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  1.  # 241

    Caro Nuno Nunes
    Já passei exatamente por uma situação similar mas com gesso cartonado, o dono de obra contratou uma empresa (falida) que por sua vez sub contratou um senhor que sub contratou os "artistas". O pouco que fizeram foi tão mau que teve que ser totalmente substituido ( perfis presos a condutas de ventilação) só visto.
  2.  # 242

    Anónimo disse:
    Independentemente do custo, tenham muito cuidado a escolher quem vos vais fazer o projecto.

    Em Novembro do ano passado, resolvi iniciar o projecto da minha vivenda. Pedi um orçamento a um arquitecto conhecido, mas o valor era elevado. Entretanto, uma amiga da minha mulher sugeriu um eng. Civil que conhecia, que fazia o mesmo por menos dinheiro

    Decidi contactar esse Eng. e de facto o valor que ele propôs foi tentador, cerca de metade do valor do arquitecto !!! Na altura perguntei quanto tempo iria demorar, a resposta dele foi um mês para o projecto de arquitectura e outro mês para as especialidades. Decidi aceitar a proposta dele, mas não fizémos contrato escrito (ERRO!!!) pois ainda valorizo a palavra (INGÉNUO).

    Ora bem, o tempo foi passando, e um mês depois ainda não estava nada feito. Passaram-se dois, três, quatro, cinco meses e o projecto ainda não está entregue na câmara !!! Na última reunião, o projecto estava completo, assinei os requerimentos e ele prometeu que no dia seguinte iria entregar tudo na câmara. Passou-se mais de uma semana e ... nada..

    O tipo arranja todo o tipo de desculpas esfarrapadas e até já deixou de atender os meus telefonemas.

    Conclusão: cuidado, que o barato pode sair caro. Eu aprendi a lição, espero que os meus erros possam ajudar-vos.

    Não facilitem NADA. Façam contratos por escrito detalhados, com prazos de execução. Nunca paguem nada antes de terem os projectos efectuados.
    •  
      FD
    • 21 abril 2008

     # 243

    Obrigado pelo seu, infeliz, testemunho... de qualquer forma, boa sorte com isso.

    Mas convém não esquecer que mesmo com contratos e tudo o mais, se as coisas correm mal e se opta por resolver o problema pela via judicial, tudo custa dinheiro (MUITO!) e muito tempo.

    Eu tenho um truque que uso habitualmente neste tipo de coisas. Coloco perguntas e faço pedidos esquisitos, que não são reais, se me disserem que não há problemas e que é tudo cor-de-rosa, fico de pré aviso. Se forem contra aquilo que eu peço ou mostrarem algumas objecções, desde que claramente explicadas, fico mais confiante.
  3.  # 244

    Colocado por: xanaOla!

    Estou neste momento a pedir um orçamento a um arquitecto para fazer o projecto de arquitectura. Ele està a pedir 6000 euros pelo projecto. Quer 50% para a execucao e 50% na entrega do projecto na Camara.

    Alguem me sabe dizer, mais ou menos, quanto custa um projecto de arquitectura?
    Eu pensava que parte do pagamento, normalmente, so' era realizado quando o projecto fosse aprovado. Que tipo de modalidades de pagamento existem?

    O projecto é para uma moradia térrea, com 226 m2 mais garagem. Arquitectura tradicional.

    Obrigado.
    Xana


    o pagamento é faseado, e normalmente é totalmente liquidado na entrega do processo na camara, se houver assistencia á obra existe outro faseamento.
    agora o contrato"" dita direitos e deveres de ambas as partes.
    quanto ao montante é relativo, nesse caso pode ser muito, como normal, depende das condições oferecidas ao cliente, e da solução final.
    cumprimentos

    __________________
    fernando gabriel arquitecto
    www.fernandogabriel.net
    facebook
  4.  # 245

    Sou nova por cá, mas já estou a gostar!
    Tenho seguido as vossas 'discussões' com bastante agrado, sempre com um 'quê' de paixão próprio de quem defende a sua Dama!
    Sou engenheira civil e concordo quando dizem que cada macaco deve ficar no seu galho!
    Os arquitectos são necessários à nossa construção! Diria mesmo indispensáveis!

    O trabalho do engenheiro fica, por regra, escondido pelo do arquitecto, quando é bem feito.
    Mas não há arquitectura que resista a uma má execução ou solução estrutural... Hoje em dia não é fácil uma construção cair, mas o trabalhar da estrutura pode estragar tudo.
    Uma arquitectura feia mas bem executada dura décadas...
    Qual é mais 'feio'?

    Discutem se os arquitectos são bem ou mal pagos. Depende. E os engenheiros?
    São bem pagos, ou mal pagos?
    Trabalho como empreiteiro e já vi muita coisa.
    Desde projectos lindos que para calcular a estabilidade eram o fim do mundo mas exequíveis, como as coisas mais simples que voltaram para trás diversas vezes por indefinições e incompatibilidades...
    Muitas vezes os engenheiros têm que inventar soluções do arco da velha só porque os arquitectos não admitem 'engrossar' um qualquer elemento estrutural!
    Ou o engenheiro que não se preocupa em alterar um pormenor só porque não dá jeito ao cálculo estrutural...

    Deixemo-nos de guerrilhas e comecemos a trabalhar em conjunto para um mesmo
    fim:
    Construção bonita e bem calculada!

    Os empreiteiros também andam um bocado mal vistos, mas acreditem quando digo que a convivência com projectistas não é fácil!
    Já alguém disse: Galinha gorda por pouco dinheiro não há no poleiro!
    Aplica-se ao projecto e à execução.
    Quem anda em obra não anda só atrás dos erros e omissões, muitas vezes há surpresas!
    Projectos bem feitos saem mais baratos em obra. Se estiver tudo bem definido não se perde tempo a esclarecer dúvidas e há tempo para orçamentar os trabalhos e materiais convenientemente.
    Pode-se fazer uma consulta mais alargada e negoceia-se melhor com os fornecedores. Se surge uma alteração de repente vai-se comprar ao que entrega mais rápido, sem discutir muito o custo nem consultar a concorrência...

    Não poupem muito no projecto, se a esmola for muita desconfiem. Quem está na área sabe o que é preciso, quem não está, por favor, pergunte! Este fórum está fantástico, cheio de gente pronta a partilhar experiências e conhecimentos!

    Lembrem-se de ter os projectos compatibilizados antes de iniciar a obra!
    Depois de a obra arrancar é pior... Já tive tubagens de ventilação a passar a meio das escadas... Tubos de queda dentro de roupeiros... Abastecimento de água em paredes de pedra (alvenaria de granito antiga) a manter à vista...
    Acho que já me esqueci de muitas! Ainda bem...

    A velha questão da tabela de honorários é outra novela digna de referência!
    Como se orçamenta um projecto?
    Como é que o arquitecto sabe se aquele cliente vai ser dos 'chatos' ou dos 'descomplicados' antes de ter conhecimento do projecto? Se não existe um ante-projecto pode aplicar um factor '****ço' razoável, mas fica caro...
    Como é que o engenheiro sabe se a arquitectura vem bem definida antes de analisar o projecto e identificar as falhas? Entretanto já gastou metade do tempo estimado só a esclarecer dúvidas e tem de acelerar na concepção...

    Quem nunca teve de lidar com estas questões não tem noção dos custos, do tempo e das chatices envolvidas.
    E há prazos a cumprir. Seja por licenciamentos ou por financiamentos.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Pedro Barradas, oskar
  5.  # 246

    PauloPires disse:
    Boa tarde!
    Tenho seguido com atenção este forum, mas nunca tinha comentado! Agora surgiu-me uma situação: o meu arquitecto formou-se á aproximadamente 4 anos mas n exercia e agora iniciou uma actividade por conta própria e uma vez q é meu colega apostei nele contudo ao mostrar-me o projecto e dps de lhe explicar o q qria fiquei desiludido~... Não era nada daquilo que eu queria, muito diferente do que tinha em mente nao em interiores mas sim nos exteriores. Apesar de não ter tido coragem por colocar aquele projecto por terra, fui dizendo que nao gostava daquilo e mais daquilo etc.. Só que se passa o seguinte.. Todos aqueles pormenores que ele frisava que eram particulares naquela moradia, eram os que eu pessoalmente retirava.. TODOS!! sem excepção! E vai ser isso que terei de lhe dizer numa proxima reunião! Achei estranho nao houve mais sugestoes so aquela!!
    Resumindo: Optei por um conhecido que levava mais barato, sem conhecer o trabalho dele só porque iria poupar uns cobres e achei que me faria um bom trabalho analisando a sua proposta. Recusei um outro que cobrava o dobro (uma exurbitância comparado com os preços q vocês referem atrás), arquitecto este cujos trabalhos simplesmente ADORO!! Não sei até que ponto compensa poupar logo no inicio, antes mais caro do que uma pechincha q depois tenham q conviver com ela pra sempre!!!
    • RJ
    • 26 abril 2008

     # 247

    bom dia,
    estou no inicio da construção de uma casa, já adquiri o terreno rustico e passei pela fase dos orçamentos a arqº e gostaria de dar a minha opnião sobre tudo o que já li.
    1- O arq é o criativo e o engº o objectivo, são os dois essenciais a um bom projecto.
    2- se deixarem tudo ao critério do Arq vão ter uma casa magnifica no papel mas depois não temos dinheiro para a fazer.
    4- entregar sempre ao arq uma lista de necessidades (tipo caderno de encargos) e ele diz se é possivel ou não pois tem melhor noção de espaço, explicar ao arq que o que pretendemos é importante pois, nós podemos lá passar o resto da nossa vida ao passo que o arq pode nunca mais ver a casa que projectou, logo é importante a casa ficar ao nosso gosto e não ao gosto do arq.(eles têm um pouco a "mania" que estão a fazer uma obra de arte deles mas não, estão a projectar a "nossa" casa.
    5- o acompanhamento de obra pelo que sei tem que ser acompanhado pelo um engº é é pelo engº que tem que ser pois ele tem um conhecimento muito mais concreto de construção, e claro é mais objectivo.
    6- entregar a obra a um construtor amigo do arq ou eng...entregar o ouro ao bandido.
    8- o projecto de execução como o entendi é o detalhe do que se pretende fazer e é importante para poupar dinheiro mas uma vez mais em todas as areas, num projecto uma boa gestão de projecto é muito importante para fazer as coisas bem feitas e controlar os custos. Ter alguem de confiança e com conhecimentos a controlar a obra é muito importante.
    9- fazer um caderno de encargos o mais preciso possivel, tudo por escrito na resposta por parte do empreiteiro, mais vale demorar 3 meses a fazer um documento bem feito e só depois negociar e adjudicar que, fazer à pressa a adjudicação, a obra vai demorar mais tempo com as muitas indefiniçoes que vão surgir e claro, vai ficar muito mais cara.
    10- em todos os mercados é a lei do mercado que deve prevalecer, embora já tenha lido arq a queixarem-se de se ganhar pouco em Portugal, os mesmo devem-se enquadrar com a realidade dos portugueses e se querem ganhar muito, têm que ir para o estrangeiro como fazem muitos portugueses, os que querem ganhar mais ou então, pertencem a elite e morar ou trabalhar em zonas onde o dinheiro abunda tipo linha e outros.

    Sou eng mas de uma outra área (tele), todos nos queixamos que ganhamos pouco, mas tenho a clara ideia que aplicar por norma, uma percentagem ao valor de um projecto é uma forma simplista e injusta de fazer um orçamento, uma casa com 400M2 pode ter a mesma composição de uma com 200m2 só que com áreas e materiais muito diferentes vais custar o dobro mas dar o mesmo trabalho ao arq. As impressões ficam todas ao mesmo valor, estamos a falar só de mão de obra especializada para um projecto especifico logo, a base de calculo deverá ser feita no numero de horas necessárias para fazer o tal projecto, considerando X horas para reuniões e outras... se for para um conjunto de casas iguais (tipo moradias 15 ao todo)como eu já vi bons arq a fazerem 2500E por casa já com especialidas
  6.  # 248

    Depois de ler todos estes posts sinto-me um previligiado por ter tido principalmente duas pessoas que me conceberam o meu projecto, apesar de ter sido eu que o idealizei e lhe fiz os primeiros rabiscos. As duas pessoas, um é o meu cunhado e um amigo, ambos Engº Civis que se aplicaram ao máximo neste meu projecto. Pode não ser o mais lindo e o mais maravilhoso projecto do mundo, mas está feito ao meu gosto e é o que interessa.

    Agora uma pergunta muito simples, como é que se resolve o possivel conflito de interesses entre um Arquitecto e um Engenheiro? Será a melhor opção entregar o projecto a um Atlier onde trabalhe essas duas espcialidades de forma a que ambos trabalhem em conjunto deste inicio?

    Uma outra pergunta como está o mercado, existe suficiente procura para tantos Arquitectos e Engenheiros formados?

    Ao ler o post do nosso "empreiteiro" do fórum, pagc, qualquer pessoa fica estarrecida e desconfiada de tudo e de todos. O que parece é que por muito bem que se faça um caderno de encargos, o mesmo poderá ser sempre "trapaceado" se a obra não for muito bem controlada? Mas como é que se consegue estar numa obra todo o santo dia a "fiscalizar" o tipo de material que é lá colocado, o mesmo até disse que consegue arranjar material com etiquetagem adulterada?

    Sugestões?

    http://montedochafariz.blogspot.com/
  7.  # 249

    Caro afsantos

    Não me considero empreiteiro, apenas, trabalho actualmente para eles, assim como trabalho para outros intervenientes num processo de construção. Tenho tido a sorte ou o azar, de ter tipo posições, que me permitiram, ser um observador (mais ou menos cruel) das actuações dos diversos intervenientes no processo de construção.

    Relativamente à prática das embalagens adulteradas é algo demasiado simplista e até perigoso para se poupar dinheiro. Para se poupar dinheiro, existem muitos outros locais, onde a poupança é superior com bastantes menos riscos. O que não quer dizer que não se faça.

    Lembro-lhe, no entanto, que as pessoas adoram ser enganadas e enganam-se a elas próprias. Neste tópico, já se demonstrou que que um preço elevado, não é sinónimo de qualidade, mas um preço demasiado baixo, é concerteza um sinónimo de falta dela. Quando você consegue esmagar o preço de um trabalho e obter um custo 30 ou 40% mais baixo, fica todo feliz porque fez um grande negócio. Pergunto eu, já imaginou de onde é que se tirou dinheiro? Acaso acredita que saiu da margem da empresa / projectista que lhe vai fazer o trabalho?

    Respondendo à sua pergunta.

    Não consegue controlar a menos que lá esteja o santo dia e mesmo assim terá de ter conhecimentos para tal.

    E deixe-me que lhe diga outra coisa que lhe irá por os cabelos em pé e se calhar não só a si. A qualidade do trabalho não se mede pela qualidade dos materias que entram em obra, mas sim pelo cuidado posto na sua aplicação. Os materiais hoje têm na generalidade, niveis qualitativos mais do que suficientes. Controle a melhor tinta do mundo e esqueça-se de cumprir as instruções da ficha técnica e vai ver o resultado.

    Leio muitas vezes aqui no fórum, referências a material de 1ª qualidade. Pergunto eu: O que distingue um azuleijo ou mosaico de 1ª qualidade de um azuleijo ou mosaico de 2ª qualidade? Quando souber, diga-me em que é que isso altera a qualidade final. Não estou a defender material de 2ª, mas a tentar demonstrar em como fácilmente se olha na direcção errada, na questão do controle de qualidade.

    Cumps
    Estas pessoas agradeceram este comentário: afsantos, ARTrolha
  8.  # 250

    Anónimo disse:
    Para ajudar á discussão aqui fica o meu comentário.

    Sou arquitecto e não cobro menos de 10.000,00 euros por um projecto de uma moradia. Estou a falar de um projecto de arquitectura completo, desde os primeiros estudos até ao fim da obra, incluindo telas finais. E não, não sou rico.

    É fácil para que está de fora achar que o valor é demasiado elevado, mesmo uma roubalheira, mas garanto-vos que não tenho falta de clientes. Podia perfeitamente cobrar menos de metade e ter a mesma margem de lucro, mas existe uma coisa que se chama ética profissional que presso acima de tudo, e tenho o prazer de gostar de todos os meus projectos e de chamar amigos a todos os meus clientes.

    Para quem não está no meio da arquitectura aqui ficam umas dicas de como um arquitecto pode poupar para cobrar honorários mais baixos (e deixar o cliente satisfeito por achar que fez um grande negócio).

    1. Não conhecer o cliente ou quem vai morar na casa. Apenas apresentar a primeira solução que vem à cabeça, mesmo que seja o oposto do que o cliente precisa.
    2. Colocar um estagiário, de preferência a trabalhar de graça, a fazer todo o projecto sem preocupações de coordenar os vários desenhos.
    3. Fazer só o projecto de licenciamento, de preferência conseguindo colocar todas as plantas, alçados e corte na mesma folha (custa menos a imprimir e a dobrar).
    4. Mandar o cliente à câmara tratar de todas as coisas, nomeadamente arranjar extractos do PDM, plantas de situação, declarações, etc.
    5. Entregar o projecto na câmara sem uma ou duas reuniões prévias nem rever os desenhos (como por exemplo perceber onde vai passar a chaminé ou onde descem os canos do esgoto). Os erros serão enumerados pelos arquitectos da câmara (para que é que vou perder tempo a ver os desenhos se os outros vão fazer o mesmo)
    6. Culpar o cliente por faltas de documentação na instrução do processo (ele é que foi à câmara ele é que devia tratar disso)
    7. Começar a falar com os engenheiros depois do projecto estar aprovado, ou melhor ainda, nem pensar nisso e cobrar pelas alterações que tenham de ser feitas à arquitectura por falta de coordenação (afinal o valor de honorários foi tão baixo que não dá para tudo)
    8. Não ajudar o cliente na escolha de materiais nem os acompanhar em idas aos fornecedores.
    9. Cobrar por alterações ao projecto, que mesmo que sejam culpa do arquitecto/a, a câmara é que é o bode expiatório e a culpada de tudo (e em última análise o cliente que lidou com ela)

    Enfim, podia continuar mas acho que já perceberam por que é que uns fazem desenhos "baratos" e outros projectos "caros".

    Um projecto de arquitectura, especialmente para uma casa, deve ser um investimento. Vão morar nela se calhar os melhores anos da vossa vida e parece-me razoável pensar que deverá ter o máximo de qualidade que poderem pagar (projectos e construção). Outro aspecto importante é o facto de constituir um investimento que mais tarde poderá ser rentabilizado. Um projecto nosso está inscrito numa empresa que procura locais para filmar publicidade e filmes, e cada vez que vão lá filmar... digamos que é bem pago.

    Estes são todos os aspectos que devem ter em conta cquando procuram um arquitecto, e já agora, não pensem nos honorários dos arquitectos como sendo uma coisa à parte. Faz mais sentido pensar num valor global que inclua tudo: arquitectura, especialidades, construção e custos camarários.

    Para finalizar e a título de curiosidade, numa das minhas primeiras obras, o cliente decidiu poupar dinheiro contratando um agente técnico para fazer a estrutura da casa. Atenção que não tenho nada contra os agentes técnicos.
    Como a arquitectura tinha algumas exigências, o dito senhor não se sentiu muto confortável e decidiu carregar no betão e no ferro de tal maneira, que até o empreiteiro em obra estranhou. O resultado foi que o custo adicional em betão e ferro ultrapassou largamente a diferença de custo de honorários do engenheiro que na altura trabalhava regulamente conosco e o qual já tinha estudado um pré-dimensionamento.

    Atenciosamente
  9.  # 251

    Caro Anónimo,

    Gostei muito do seu comentário. Tem razão em tudo o que diz, mas…

    Como é que o cliente pode distinguir os arquitecto que cobram 10 000 euros pelo projecto, porque são profissionais, daqueles que apresentam esse valor porque fica bem cobrar tanto, mas depois não fazem um projecto de qualidade??

    Quando os clientes escolhem arquitectos ou outros profissionais que fazem um projecto por 2500 euros já sabem que não vão ter um projecto de qualidade. Mas quando um arquitecto apresenta um valor, como esses 10 000 euros, esperamos qualidade, profissionalismo e acompanhamento de todas as fases do projecto.

    Uma pergunta para os arquitectos e clientes deste fórum:

    Como iniciam a fase de Estudo Prévio? São apresentados exemplos de projectos, fotos de casas, etc?? Como é que os arquitectos ficam com uma ideia do que o cliente quer?

    Tenho um familiar meu que está a fazer um projecto de arquitectura e está nesta fase. A arquitecta não mostrou nada, falaram apenas do que queriam. Entretanto já passou mais de 1 mês e ainda não apresentou nada. Parece que está a fazer um projecto detalhado sem mostrar nada ao cliente. Não seria mais normal mostrar primeiro um esboço ao cliente para saber se estava no caminho certo em vez de estar a fazer uma coisa tão detalhada?

    Cumprimentos,
    Xana
  10.  # 252

    Anónimo disse:
    Cara Xana

    "Como é que o cliente pode distinguir os arquitecto que cobram 10 000 euros pelo projecto, porque são profissionais, daqueles que apresentam esse valor porque fica bem cobrar tanto, mas depois não fazem um projecto de qualidade??"

    A distinção é mais fácil do que parece.

    1. Ver projectos anteriores. Não quero dizer que quem não tenha feito um projecto do tipo "A" não tenha capacidade para o fazer e bem, antes pelo contrário. Por projectos anteriores conseguem perceber o nível de detalhe que o arquitecto/a desenvolve e a qualidade que procura. Uma coisa é mostrar um projecto anterior com fotografias do exterior, outra é mostrar pormenores construidos do interior e explicar o porque de se ter feito de uma maneira e não de outra.

    2. Instalações. Ir ao gabinete do arquitecto e ver os meios que usa para efectuar o trabalho e a qualidade das instalações. A ideia de casa de ferreiro com espeto de pau só mostra desleixo e não será de esperar melhor do projecto (já estou a ouvir o protesto de vários colegas).

    3. Falar com o arquitecto e ver a receptividade e acima de tudo a disponibilidade em esclarecer todas as dúvidas, mas mesmo todas, sem usar linguagem incompreencível. Se o cliente não compreende no que se está a meter (perdõem-me a expressão) então de certeza que não irá ficar satisfeito com o resultado porque irão ser mais as surpessas más do que as boas.

    4. Discutir o contrato e o que está ou não incluido no trabalho. No atelier fazemos uma acta de cada reunião em que se discutem questões que envolvam dinheiro ou trabalho, de forma a termos a certeza que todas as partes tem o mesmo entendimento do assunto.

    5. Perceber a receptividade do arquitecto/a à desenvolver o projecto de execução. É essencial que o mesmo seja feito para a obra, caso contrário todos os problemas que surgem durante a construção são resolvidos pelo empreiteiro, bem ou mal, mas numa perspectiva pontual, ou seja, a pensar apenas naquele problema e não nas implicações que a solução adoptada possa ter em outras partes da construção. Pensar a obra num todo é primeiro obrigação de quem faz o projecto.



    "Quando os clientes escolhem arquitectos ou outros profissionais que fazem um projecto por 2500 euros já sabem que não vão ter um projecto de qualidade. Mas quando um arquitecto apresenta um valor, como esses 10 000 euros, esperamos qualidade, profissionalismo e acompanhamento de todas as fases do projecto."

    A sua frase põe o dedo na ferida. Porquer é que pagamos para obter um projecto que não presta? Muitas pessoas estão dispostas a gastar 25000 euros num carro, mas nem pensar em gastar mais 3000 ou 4000 euros no projecto da casa onde vão viver nos próximos 20 anos. Existe uma cultura de pouca exigência e chateamo-nos porque pagamos pouco e obtemos má qualidade com isso.



    "Como iniciam a fase de Estudo Prévio? São apresentados exemplos de projectos, fotos de casas, etc?? Como é que os arquitectos ficam com uma ideia do que o cliente quer?"

    Procuramos que o cliente nos traga um livro de recortes das coisas que gosta e não gosta. Quem não está no meio da arquitectura e da construção tem grande dificuldade em expressar os seus gostos, e com um livro de recortes é fácil perceber não a imagem do que o cliente gosta mas o que o leva a gostar de determinada imagem/ideia. Partimos dai e de várias conversas para criarmos as primeiras ideias.

    Quanto ao seu familiar, a minha sugestão é que deverá acertar um calendário com a Arquitecta para ambos estarem em sintonia. Um projecto é uma coisa que leva tempo, ás vezes muito tempo.
  11.  # 253

    Olá.

    Tenho uma dúvida em relação a quando se elabora o Projecto de Execuçao.

    Na proposta que tenho diz que faz o Proj. de Execuçao 45 dias uteis após a aprovação do Proj. de Arquitectura pela Camara. Para mim isto não faz sentido. Uma das mais valia de fazer este projecto é ter uma ideia concreta do custo de construçao. Se o Proj de Arquitectura já está aprovado e depois o Proj de Execuçao orçamenta a obra muito acima do valor disponivel temos de alterar o Proj. de Arquitectura.

    Eu até entendo que o Proj de Arquitectura submetido á Camara pode sofrer alteraçoes, exigidas por esta. E se o Proj de Execução ja estiver feito teriamos também de alterar este projecto. Mas mesmo assim não faz sentido para mim fazer o Proj de Execução após a aprovaçao do Proj. de Arquitectura.

    Tenho lido aqui no forum muitas pessoas, na fase de pedir orçamentos a empreiteiros, a constatarem que afinal não têm dinheiro para construir a sua casa e depois têm de alterar os seus projectos. Como é obvio ninguém quer estar nesta situação. Depois de uma caminhada tão longa chegar ao momento crucial e ter de dar vários passos atrás.

    Pergunto então aos Arquitectos deste forúm: Quando é que fazem os Projectos de Execução? Depois de o Projecto de Arquitcetura estar aprovado ou antes?

    Obrigado.
    Xana
  12.  # 254

    O Projecto de Execução de Arquitectura, É uma fase de projecto como qq outra.
    De qualquer maneira, na elaboração do Projecto Base (licenciamento) é tido sempre em consideração as permissas contratuais com o dono de obra, das quais destaco o custo de construção de referência aprovado por ambos.

    A indicação em proposta de honorários, do começo da elaboração de projecto de execução após aprovação pela entidade licenciadora, é uma mera precaução do projectista, quanto a alguma alteração exigida pela entidade na fase de licenciamento.

    Também permite ao dono de obra e projectista um TEMPO de reflexão sobre o projecto submetido, normalmente surgem novos dados a ter em consideração em sede de Projecto de Execução, que podem destruir opções tomadas prematuramente...

    Além disso, exige-se a compatibilização da Arquitectura com as Especialidades e vice-versa...
  13.  # 255

    Caro Pedro Barradas,

    obrigado pelo seu comentário.

    No entanto, continuo sem entender o porquê de fazer o Proj. de Execução após o Proj. de Arquitectura estar aprovado. Parece-me que perdemos mais valias deste modo.

    Concordo que seja uma precaução no caso de existirem alteraçoes exigidas pela Camara. É menos um projecto que se tem de alterar. Mas se virmos noutra perspectiva é tb só mais um que tem de se alterar... :-))) Se a Camara exigir alteraçoes estas têm de ser feitas no Projecto de Arquitectura e nos vários Projectos de Especialidades.

    Quando diz que o Proj de Arquitectura é feito tendo em conta o orçamento disponivel pelo cliente, dá a entender que deste modo o cliente não tem de se preocupar com os custos de construçao. Que no fim terá um projecto dentro dos seu orçamento. Contudo, o que temos visto neste forum dá a entender o contrário. Não acredito que as várias pessoas que estão a pedir orçamentos a empreiteiros, não disseram no inicio de elaboraçao do projecto, que só tinham X para construir a casa.

    É muito fácil quando estamos a pensar no projecto da nossa casa adicionar mais um quarto, pôr janelas XPTO, querer determinados acabamentos, etc. É fácil fazer isto porque não temos ideia do custo total. E segundo percebi neste forum, só temos uma ideia do custo total com o Proj de Execução. Agora está a dizer-me que o Arquitecto faz o projecto tendo em conta o orçamento dado pelo cliente. Como é que o arquitecto consegue garantir isto? Como é que calcula o custo de construção a partir do Proj de arquitectura?

    Eu só entendo este faseamento se depois for extremamente fácil alterar o Proj de Arquitectura já aprovado.... Mas pela experiência que tenho nas Camaras não me parece....

    cumprimentos,
    Xana
  14.  # 256

    ... existem sempre indicadores de preço, que afectamos impiricamente à solução final do projecto.

    Em sede de Projecto de execução, define-se a natureza dos materiais de acabamento; a maior ou menor complexidade dos interiores; carpintarias, caixilharias, ferragens, sistemas de iluminação, tectos falsos, equipamentos, climatização, etc... Estes artigos podem, ou não fazer disparar o preço de construção.

    O mesmo Projecto base, apenas alterando o acabamento em revestimentos de tectos, paredes e pavimentos, poderá ter uma diferença de 100€/m2... ou mais.
  15.  # 257

    Como já vimos, em outros posts, só no tipo/ marca de sistema de revestimento tipo ETICS, poderá custar, 25€/ m2 ou 60€/m2...
  16.  # 258

    Caro Pedro Barradas,

    Para mim tudo o que refere como:

    Complexidade dos interiores; carpintarias, caixilharias, ferragens, sistemas de iluminação, tectos falsos, equipamentos, climatização, etc...”

    “tipo/ marca de sistema de revestimento tipo ETICS, poderá custar, 25€/ m2 ou 60€/m2...”

    faz parte da minha casa, e definir-se tudo isto só depois do Proj de Arquitectura estar aprovado parece-me errado.

    Ao dizer que: “apenas alterando o acabamento em revestimentos de tectos, paredes e pavimentos, poderá ter uma diferença de 100€/m2... ou mais.” está a dar-me razão.

    Ao fazerem o Proj. de Execução no fim, após aprovação do Proj. de Arquitectura, estão a diminuir a sua importância e utilidade. Eu sei que este Proj. não é obrigatório, e talvez seja por isso que é passado para segundo plano. Mas quem está disposto a pagar por este projecto deve tirar o máximo partido do mesmo.

    Para a maioria das pessoas, uma casa não são só 4 paredes e um telhado feitos com uma arquitectura XPTO. Os acabamentos, climatização, área das divisões, isolamento etc são igualmente importantes. Porquê só fazer contas destes custos depois do projecto de arquitectura aprovado?

    Existe uma pessoa deste fórum que, depois do Proj de Arqt. aprovado, viu que não tinha dinheiro suficiente e decidiu apostar na qualidade dos acabamentos e diminuir a área de construção. É nesta situação que o Proj de Execução faz sentido. Encontrar um compromisso entre a área de construção, arquitectura e acabamentos que o nosso orçamento e gosto permitem. Mas isto só faz sentido se o Proj de Execução for feito em paralelo com o de Arquitectura. Fazer isto assim deve dar MUITO trabalho. E deve ser por isso que só fazem este Proj no fim. Outra razão que encontro é nos custos de alterações a Projectos de Arquitectura já aprovados. Se o cliente vê, após fazer o proj de execução, que não tem dinheiro para construir aquela casa quem assume a despesa das alterações ao projecto de arquitectura?

    Eu não aceito que a única justificação para fazer o Proj de Execução no fim seja:

    “ uma mera precaução do projectista, quanto a alguma alteração exigida pela entidade na fase de licenciamento.”

    E as alterações ao projecto de arquitectura já aprovado, que de certeza terão de ser feitas, porque o cliente afinal quer investir mais nos acabamentos e para tal tem de diminuir a área de construção. Ou quer investir mais num determinado tipo de aquecimento mais caro…. .. Este trabalho a mais, atrasos nos prazos, não justifica fazer o Proj de Execução paralelamente ao de Arquitectura, e só submeter o Proj de Arquitectura quando tivermos o Proj de Execução feito com um orçamento, acabamentos, arquitectura aceite pelo cliente?

    O proj de Execução, como eu o vejo, não serve só para facilitar o pedido de orçamentos a empreiteiros. Serve também para gerir que casa podemos fazer com orçamento que temos disponível. E aqui entra a arquitectura da casa, acabamentos, climatização, isolamento etc.

    É assim tão errado querer saber qual a CASA que podemos fazer com X euros, antes de submeter o proj á Câmara? Não é para isso que o Proj de Execuçao serve?

    Xana
  17.  # 259

    Xana

    Não é necessário fazer um projecto de execução (embora ajude muito) para se ter um orçamento realista e evitar essas situações. Com o projecto de licenciamento já se consegue fazer uma estimativa realista. Penso aliás que o orçamento / estimativa deverá anteceder o projecto de execução, porque este é muito caro parase andar a fazer e depois verificar-mos que não temos dinheiro para executar aquela solução.

    Esta situações não se passam porque o que os nossos projectistas na generalidade querem, é vender um projecto em papel, que pouco trabalho dá e depois largarem o assunto, quer porque dá muito trabalho, quer porque não o sabem fazer, abandonando o cliente às máfias do empreiteiros, onde são enganados na qualidade. Claro que há excepções, mas no reino das vivendas, são isso mesmo, excepções.
  18.  # 260

    ... quando se toma a opção por uma solução construtiva de base, em sede de licenciamento, já se está a apontar para um determinado target de custo final...

    O que acontece em muitos licenciamentos é serem muito parcos em informação de base... Uma memoria Descritiva de 3 ou 4 páginas e já está...
    Faço questão de em sede de licenciamento/ base, haver uma Memória Descritiva com o máximo de informação técnica relevante. Normalmente tem mais de 12 paginas, com letra 10... ;)
 
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