Iniciar sessão ou registar-se
  1.  # 1

    Eu chamo a esses chico espertos alunos de Sócrates.
    • Neon
    • 29 setembro 2016

     # 2

    Colocado por: J.FernandesEu dei apenas um exemplo, mas o modus operandi do fisco é todo ele pautado pela prepotência, pelo abuso de poder e pelo desrespeito pelo contribuinte.



    Quanto ao desrespeito remeto para o fim deste texto.

    Por experiência pessoal, porque se passou comigo. Tive uma divida de cêntimos às finanças, por erro na digitação da quantia quando fazia pagamento no multibanco.

    A divida foi detectada passados 3 anos.
    Efectivamente fui notificado com, um conteúdo informativo mas de tom seco e a roçar a ameaça.
    Paguei a divida (até em outro balcão que não o da minha residência) e o caso ficou arrumado sem coimas e penso que nem juros de mora paguei (é uma questão que posso ir averiguar pois guardo os documentos todos).

    Por conseguinte, aquilo que diz sobre as consequência de não pagar é verdade, mas não é aplicado da mesma forma a todos os casos; Aliás nem se justificaria dispêndio de recursos com somas insignificantes.

    Dito de forma simplista, se tenho fatias de bolo de 250 gr para o lanche, não me vou chatear muito a juntar migalhar para matar a fome.


    O vulgar cidadão peca inúmeras vezes pelo desconhecimento e outras também pelo mau aconselhamento ou desinformação.
    Eu já presenciei em conversas de café conselhos como "não pagues que isso prescreve" ou "nunca recebas as notificações", etc
    Como se isso adiantasse alguma coisa, são uns pobres diabos que nem fazem ideia de quais as consequências.
    E por outro lado existem ferramentas acessíveis que permitem simular o pagamento das dividas em prestações. (outra questão diferente será não concordar com elas ou elas serem indevidas)


    Vamos então á questão do respeito.

    Quanto á postura de arrogância é na verdade real. Também a considero condenável, mas por outro lado também acho que quem deve não merece ser tratado da mesma forma do que quem paga a tempo e horas.
    Pior ainda quem deve por sistema,
    Ainda mais grave quem deve por opção e por fraude. Esses então sou da opinião de aplicar um castigo tamanho que fique marcado na memória de todos os descendentes até à 6.ª geração.

    Em conclusão e numa opinião muito pessoal
    Quem paga merece respeito e bom trato
    Quem deve por imprevistos da vida, merece respeito e ser informado e orientado
    Quem deve por sistema não merece qualquer respeito mas merece ser privado dos bens (sem prejuízo de um patamar mínimo de qualidade de vida)
    Quem deve por opção deliberada não merece nada do que esta para cima e ainda merece é ser esfolado.
  2.  # 3

    Colocado por: luisvv
    Não foi trabalho especial, são tudo citações suas, neste tópico apenas. Se quiser revê-las no contexto, volte atrás, e verá que não foi insultado por ninguém, ao contrário do que sugere.
    Quanto ao meu tom, não é seguramente mais ofensivo que o seu.


    A treta da verdade absoluta serve se estivermos a discutir opiniões - mas quando discutimos ou negamos factos e conceitos, é outra história.



    Quis dizer o que é óbvio, mas que você parece não perceber: se quer ser respeitado, respeite. Se usa uma postura arrogante e insultuosa, não se queixe quando lhe respondem à altura.

    Após ter postado a ligação à notícia de que falava da dívida ao fisco e deficit, fui fortemente atacado: por exemplo por si de "ignorante profundo". Agora mostre lá onde eu fui arrogante e insultuoso. Ou será que me está a confundir consigo?
    Quanto à única verdade absoluta, os factos demonstram que a dívida que existe à autoridade tributária dava para não termos deficit este ano. Foi o que partilhei com a notícia, logo presumo que seja verdadeira. A não ser que a sua verdade seja mais verdadeira que a de toda a gente (jornalistas incluídos).
  3.  # 4


    Eu sei disso. Mas na minha perspectiva trata-se de um valor que naquele determinado momento a AT não pode augurar receber, não deixando contudo de ser uma divida formal.


    Mas são situações distintas e que não podem ser misturadas:

    processos contenciosos em curso, com garantia prestada:
    o pagamento da dívida está garantido, bastando para tal que o tribunal reconheça razão à AT.

    dívidas em pagamento a prestações: em regra estão também sujeitas à prestação de garantia.

    dívidas de insolventes: esta é a única cuja cobrança, mesmo em caso de dívida legítima, é duvidosa. E ainda assim, o Estado beneficia de privilégios inacessíveis aos restantes credores - sendo a reversão (a transferência das
    dívidas para os gerentes e administradores) um mecanismo poderoso de recuperação de dívidas.


    Não me satisfaz esta situação, ainda mais quando (e não sejamos anjinhos) todos temos a noção que os grandes pacotes desses valores não são cobrados precisamente graças aos subterfúgios da lei.


    A % de dívidas fiscais que não são efectivamente cobradas por prescrição é irrisória - creio que concordará que 150 milhões por ano é uma gota de água no rio da cobrança de impostos.

    Quanto às dívidas anuladas (de valor superior às prescritas mas ainda relativamente baixo), há uma solução fácil: basta o Estado cumprir a lei (afinal, além de ser jogador e árbitro, o Estado ainda é o autor das regras..)


    O luis repare que basta o simples facto de a divida ser contestada em tribunal, para passar a ser considerada divida suspensa.

    O "simples facto" não é assim tão simples: implica custos para quem contesta (mas não para o Estado), implica prestar garantias, implica incerteza no resultado final, sem qualquer perspectiva de benefício que não a resistência a um roubo.


    Agora diga-me na generalidade dos casos das dividas acima 100.000 € ou até mesmo um pouco menos, e sejam elas de particulares ou entidades coelctivas, Não é vantajoso remeter o processo para tribunal e prolongar esse processo infinitamente?

    Não. Enquanto o processo não se resolver o prazo de prescrição está suspenso, e entretanto incorre em custos imediatos sem perspectiva de rembolso, tem capital (ou bens) de valor superior à "dívida" imobilizado durante anos (para efeitos práticos é quase como se tivesse pago o valor reclamado).... é só benefícios..
    Por essas e por outras é que aquela juíza afirmou o que afirmou...



    Ainda mais porque a chance de conseguir ganhar com base no qualquer vicio de procedimento é quase garantida.

    Isso tem solução: é cumprir as regras. É o mínimo que se pode esperar de quem as define.



    Na minha opinião e contrariamente ao que o Luis parece querer fazer acreditar de que a AT cria e inventa divida para atazanar a vida aos contribuintes. Eu acho (sem prejuizo de reconhecer excessos da AT) que as dividas são reais, agora os vícios de procedimentos muitas vezes derrubam qualquer chance de fazer justiça

    Não tenha qualquer dúvida de que a AT inventa dívidas. Evidentemente, não é o Sr.Joaquim que está num gabinete a girar uma roda para ver quem é o feliz contemplado, mas são coisas mais subtis, e outras mais brutas como a orientação geral dos serviços ser "na dúvida, é a favor da AT, se eles quiserem que se queixem".


    Acho bem, chamemos-lhe caução. Imagine que fulano A deve dinheiro, entende não pagar e entende que é preferivel pegar nesse dinheiro e torrar tudo até ao ultimo centimo em legitios. O estado até perderia 2 vezes. Perdia o dinheiro da divida e perdia as custas de tribunal que provavelmente depois tb o devedor alegaria não poder pagar

    Não questionei a razão de ser da garantia, limitei--me a salientar que essa garantia existe, pelo que não são valores incobráveis nem se tornam de cobrança mais improvável.


    Luis quando me referi a culmino da não cobrança não pretendo transparecer a caducidade do processo, mas sim o "ganhar tempo" isso permite maravilhas. O tempo é o maior aliado para quem deve.

    Num processo fiscal, não. O taxímetro continua a contar, a garantia está prestada, o interesse do litigante é arrumar o assunto no prazo mais curto possível.



    No caso que referiu da empresa em litígio nos anos 90, o que levou o processo a arrastar-se tanto tempo? e como culminou cobraram aquilo que efectivamente era devido.

    A empresa não estava em litígio, estava antes num processo de degradação que passou por faltas de pagamento, seguidas de faltas de declarações, até que culminou no fim efectivo da actividade: tinha uma carteira de clientes reduzida, credores à perna, etc.
    Um dos gerentes (sócio muito minoritário) afastou-se a tempo, o outro acabou por enterrar aquilo - e não tinha património para responder pelas dívidas, porque o tinha dissipado (vendeu casa e carro, e parte do resultado enterrou ali, outra enterrou no jogo) na tentativa de manter a actividade. Há uns anos que deixei de acompanhar o assunto, mas tenho grandes dúvidas de que alguma coisa tenha sido paga.


    Pelo que já referi atrás, sim uma grande parte da divida é perdida, muitas vezes não pelas melhores razões. Ou seja, efectivamente não é devida pela falta de preparação dos processos, não pelo facto de não ser....chamemos-lhe ... "justa", contrariamente ao que pretende fazer transparecer.

    Isso parece-me wishful thinking, nada mais - o mito das vírgulas nas leis.


    Eu concordo com a metodologia.
    Uma divida de 32.000 € para mim já é consideravel. Significa que algo se encontra definitivamente mal ainda mais se não factura nem 10.000 euros (e estamos só a falar de facturação).

    Eu não concordo, mas o exemplo não surgiu para a discutir, mas antes para servir de exemplo dos métodos e meios que a AT pode usar (e usa) para cobrar.



    Alguma vez na vida essa empresa vai honrar as suas obrigações? Vamos então deixa-la continuar livremente a praticar o erro? (repare que o Luis é um cioso defensor que o estado não pode gastar mais do que recebe. e embora percebe a exsitencia de uma destrinça (relacionada com o facto de o estado usar os nossos impostos) o principio é o mesmo, tanto mais porque o que o estado recebe está directamente relacionado com o que essa empresa não lhe esta a entregar e é legitimamente devido.
    Francamente não tenho pena dessa empresa. Sim deve fechar e dar a oportunidade a outro. Quanto a receber ou não receber os 32.000 ambos sabemos que o estado de uma maneria ou de outra nunca os ira receber. Contudo está a tentar e acho muito bem que o faça

    Eu não tenho pena nem deixo de ter - e apesar de até ter alguma fricção na minha relação com eles, nem faço o mesmo juízo que o Neon sobre a empresa, porque não conheço as circunstâncias que rodeiam a "dívida". Repare que a dívida pode ter sido contestada, mas não ter havido capacidade para prestar garantia - é uma empresa de serviços com escritório alugado, pelo que percebo o património resume-se a 4 ou 5 de carros de 2 lugares, que juntos provavelmente não valerão 30000.
  4.  # 5


    Paguei a divida (até em outro balcão que não o da minha residência) e o caso ficou arrumado sem coimas e penso que nem juros de mora paguei (é uma questão que posso ir averiguar pois guardo os documentos todos).


    Se aconteceu há 3 anos, não se surpreenda se receber uma surpresa daqui a uns tempos. Sucedeu com os IUC's há uns tempos - uma carrada de gente a receber notificações por atrasos e "erros" nos valores dos pagamentos com 3 e 4 anos ..

    Por outro lado ...

    http://zap.aeiou.pt/reformado-notificado-para-pagar-divida-de-1-centimo-se-quiser-em-prestacoes-86527
    Um reformado de 65 anos recebeu na passada sexta-feira uma carta registada da Segurança Social com uma notificação pagar uma dívida com 12 anos, no valor de um cêntimo.

    Segundo a estação pública de televisão RTP, a dívida diz respeito a um erro no pagamento de uma contribuição, em julho de 2003, no valor de 490.34€.

    O contribuinte “faltoso” pagou apenas 490,33€ – um cêntimo a menos - e a notificação de dívida, uma carta registada com 7 páginas, informa-o de que pode efectuar o pagamento em prestações.


    Paga 93 euros por dívida de um cêntimo
    O Sport Club Conimbricense foi notificado pela Segurança Social para pagar 93,35 € por uma dívida de um cêntimo. "Fomos surpreendidos. Não faço ideia a que se refere a dívida feita em 1990", diz o presidente do clube, Carlos Ferreira.

    Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/paga-93-euros-por-divida-de-um-centimo?


    http://www.dn.pt/portugal/interior/financas-penhoram-salario-por-divida-de-cinco-centimos-4358454.html
    Empresário descobriu nas Finanças que a mulher tinha o salário penhorado, por causa de uma dívida de cinco cêntimos resultante do atraso no pagamento do imposto único de circulação.

    A história é contada hoje no Jornal de Notícias: um comerciante de Paços de Ferreira, Augusto Gonçalves, foi às Finanças de Lousada pagar o imposto único de circulação de um carro que entretanto vendeu. Depois de perguntar se havia mais alguma dívida em seu nome, foi-lhe comunicado que o salário da mulher estava penhorado devido a uma dívida de cinco cêntimos, por atraso no pagamento do selo de outro carro, que estava registado no nome dela.
    • Neon
    • 30 setembro 2016

     # 6

    Colocado por: luisvvMas são situações distintas e que não podem ser misturadas:

    processos contenciosos em curso, com garantia prestada:
    o pagamento da dívida está garantido, bastando para tal que o tribunal reconheça razão à AT.

    dívidas em pagamento a prestações:em regra estão também sujeitas à prestação de garantia.

    dívidas de insolventes:esta é a única cuja cobrança, mesmo em caso de dívida legítima, é duvidosa. E ainda assim, o Estado beneficia de privilégios inacessíveis aos restantes credores - sendo a reversão (a transferência das
    dívidas para os gerentes e administradores) um mecanismo poderoso de recuperação de dívidas.


    Colocado por: luisvvO "simples facto" não é assim tão simples: implicacustos para quem contesta(mas não para o Estado), implica prestar garantias, implica incerteza no resultado final,sem qualquer perspectiva de benefício que não a resistência a um roubo.



    Tudo muito certo Luis, mas a questão é que como penso que sabe, a lei não é assim tão estanque como se depreende daquilo que expôs acima.
    E como é habitual dizer, se não entro pela porta entro pelo buraco da fechadura. :)

    Por exemplo a lei contempla a possibilidade de ser dispensada a prestação de garantias fazendo prova de impossibilidade de a prestar ou evocando danos irreparaveis.

    Ou nos casos de reclamação graciosa, se não existir decisão no prazo de um ano (e se o atraso não for provocado pelo contribuinte), há lugar à caducidade da garantia

    E haverá outras janelas que os advogado conhecem melhor do que nós

    Percebo e aceito quando diz, o estado que cumpra as regras que ele próprio criou, ou que não falhe nem erre. tudo isso é muito certo. Porém não deixa de ser inglório que algo ilegitimo, se torne legitimo, devido a erros ou falhas do próprio estado. Sei que é o que provêm das regras consequentemente é o que temos de aceitar mas pessoalmente considero pernicioso.


    Colocado por: luisvvna dúvida, é a favor da AT, se eles quiserem que se queixem".


    Sim esse é um principio muito utilizado na administração.
    Mas por vezes não pode ser feito de outra forma

    P.e no caso de multas por radar
    Vamos imaginar que você me emprestou o seu carro (tenho a certeza QUE NÃO O FARIA :)) e eu passo num radar em excesso de velocidade.
    O auto de noticia vai direitinho para si, no entanto vai ler que no caso de ter sido o sr luisvv a conduzir naquele dia aquela hora queira por favor indicar quem era.
    Nesse caso o seu processo e encerrado e seria aberto um contra mim.

    Na divida de uma entidade colectiva poderá passar-se a mesma coisa, poderá a autoridade pretender exercer o efeito de reversao de uma divida antiga sobre a administração, contudo à data da divida poderiam não ser aqueles os administradores.
    Bastará fazer prova de que não eram e penso que o processo será pacificamente arquivado e intentado outro contra terceiros. Nada do outro mundo




    Colocado por: luisvvmas o exemplo não surgiu para a discutir, mas antes para servir de exemplo dos métodos e meios que a AT pode usar (e usa) para cobrar.


    São pontos de vista, a mim não me choca que o estatuto e o poder da admnistração de alguma forma se sobreponham aos do individuo, embora dentro de alguns limites.
    Sim de alguns anos para cá a administração finalmente acordou e passou a munir-se daquilo que não tinha antes e que são meios de defesa para si e desincentivos para quem não paga.
    Além desse, tem a inibição de receber subsídios, devoluções, impossibilidade de prestar serviços ao estado, inibição de isenções etc. eu concordo com tudo isso.


    Colocado por: luisvvSe aconteceu há 3 anos, não se surpreenda se receber uma surpresa daqui a uns tempos. Sucedeu com os IUC's há uns tempos - uma carrada de gente a receber notificações por atrasos e "erros" nos valores dos pagamentos com 3 e 4 anos ..

    Por outro lado ...


    Não a divida é que foi detectada passados 3 anos.
    Se não estou em erro terá sido em 2010 ou 2011 e referente a um pagamento 3 anos para trás

    Quanto ás noticias que listou são as habituais parangonas que fazem o gosto da opinião publica. São obviamente excessos, provavelmente decorrem de erros ou falhas e essencialmente de um pouco de sentido critico. Tanto mais que na ultima noticia existem procedimentos de notificações que não se encontram ai descritos...como fizeram? passaram automaticamente da detecção da divida para a penhora?
  5.  # 7


    Tudo muito certo Luis, mas a questão é que como penso que sabe, a lei não é assim tão estanque como se depreende daquilo que expôs acima.
    E como é habitual dizer, se não entro pela porta entro pelo buraco da fechadura. :)
    Por exemplo a lei contempla a possibilidade de ser dispensada a prestação de garantias fazendo prova de impossibilidade de a prestar ou evocando danos irreparaveis.

    Acontece que os pedidos são objecto de decisão pela AT. E basta pesquisar na jurisprudência para perceber como chega a ser ridícula a recusa..


    Ou nos casos de reclamação graciosa, se não existir decisão no prazo de um ano (e se o atraso não for provocado pelo contribuinte), há lugar à caducidade da garantia

    Também era o que mais faltava, não lhe parece?



    Percebo e aceito quando diz, o estado que cumpra as regras que ele próprio criou, ou que não falhe nem erre. tudo isso é muito certo. Porém não deixa de ser inglório que algo ilegitimo, se torne legitimo, devido a erros ou falhas do próprio estado. Sei que é o que provêm das regras consequentemente é o que temos de aceitar mas pessoalmente considero pernicioso.


    O Neon parece supor que tudo se resume a umas vírgulas mal colocadas ou a procedimentos irrelevantes - acontece que, como qualquer credor, o Estado deve fazer prova do seu crédito e se é incapaz de o fazer, com todos os meios e estatuto privilegiado, das duas uma: ou a dívida não existe, ou o credor é incompetente.



    Sim esse é um principio muito utilizado na administração. Mas por vezes não pode ser feito de outra forma
    P.e no caso de multas por radar Vamos imaginar que você me emprestou o seu carro (tenho a certeza QUE NÃO O FARIA :)) e eu passo num radar em excesso de velocidade. O auto de noticia vai direitinho para si, no entanto vai ler que no caso de ter sido o sr luisvv a conduzir naquele dia aquela hora queira por favor indicar quem era. Nesse caso o seu processo e encerrado e seria aberto um contra mim.


    Não é a esse tipo de procedimento que me refiro. Se quiser, podemos resumir tudo desta forma: no âmbito da relação com a AT, o cidadão é sempre suspeito, está sempre a enganar; em caso de ambiguidade, a interpretação dos serviços é sempre a favor da AT; e por aí adiante. Digamos que é uma questão de cultura, de orientação geral..


    Na divida de uma entidade colectiva poderá passar-se a mesma coisa, poderá a autoridade pretender exercer o efeito de reversao de uma divida antiga sobre a administração, contudo à data da divida poderiam não ser aqueles os administradores.
    Bastará fazer prova de que não eram e penso que o processo será pacificamente arquivado e intentado outro contra terceiros. Nada do outro mundo

    Sim, de acordo, não era a isso que me referia. Embora, como se sabe, o diabo esteja nos detalhes: o "pacificamente arquivado" pode traduzir-se em semanas, meses, p.ex, com contas penhoradas.



    São pontos de vista, a mim não me choca que o estatuto e o poder da admnistração de alguma forma se sobreponham aos do individuo, embora dentro de alguns limites.

    A mim choca-me, a começar pelo facto de a AT ter poderes que mais ninguém tem.


    Quanto ás noticias que listou são as habituais parangonas que fazem o gosto da opinião publica. São obviamente excessos, provavelmente decorrem de erros ou falhas e essencialmente de um pouco de sentido critico. Tanto mais que na ultima noticia existem procedimentos de notificações que não se encontram ai descritos...como fizeram? passaram automaticamente da detecção da divida para a penhora?

    Sim, são pequenas anedotas, mas existem estas e sabe-se lá quantas mais.
    • emad
    • 11 julho 2017 editado

     # 8

    Vou desenterrar este tópico e contar o que se passou na AT na minha zona.
    Fui eu às finanças para alterar a minha caderneta predial de lote para inclusão de prédio novo. Fiz antecipadamente no portal o preenchimento do IMI para inscrição do prédio. Cheguei ao fim e pediam para enviar as plantas, licença, etc. Hoje tive tempo e fui lá entregar os documentos para completar o processo.
    Tirei a senha do património e esperei 20 minutos.
    A senhora que estava de serviço hoje no património era muito simpática e atenciosa.
    Então expliquei tudo o que tinha feito e o que faltava. E disse -lhe, está aqui o código da entrega no portal, agora é só recepcionar os documentos e validar se esta tudo ok. Diz ela, não eu vou abrir novo processo no computador. Esqueça o que fez no portal. Eu, ok. E então lá começou a preencher, o que aconteceu foi que ela não era a funcionária especialista no IMI, e a colega especialista estava de férias e aquilo empancou porque fazia perguntas que ela não dominava.
    Então recebeu a papelada e fiz a entrega em papel e não directamente no sistema, porque ela não estava muito a vontade e tinha de atender mais pessoas.
    Eu compreendi e respeitei. Pergunta-me a colega do lado, é urgente? Eu respondo, não. Porque eu até nem me importo de continuar a pagar IMI de terreno. Mas não quero é pagar multas porque passaram 60 dias da data da licença e que devia ter feito a inscrição mais cedo. Diz ela, não. Você tem muito tempo.
    Sai de lá feliz com a simpatia das senhoras.
    Moral da história. Se a nossa administração pública não se renovar e multifacetar, não conseguimos evoluir.
    Eu compreendo que todos temos de trabalhar até aos 66 anos e 4 meses, mas algumas pessoas com 55 já estão demasiado cansadas para acompanhar o ritmo.
    Infelizmente isto é assim. Eu também quando tiver 55 vou estar ultrapassado e cansado.
    Apenas um desabafo.
    Concordam com este comentário: eu
  6.  # 9

    Como houve um colega a desenterrar esta discussão aproveito a boleia e vou contar as minhas.Primeiro perguntei o que era necessário para actualizar as areas casa e terreno.O func. informou-me que era preciso plantas e tantos papéis que achei que valia mais estar quieto.Mas mais tarde perguntei a outro func.e foi simples,modelo próprio de alterações,e uma declaração de cada um dos vizinhos a atestar as confrontações.Simples mas não barato não pagava IMI e comecei a pagar +ou-70contos.Outra, há três anos morreu um tio da minha mulher que sem filhos os irmãos e sobrinhos foram os herdeiros.Mas um sobrinho da parte da mulher como não teve direito por haver uma doação por morte do ultimo,veio entregar a chave da casa a um irmão dizendo que ele era o herdeiro. O homem vai ás Finanças e o func.diz-lhe que ele era o unico herdeiro...?.Outro func. diz-lhe que não e com razão os outros sobrinhos lá por já não terem pais tambem eram herdeiros.O homem ficou danado porque o func. disse que ele era o unico herdeiro e não estava com vontade de dar a parte aos outros.Um conselho nas Finanças procurar sempre uma segunda opinião.
  7.  # 10

    Colocado por: kosttaVenham para FP.
    A minha vaga deverá ficar livre em breve.
    Estou morto por sair!
    Basta conseguir despedir uma ou duas empregadas (coisa que toda a gente diz que é muito fácil) e vou eu ocupar o lugar delas.
    Adoro tanto ser FP, que estou morto por abandonar a minha carreira de 20 anos, que devido aos congelamentos vale como tivesse metade desse tempo.

    Kostta, sempre se chegou a despedir? Fiquei curioso agora....
  8.  # 11

    Colocado por: HAL_9000
    Kostta, sempre se chegou a despedir? Fiquei curioso agora....


    HAL_9000, chegou a candidatar-se para a função pública? Nos hospitais que conheço estão a recrutar trabalhadores e não conseguem encontrar candidatos...
  9.  # 12

    Colocado por: ANdieselHAL_9000, chegou a candidatar-se para a função pública?
    Sim todos os anos me candidato. No meu caso, a Função pública é de longe quem oferece as melhores condições laborais. Problema: são posições altamente competitivas, a última pessoa conhecida a conseguir entrar andava em concursos desde 2008, e teve de emigrar para se destacar e então ganhar o concurso (internacional, diga-se) em 2019.

    Para que áreas é que não arranjam candidatos, se é que pode partilhar a informação?
  10.  # 13

    Colocado por: HAL_9000Sim todos os anos me candidato. No meu caso, a Função pública é de longe quem oferece as melhores condições laborais. Problema: são posições altamente competitivas, a última pessoa conhecida a conseguir entrar andava em concursos desde 2008, e teve de emigrar para se destacar e então ganhar o concurso (internacional, diga-se) em 2019.

    Para que áreas é que não arranjam candidatos, se é que pode partilhar a informação?


    O segredo é entrar para o que for possível, assim que abrir concurso específico para a área que quer é só concorrer que já sendo FP e fácil entrar.
  11.  # 14

    Colocado por: NTORIONO segredo é entrar para o que for possível, assim que abrir concurso específico para a área que quer é só concorrer que já sendo FP e fácil entrar.
    Depende, em determinadas áreas é verdade. Na minha área seria difícil, uma vez que tem de criar curriculum no sentido de demonstrar ser o candidato mais qualificado (isto, no caso de não ter padrinhos, o que diga-se desde já é uma situação asquerosa que continua a ocorrer com concursos feitos à medida).
    Em concursos justos, no caso de eu nunca conseguir ser o candidato mais qualificado, aceito ciente de que o estado fica a ganhar, uma vez que selecionou o candidato capaz de lhe trazer mais valias.
  12.  # 15

    Colocado por: HAL_9000Para que áreas é que não arranjam candidatos, se é que pode partilhar a informação?


    Algumas especialidades médicas, pois a maioria não quer sair dos grandes centros para a periferia. Mas sobretudo assistentes operacionais.
    A Função Pública começa no empregado de limpeza, não são só “doutores”...
  13.  # 16

    Colocado por: ANdieselMas sobretudo assistentes operacionais.


    Todos têm inveja dos FP, mas ninguém quer ganhar 640€ e ainda ter que tirar 3,5% para ter a regalia da ADSE.
    Concordam com este comentário: ricat
  14.  # 17

    Colocado por: rjmsilvaTodos têm inveja dos FP, mas ninguém quer ganhar 640€ e ainda ter que tirar 3,5% para ter a regalia da ADSE.
    Quem ganha 635 euros no privado quer de certeza aceder a esses contratos. Os 3.5% dos 640euros Para a ADSE é uma bagatela para o que ela oferece.

    Não acredito que haja falta de candidatos
  15.  # 18

    Segundo o AnDiesel, há falta de candidatos.

    Pouca gente recebe os 635€,no privado, só se for um encostado que não quer nada da vida.
  16.  # 19

    Colocado por: ANdieselAlgumas especialidades médicas, pois a maioria não quer sair dos grandes centros para a periferia. Mas sobretudo assistentes operacionais.
    A Função Pública começa no empregado de limpeza, não são só “doutores”...
    Nunca leu nenhuma intervenção minha a dizer que a FP são só doutores.

    Quanto ás especialidades médicas por preencher, aconselho-o a ler umas intervenções que um suposto colega seu, o Gambino, fez há uns tempos atrás sobre o que ganha no público e no privado (onde presta serviço também em horário laboral enquanto FP), e tem parte da explicação. No caso específico dos médicos, efetivamente conseguem fazer mais dinheiro no privado, mas ainda assim não os vejo a largar a sua posição no SNS, por algo será....

    Quanto a empregos em zonas mais remotas, julgo que os cursos de medicina no Algarve e Covilhã, iniciaram-se também com esse propósito. Agora se não conseguem acautelar que os profissionais que formam fiquem a exercer nessas zonas geográficas é porque alguma coisa está a falhar e tem de ser corrigida.
  17.  # 20

    Colocado por: rjmsilvaSegundo o AnDiesel, há falta de candidatos.
    Não vou estar a contradizer que o ANdiesel afirma sem estar na posse de dados concretos, nem tão pouco ele os forneceu.
    O que digo baseia-se na experiência do dia a dia. Existem inclusive grupos de apoio a candidaturas à função pública, e o que falta são concursos e não candidatos, e isto afirmo com conhecimento de causa.

    Num pais como o nosso, de baixos rendimentos, as pessoas dão muito valor à estabilidade laboral. sobretudo se tiverem família ao seu encargo.
    Concordam com este comentário: Nostradamus
 
0.0537 seg. NEW