta o adiamento desta medida: "é mais um problema que fica por resolver, tal como tantos, como os vencimentos, a saúde, as carreiras, cuja resolução vai sendo sucessivamente adiada".

    Melo Gomes alerta para o "arrastar" de decisões como esta da criação dos quadros permanentes. "Já está tudo mais que estudado. Quando não se quer resolver os problemas vão-se pedido estudos. A questão é que quanto mais tempo passa mais difícil é resolver os problemas e as soluções não podem ser eternamente adiadas".

    Atualizado às 10h55 com as declarações do ex-CEME, General Pinto Ramalho

    https://www.dn.pt/edicao-do-dia/09-nov-2020/quadro-de-pracas-adiado-governo-finta-exercito-e-forca-aerea-e-pede-um-terceiro-estudo-13008754.html
  6.  # 6

    Comandos - Treino de Combate - Nov 2020

    Ficam aqui algumas imagens de uma sessão de treino de combate que os Comandos Portugueses executaram no Mês de Novembro de 2020.

    Vídeo - https://www.facebook.com/TWOTWarriors/videos/449372009383271
  7.  # 7

    GNR compra megalancha e deixa Marinha em estado de sítio

    Oito milhões e 400 mil euros custou a Bojador à GNR e é a maior lancha alguma vez comprada por esta polícia. A decisão está a provocar controvérsia junto à Marinha que critica a duplicação de meios.



    A GNR comprou à Holanda uma megalancha de 35 metros para fiscalização e prevenção criminal em alto mar. Custou 8 485 770 euros e é a primeira de um lote de quatro, financiada a 75% por fundos europeus. A empresa holandesa foi escolhida no âmbito de um concurso público internacional.

    Esta nova lancha é de maior dimensão do que quaisquer lanchas de fiscalização rápida da Marinha - das quais, aliás, só estão operacionais quatro das nove existentes, por falta de verbas para a manutenção.

    A notícia caiu que nem uma bomba neste ramo das Forças Armadas, com altas patentes a questionarem a duplicação de meios, os custos acrescidos e até a acusarem o Governo de estar criar de forma "camuflada" uma Guarda Costeira, "para depois fazer arrear a Marinha".

    Segundo o comando-geral da GNR, está previsto que esta nova lancha entre em operações durante o 1.º semestre de 2021, "depois de um período de formação e adaptação para que todos os militares da tripulação estejam aptos a operarem com a mesma".

    A lancha terá oito tripulantes, cuja formação começou a ser feita em 2018, com a colaboração da Guardia Civil (Espanha) e a Guarda di Finanza (Itália).

    Patrulhas até aos Açores e Madeira

    Fonte oficial diz que o objetivo desta aquisição "foi adquirir meios de transporte e de equipamento operacional que sejam considerados necessários à intervenção no decurso das operações conjuntas da Agência FRONTEX", bem como integrar as "missões de vigilância, patrulhamento e interceção terrestre ou marítima em toda a costa e mar territorial do continente e das regiões autónomas.

    Numa resposta extensa enviada ao DN, a GNR sublinha que "o recorte costeiro e áreas sensíveis (angras, enseadas, etc.) do território português determinam a extrema necessidade de reforço de observação em embarcações próprias para o patrulhamento marítimo".

    Daí a decisão de submeter a candidatura para aproveitar o orçamento reforçado do Fundo de Segurança Interna da União Europeia, que permite "adquirir quatro embarcações para patrulhamento costeiro (três Coastal Patrol Boat e um Coastal Patrol Vessel), cujas especificações técnicas respeitam o estabelecido pela Agência FRONTEX, que permitam ampliar a capacidade de vigilância e deteção, potenciando mais e melhor controlo das atividades de vigilância da Fronteira Externa da União Europeia".

    Maior permanência no mar

    De acordo com a mesma fonte oficial, esta lancha "irá dotar a Guarda de capacidade própria que lhe permite assegurar maior permanência no mar territorial e suportar condições de mar mais adversas, bem como, quando necessário, navegar até às regiões autónomas e assegurar a missão da Guarda também naqueles territórios, algo que as atuais embarcações à disposição da Guarda não permitem".

    Questionada sobre em que tipo de missões sentiu necessidade de um meio mais potente como é esta lancha, a GNR destaca "as missões que necessitem de permanência no mar de forma ininterrupta (operação com mais de dois dias seguidos, sem ter necessidade de entrar em Porto), nomeadamente missões de vigilância, patrulhamento e interceção marítima, no mar territorial do continente e das Regiões Autónomas".

    A GNR assinala que "se trata de uma embarcação policial de patrulhamento costeiro, não de um navio de Guerra, que se destina a complementar a componente de vigilância do Sistema de Vigilância Comando e Controlo (SIVICC), através de patrulhamento junto à fronteira marítima".

    Sobre a articulação com a Marinha, a GNR garante que "as aquisições previstas não comprometem as determinações existentes no âmbito da articulação e emprego de meios operacionais, mantendo-se os atuais canais de coordenação existentes".

    Sublinha que tanto a Marinha como a Guarda "possuem Centros Operacionais a funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana, pelo que a articulação é permanente através dos seus oficiais de serviço".

    A aquisição das outras três lanchas de menor dimensão, com um custo de 2,2 milhões de euros, também com o financiamento do FSI a 75%, ainda não foi concluída, porque, segundo a GNR "as propostas apresentadas não cumpriram com as especificações técnicas exigidas no Caderno de Encargos".

    Foi lançado um novo concurso público, que também não foi adjudicado, pelo mesmo motivo. Assim, diz a GNR, "está previsto para o próximo ano o lançamento de novo procedimento tendente à aquisição das três Coastal Patrol Boats para a UCC".

    700 anos da Marinha desprezados
    Mas na Marinha, os argumentos da GNR não acalmam a indignação.

    O ex-chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almirante Melo Gomes lamenta que não haja "mais coordenação" entre o Ministério da Administração Interna (MAI) e o Ministério da Defesa Nacional (MDN) nestas decisões de aquisição, frisando que esta articulação, "que poderia permitir uma boa racionalização de meios" tem sido "muito deficitária".

    Este oficial-general da Armada considera que se está "a criar uma duplicação de capacidades que vai custar muito mais ao erário público. Parece que, se uma Marinha é muito cara, o melhor é ter duas, duplicar recursos". Lamenta que "a experiência dos 700 anos da Marinha" esteja a ser "desprezada".

    E salienta: "Temos de fazer bem com o pouco que temos, partilhando recursos, não duplicando, sem sequer haver colaboração. O duplo uso, previsto no Conceito Estratégico de Defesa Nacional (CEDN) é precisamente isso, usar os meios racionalmente e isso é o que fazem os países com poucos recursos como o nosso. A Marinha sempre defendeu esse princípio. Desde o século XV, quando as caravelas eram ao mesmo tempo navios mercantes e de combate. Num país de recursos limitadíssimos é um crime de lesa pátria não racionalizar os meios que temos."

    Melo Gomes recorda que as regras desse duplo uso, estão definidas no decreto regulamentar 86/2007. "Estabelece as regras da colaboração das polícias com a Marinha. Segundo este diploma, as operações contra o tráfico de droga, são coordenadas pela PJ, as de imigração ilegal e tráfico de serem humanos, pelo SEF; as aduaneiras e fiscais pela GNR", afirma.

    Aproveitar meios

    Na sua opinião, "o evidente maior peso político do MAI tem feito com que essa distribuição de tarefas seja ignorada. Alguém perguntou à Marinha ou à Autoridade Marítima se podem fazer essas missões? Com polícias a bordo resolve-se o problema da limitação legal. Já tivemos também navios integrados em missões da Frontex".

    Assinala as "múltiplas operações de sucesso que têm sido feitas pela PJ, utilizando os navios da Marinha, bem como o SEF", mas não vê a mesma atitude de sinergias da parte da GNR.

    "A GNR edificou um Centro de Controlo próprio, sem ligação à Marinha", aponta. Sobre a resposta da GNR segundo a qual a articulação com o Ramo se faz "através dos oficiais de serviço", Melo Gomes ironiza: "Isso nem no tempo de Napoleão se fazia assim. A comunicação tem de ser feita através de sistemas."

    O ex-CEMA critica ainda "os dois pesos e duas medidas do Estado: enquanto na GNR, tudo se resolveu num ano, na Marinha estamos há anos à espera dos seis NPO que nos fazem falta como de pão para a boca. Enquanto o MAI delegou as competências desta aquisição no comandante-geral da GNR, e tudo se resolveu num ano, já na Defesa demora. Só em agosto passado o ministro assinou um despacho a dar orientações políticas para essa aquisição. Mas não à Marinha, foi à holding IdD Portugal Defense, e estamos desde essa data à espera da Resolução de Conselho de Ministros".

    A concluir, Melo Gomes chama a atenção para que "estar ininterruptamente no mar, como pretende a GNR, exige muita experiência. O mar dos Açores, por exemplo, no inverno é muito exigente. Só quem não conhece pode pensar outra coisa".

    Guarda Costeira "encapotada"

    Na mesma linha de crítica está o Almirante Pires Neves, ex-vice CEMA, na reforma. "Se se pretende que isto seja o embrião de uma Guarda Costeira, com a UCC à cabeça, então a decisão deve ser assumida pelo poder político", assinala.

    O almirante identifica "um enorme contrassenso", tendo em conta que "há um duplo uso definido no Conceito Estratégico de Defesa Nacional e está regulamentado".

    Nota que "qualquer cidadão pode e deve questionar se fizeram as contas sobre quanto pode custar esta duplicação de meios, ou quanto custa uma Guarda Costeira e uma Marinha".

    Salienta que "os meios da Marinha, tal como os de todas as Forças Armadas, obedecem a um rigoroso planeamento que fica depois definido na Lei de Programação Militar (LPM) e é escrutinado rigorosamente a vários níveis, desde o governo, à Assembleia da República e até ao Presidente na República, que preside o Conselho de Defesa Nacional".

    E interroga-se "onde encaixa este meio da GNR no sistema de forças nacional? Certamente estará à revelia dos interesses do Estado, que devia pugnar pela articulação entre a defesa nacional e a segurança interna. Será que o MDN foi consultado?".

    Arrear a Marinha
    Pires Neves reforça que "as Forças Armadas são obrigadas a cooperar com as Forças de Segurança, mas não nos podemos dar ao luxo de desprezar meios e por isso existe o duplo uso. Qual é o racional deste meio a GNR? Se for pela Frontex, a Marinha também já participou".

    Lança uma provocação: "É melhor assumirem de uma vez por todas que as Forças Armadas não são precisas. Assumam que só precisam das Forças e Segurança e de uma Guarda Costeira."

    O ex-vice-CEMA garante que não está "a por em causa que a GNR precise de melhores meios, mas sim a forma como estas decisões são tomadas. De uma forma encapotada estão a criar uma Guarda Costeira, para depois fazer arrear a Marinha".

    Questiona se "todos estão coniventes, incluindo todos os partidos políticos" e "por que não foi esta questão discutida no parlamento".

    "Fico muito triste que Portugal não aprenda. As interdependências são cada vez maiores. Todos os decretos que iluminam as missões da Forças Armadas falam na cooperação com as Forças de Segurança", assinala.

    "Os militares obedecem, e se nos disserem para fechar a loja, fechamos. Mas não está certo fazerem-nos isto de forma camuflada, usando fundos europeus. Ou o objetivo é edificar uma Guarda Costeira de borla?"

    Considera que "não dar dinheiro à Marinha e olhar só para a GNR porque pode ir buscar fundos europeus é um pouco caricato para um país. Não pode haver meio algum que não obedeça a um racional. Tem de haver escrutínio para as pessoas saberem onde se gasta o dinheiro".

    Destaca que "não há guerra entre a Marinha e a GNR. Há que cooperar, mas para isso tem de haver lealdade, não haver benefício de um contra o outro. Isso não é cooperação, é submissão".

    Marinha não quer perder "monopólio"
    Outra opinião tem o capitão de mar e guerra Silva Paulo, doutorado em Políticas Públicas, com uma tese sobre a Autoridade Marítima.

    Sublinha que "esta guerra da Armada com a GNR assenta numa lógica da organização dos serviços públicos, segundo a qual cada serviço se ocupa de um setor e resiste a qualquer iniciativa que ponha em causa esse monopólio".

    Frisa que "há, pelos menos, 25 anos, desde a criação da Polícia Marítima, que a Armada se sente acossada nos seus poderes do mar que, para ela, são inalienáveis. Não quer qualquer concorrência".

    A razão principal para esta atitude da Marinha, apontada por este oficial superior, também engenheiro naval, é que "se pode ficar a saber cada vez mais as ineficiências na sua gestão". Uma segunda razão, que acrescentou, é a perda de benefícios de que os militares da Armada usufruem, há quase dois séculos.

    Reconhece como "bom exemplo o "duplo uso" dos meios militares, nas operações conjuntas da Marinha de apoio à Polícia Judiciária (PJ) em alto-mar (combate ao tráfico de droga) e ao SEF (imigração ilegal e tráfico de seres humanos), ou aos inspetores das pescas", mas lamenta que o mesmo não aconteça com a Polícia Marítima e com a GNR, que "a Marinha vê como ameaça ao seu poder".

    A lógica do míssil

    Silva Paulo considera por isso "legítimo e justo" que a GNR adquira estas novas lanchas. "A Marinha pode dizer que tem meios disponíveis para essas missões, mas o que prevalece é a lei e o Estado de direito democrático. Não é por ter mais meios. Só se os disponibilizar, com os oficiais da GNR ou os agentes da PM a liderarem sempre as operações. Mas muitos oficiais da Armada rejeitam este modelo, porque não gostam de ser uma espécie de táxi da GNR e da PM."

    Sublinha que "os militares são treinados para combater inimigos. Não são treinados, como os polícias, para defender o cumprimento da lei e os direitos dos cidadãos. A lógica do militar moderno é o míssil, não é a persuasão. As pessoas têm que olhar os militares e ter em conta que a sua doutrina é para a guerra.

    Sobre uma potencial maior despesa para o Estado devido à "duplicação de meios", este oficial da Armada na reforma nega que haja "fundamento teórico ou empírico para haver custos acrescidos, e entende que a solução seria "a Marinha transferir todos os seus meios, adequados a estas ações policiais, para a GNR e para a PM".

    Advoga que "cada entidade deve ficar com os recursos para cumprir as suas missões, de acordo com a lei - a defesa militar, para a Marinha; a fiscalização e a investigação criminal para as forças se de segurança".

    O ideal, conclui, "seria a criação de uma Guarda Costeira ou Guarda Marítima, fundindo a Unidade de Controlo Costeiro da GNR com a Polícia Marítima, juntando todos os meios de ação marítima disponíveis destas forças e não militares da Marinha".

    https://www.dn.pt/edicao-do-dia/16-nov-2020/gnr-compra-megalancha-e-deixa-marinha-em-estado-de-sitio-13033775.html
    • RCF
    • 16 novembro 2020

     # 8

    ninguém os para…
  8.  # 9

    Colocado por: branco.valterDefesa.
    Ainda assim investe mais em Defesa do que na Ciência.
  9.  # 10

    Colocado por: HAL_9000Ainda assim investe mais em Defesa do que na Ciência.


    A defesa é uma das funções inalienáveis do Estado, a ciência não.
  10.  # 11

    Colocado por: rjmsilvaA defesa é uma das funções inalienáveis do Estado, a ciência não.
    E? Qual delas traz mais benefício ao país, ao dia a dia do cidadão português?
    Continuo a achar investimento incongruente. Mas adiante, continuem a colocar coisas da tropa que até gosto de ver
  11.  # 12

    Sem defesa não havia país. Pode-se discutir se seria bom ou mau, mas é a realidade.
  12.  # 13

    Colocado por: rjmsilvaSem defesa não havia país
    E onde é que eu disse que o país não deveria ter defesa? Falei na incongruência do investimento de dinheiros públicos apenas.
    Veja lá que até admito que podiam gastar o mesmo dinheiro (compromissos com a NATO assim o obrigam acho eu) mas mas deveria ser melhor distribuído: Reduzir drasticamente o número de oficiais (uma parte considerável são meramente mobília para colar caricas)e canalizar os fundos para aumentar o número de praças de modo a que as forças armadas funcionem em condições. O que temos atualmente é muito pouco funcional, como bem espelha o caso de Tancos.
    • RCF
    • 17 novembro 2020

     # 14

    Colocado por: rjmsilvaSem defesa não havia país.

    Verdade. Tão verdade quanto a Defesa ser uma atribuição das Forças Armadas e não das Forças de Segurança.
  13.  # 15

    Colocado por: RCF
    Verdade. Tão verdade quanto a Defesa ser uma atribuição das Forças Armadas e não das Forças de Segurança.


    A GNR diz que precisa da barcoleta para missões de segurança e combate à criminalidade.
  14.  # 16

    Até temos oficiais na reserva aos 41 anos para se dedicarem á bola. Depois até são uns heróis (mais uma carica faz favor) se trabalharem uns diazitos em part-time.
    https://observador.pt/2020/11/16/frederico-varandas-volta-a-efetivo-no-exercito-durante-o-estado-de-emergencia-e-volta-a-poder-acumular-funcoes/
    • RCF
    • 17 novembro 2020

     # 17

    Colocado por: CarvaiAté temos oficiais na reserva aos 41 anos para se dedicarem á bola. Depois até são uns heróis (mais uma carica faz favor) se trabalharem uns diazitos em part-time.
    https://observador.pt/2020/11/16/frederico-varandas-volta-a-efetivo-no-exercito-durante-o-estado-de-emergencia-e-volta-a-poder-acumular-funcoes/


    Frederico Varandas não está na reserva. Está com uma licença especial para exercício de funções públicas/políticas. Integra a assembleia de uma Junta de Freguesia.
  15.  # 18

    Colocado por: RCF

    Frederico Varandas não está na reserva. Está com uma licença especial para exercício de funções públicas/políticas. Integra a assembleia de uma Junta de Freguesia.


    E a tropa não lhe paga.
    Concordam com este comentário: RCF
  16.  # 19

    Colocado por: RCFEstá com uma licença especial para exercício de funções públicas/políticas.
    Entretanto o rjmsilva já respondeu à primeira parte da minha questão.
    Contudo, Tem lá lugar cativo quando quiser voltar? Se manifestamente estes oficiais não são precisos, eu enquanto civil não entendo o porquê da sua existência.
  17.  # 20

    Colocado por: HAL_9000Entretanto o rjmsilva já respondeu à primeira parte da minha questão.
    Contudo, Tem lá lugar cativo quando quiser voltar? Se manifestamente estes oficiais não são precisos, eu enquanto civil não entendo o porquê da sua existência.


    Sim, quando terminar as funções politicas pode voltar.

    Só são abatidos ao efetivo se pedirem uma licença sem vencimento e ficarem nessa situação por mais de 10 anos seguidos ou interpolados.
 
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