Colocado por: JoelMLi, mas como acompanhei tudo em portugal e aqui na Noruega ao mesmo tempo, vi logo que esse artigo foi escrito muito levianamente e sem qualquer pesquisa... Comparou 4 países e ficou por aí...
Colocado por: ptuga
A verdade é que ninguém e nenhum país, e a meu ver bem, está disposto a aceitar uma taxa de mortalidade de 1,5 a 2% no espaço de dois meses. Imagine-se que agora o Costa dizia em abril e maio vão morrer 150 mil a 200mil portugueses mas em junho todos podemos ir festejar os santos populares à vontade. quem é que aceitaria?
Matematicamente o impacto do vírus é irrisório.. e é essa a verdade desse texto, só que a vida não é só matemática. Em Itália "só" morreram 12mil pessoas e veja-se o impacto que está a ter ao nível social e humano
Colocado por: Luis Santos DuartePelo que percebi a pena irá ser perdoada a pessoas com factores de risco (ex. idade) e a outros em fim de pena.
Colocado por: NTORION
Mas, e por essa ordem de ideias, então, o que nos tem tb ajudado é o clima, pq tivemos no mês de março verdadeiros dias de primavera, com temperatura acima dos 20ºc e até em fevereiro (semana antes do carnaval) isso aconteceu. E já agora podemos reduzir o confinamento social apenas aos dias com temperaturas abaixo do 25ºc :)
Já agora, alguém viu as noticias sobre os USA hj? Então já não têm medicamentos nem equipamentos? Estão a ter casos criticos em pessoas jovens e sem comorbilidades?
E por cá, repararam que disparou o número de internados?
Colocado por: luisvve)daqui resulta ainda que, sendo humana a pulsão de que perante um problema "há que fazer algo", na verdade nada nos diz que "fazer muito" seja mais eficaz (mesmo que apenas no imediato) do que "não fazer nada" (num caso extremo) ou "fazer um pouco".
Colocado por: luisvvO impacto da epidemia talvez não seja muito diferente do que seria o impacto de um ano mau de gripe, em número de mortos, com ou sem medidas, isso não é garantido, mas é cada vez mais provável.
O que me perturba nisto éa facilidade e rapidez com que as opiniões públicas ocidentais aceitaram prescindir da sua liberdade - uma coisa é apoiar os governos nas campanhas de distanciamento social, aceitar recomendações para diminuir contactos sociais, promover activamente o isolamento social de grupos de risco, outra coisa é apoiar a adopção de uma política coerciva do Estado para obter os mesmos resultados - para exigir aos seus governos e aos seus jornais que actuassem com os instrumentos das ditaduras: condicionamento da opinião, silenciamento social da divergência, estado de sítio, etc..
Sendo real, imaginária ou, ainda mais perigoso, comum fundo de realidade empolada por uma imprensa acrítica e elites muito informadas mas pouco cultas, bastou uma ameaça externa ser sentida como suficientemente grande para que tenhamos ido a correr para os braços das lideranças fortes, das medidas musculadas e para a ostracização social da divergência.
Uma boa demonstração de que as democracias não são um dado adquirido e muito menos o estado natural das comunidades, bem pelo contrário, a democracia e a liberdade são contra-intuitivas e exigem um esforço permanente de racionalidade que as defenda.
Colocado por: J.FernandesSe na Europa e na generalidade dos países desenvolvidos vão existir mecanismos que de certa forma vão minorar os efeitos na população da diminuição brutal da atividade económica, já em muitos países pobres que têm fábricas a produzir para exportação os próximos tempos podem muito bem ser de fecho de fábricas, desemprego, fome e as consequentes fatalidades.
Colocado por: pedrocipri
O problema é que não morriam só essas pessoas com o SNS a implodir com tanta gente a precisar de UCI. Podiam chegar a quase 1 Milhão nessas condições..
Colocado por: euPode ser difícil de medir ou estimar os verdadeiros efeitos das medidas, mas é óbvio que "fazer muito" é bastante mais eficaz que "fazer um pouco" ou "não fazer nada".
Colocado por: eu
Não posso concordar com isto.
Pode ser difícil de medir ou estimar os verdadeiros efeitos das medidas, mas é óbvio que "fazer muito" é bastante mais eficaz que "fazer um pouco" ou "não fazer nada".
O facto de os efeitos serem difíceis de medir não implica que as medidas sejam irrelevantes.
Colocado por: eu
Não posso concordar com isto.
Pode ser difícil de medir ou estimar os verdadeiros efeitos das medidas, mas é óbvio que "fazer muito" é bastante mais eficaz que "fazer um pouco" ou "não fazer nada".
O facto de os efeitos serem difíceis de medir não implica que as medidas sejam irrelevantes
Colocado por: CMartinMuitas coisas podem vir a mudar, depois da pandemia.
Colocado por: luisvvNão implica que sejam irrelevantes, da mesma forma que não implica que sejam sequer benéficas. É humano querer fazer algo, mas fazer algo só porque algo tem que ser feito, sem saber se os efeitos serão benéficos é errado.
Colocado por: luisvv
Só para lhe dar um pequeno exemplo de algo feito agora e que parece bom senso mas que terá mais tarde um efeito negativo superior ao benefício: num hospital de Lisboa, determinado procedimento foi suspenso porque não era absolutamente necessário (os doentes ainda conseguiam cumprir uma função fisiológica fundamental, enquanto ainda não estão a fazer determinado tratamento); daqui a 2 ou 3 meses (admitindo que tudo voltou à normalidade) se tiverem iniciado o tratamento, já não terão essa função, sendo que nessa altura a solução é outro procedimento mais invasivo e propício a complicações, com pior qualidade de vida dos doentes. Nessa altura, quando alguns destes morrerem ou passarem por situações terríveis o Pedro não verá esse "deve" na coluna dos prejuízos destas medidas.
Colocado por: J.FernandesPor outro lado, se hoje muita gente só quer é voltar à sua vida de há um mês atrás, daqui a umas semanas serão muitos mais. As pessoas já não querem que nada mude, querem é que tudo volte a ser como dantes.O que me parece perfeitamente natural, o medo da incerteza afinal (face ao que conhecíamos e que nos é, por isso, mais confortável (a nossa zona de conforto)), a não ser, que o futuro diferente seja melhor. E que havia espaço para melhoria, havia, até por razões de alguma saturação de problemáticas sem fim à vista e que nos deixavam com sentimento de frustração e impotência. Como a ecologia. Como alguma mudança de valores. Penso que é praticamente impossível isso não vir a acontecer. A pandemia serviu de mola. Há demasiado falatório nesse sentido, para agora, e especialmente depois disto as pessoas não quererem uma outra verdade.
Colocado por: luisvvhttps://corta-fitas.blogs.sapo.pt/as-modernas-bolas-de-cristal-6898408
Há os que olham para uma epidemia como uma ameaça bélica, com um inimigo bem definido que é preciso vencer heroicamente, com sangue suor e lágrimas ou, ao menos, o sacrifício do isolamento social prolongado, mesmo que isso implique restrições severas à liberdade e a criação de uma economia de guerra.
Estes tendem a acreditar no poder ilimitado do homem e das suas criações, que procuram demonstrar com sofisticadas modelações matemáticas infalíveis, porque "os números não mentem".
Para ter uma ideia clara do que descrevi, penso que o melhor será ler hoje este artigo escrito por Jorge Buescu, cheio de certezas, números e gráficos que, logo no início caracteriza muito bem o problema matemático: "A epidemiologia estuda a forma de propagação de doenças contagiosas. Tratando-se de números, a Matemática tem de intervir. Ora, tal como acontece em Meteorologia ou em Climatologia, a situação é a de estarmos de posse dos dados numéricos actuais e de pretendermos conhecer a evolução futura: no caso da Meteorologia, se vai chover ou fazer sol na próxima semana; no caso da epidemiologia, o que devemos esperar da evolução de uma doença, como é o caso deste vírus. Em resumo: de posse dos dados presentes, queremos prever o futuro."
A Maria que estivesse a ler este artigo enquanto ia a caminho de regar as couves da horta tiraria uma conclusão imediata: se isto é como prever o tempo, o melhor é ter cautela com as previsões e não deixar de aproveitar o sol que está para pôr o milho na eira, porque daqui a uma semana dizem que continua a haver Sol, nem ir a correr a semear os nabos, porque dizem que para a semana chove.
Por razões totalmente estranhas ao bom senso e, neste caso, também ao senso comum, Jorge Buescu resolveu tomar como certas as suas previsões sobre o futuro e, com os números de ontem, a realidade era a seguinte: números de casos positivos a um sexto da previsão que achava mais provável, e a metade da previsão que achava excessivamente conservadora.
Mas a sua certeza, o fascínio dos homens (sobretudo dos homens, neste caso em sentido estrito) pelas bolas de cristal disfarçadas de complexas modelações estatísticas, arrastou consigo uma boa parte da opinião pública que passou, não só a aceitar, mas exigir, medidas imediatas e radicais (as palavras são do mesmo artigo) aos seus governos para nos defender do dramático tsunami que estava para chegar. Buescu não tinha dúvidas: "A taxa de infectados por coronavírus que precisam de cuidados intensivos é de 5%. As minhas projecções indicam que, no dia 23/3, teremos um número de infectados da ordem de 3000. Teremos portanto 150 doentes a precisar de camas de cuidados intensivos. Com grande probabilidade não existe esse número de camas disponíveis em todo o País. E portanto, os serviços entrarão em colapso por falta de meios e os médicos terão de tomar, como já acontece em Itália há mais de uma semana, decisões de vida ou de morte, decidindo quem fica com o ventilador".
A realidade é que mais de uma semana depois da data prevista, não há qualquer sinal do que foi afirmado como certo.
Este modelo mental de abordagem de uma epidemia é, infelizmente, dominante, actualmente, e levou a um conjunto de medidas com fortíssimo impacto social e económico em muitos países (não em todos e muito menos da mesma maneira imediata e radical como por vezes se pretende crer).
Felizmente o discurso dominantes começa a mudar ejá se ouve os responsáveis pela aplicação destas medidas (na verdade a responsabilidade é da opinião pública que as exigiu) a dizer que os números demonstram que tinham razão, as medidas adoptadas fizeram efeito e a situação está a melhorar.
E está mesmo, o pico passou em Itália, terá passado em Espanha (mas só agora se vai começar a notar na mortalidade, há um desfasamento de cerca de sete dias) e os números dos Estados Unidos parecem sugerir (repito para acentuar bem a incerteza) que também aí o pico está muito próximo.
Como me explicava quem tem uma visão alternativa de uma epidemia, 12 a 14 dias depois de entrar na exponencial estamos no pico da infecção, mais sete dias entra a mortalidade no planalto, e depois começa tudo a descer, até acabar tudo na primeira semana de Maio, o mais tardar.
Sim, é a Maria a olhar para o Céu, a ver de onde vem o vento, a sentir a humidade na pele, para saber se semeia os nabos ou põe o milho na eira.
Digamos que é uma bola de cristal mais antiga, menos tecnológica, e com certeza não me permite planear um fogo controlado para daqui a dez dias.
O que fazem as pessoas do fogo controlado é olhar para as bolas de cristal modernas, preparar tudo para o caso de estarem certas, e continuam a olhar para o Céu, confirmando todos os dias em que sentido se está a coisa a encarreirar, vão-se adaptando e só confirmam o fogo controlado quando entram no intervalo de confiança das previsões meteorológicas: nunca mais de três dias.
Uma bola de cristal, é uma bola de cristal, é uma bola de cristal.