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  1. Percebo perfeitamente o seu ponto de vista. Mas repare que trabalhar de borla pode ser uma espécie de dumping. Não o será se o nº de casos for residual, mas se se tornar comum...


    Eu só trabalho de borla se tiver algum benefício (e os benefícios não são exclusivamente de ordem material e imediatos), e se o benefício for suficientemente motivador como alternativa à situação prévia.
  2. Lembrei-me agora de algo que se falou já aqui.

    11% dos trabalhadores privados ganham o SMN. Quantos destes não recebem outro tanto pela "porta do cavalo"? Na realidade esta percentagem é capaz de descer para metade.

  3. Até pode ter um efeito positivo (a prazo, claro): liberta mão de obra para actividades mais produtivas e,sobretudo, "obriga" a sociedade a encontrar negócios mais rentáveis.


    Depende da mão-de-obra libertada.
    • eu
    • 1 outubro 2014
    Colocado por: luisvvSe ao contratá-lo o empregador correr o risco de o ter na empresa para o resto da vida, a predisposição para o contratar é menor.

    Já ouviu falar no conceito de "contrato a termo certo" ?
    • luisvv
    • 1 outubro 2014 editado

    Como já disseram anteriormente, existe um enorme diferença em termos de poder negocial entre patrão/empregado (leia-se, com o desemprego que existe hj em dia, as empresas têm a faca e o queijo na mão. O empregado não tem muito poder na negociação... ou agarra o que lhe oferecem, seja bom ou mal, ou siga que há mais gente à espera... )
    Na minha ótica o SMN é bom exatamente para impedir práticas abusivas de salários, que iriam se alastrar como fogo no tecido empresarial.
    Vamos supor que empresa A tem 5 trabalhadores a ganhar o SMN.
    O salário é então "liberalizado".
    A empresa A manda embora os 5 trabalhadores que ganhavam o SMN e contrata outros 5 a ganharem 300€ por mês.
    Mas dai dizem: ah e tal, como o salário já é livre, a empresa pode contratar mais gente!
    Acham que sim? Se a empresa A tinha 5 trabalhadores antes que davam conta do serviço, não há de contratar 10, sabendo que 5 dão conta do recado...
    E o triste é que vão sempre haver pessoas que estão desesperadas por ganhar algum e vão aceitar o trabalho. Ora a empresa B vê o que a empresa A fez, imita.. e a C.. e a D.. e por aí afora.
    Era bonito era...


    Muito bem. Então, porque é que só 11% dos trabalhadores recebem actualmente o SMN?


    Faz lembrar um pouco o mercado da energia. Diziam que quando o mercado fosse liberalizado, os preços baixariam por causa da concorrência e tal...
    Engraçado que a minha fatura de luz só aumenta...

    Não sei quem dizia isso, tendo em conta que o preço da energia é fixado por uma entidade reguladora.
  4. Colocado por: mog


    Claro que são situações pontuais e por isso mesmo as possíveis consequências que descrevi não aconteceram! Agora, o que não podemos é aceitar por princípio o trabalho gratuito como algo absolutamente normal, pois se assim for às tantas a excepção deixa cada vez mais de o ser!


    Se são 'situações pontuais' então por força da lógica não é 'algo absolutamente normal'. É um oxímoro.
    •  
      Tyrande
    • 1 outubro 2014 editado


    Muito bem. Então, porque é que só 11% dos trabalhadores recebem actualmente o SMN?

    11% recebem somente o SMN... ou seja, uma pessoa que ganhe 500 euros (agora até já é menos que o SMN), já não entra para essa estatística...
    Por exemplo, no meu local de trabalho poucos ganham o SMN. Mas "o grosso" pouco mais que isso ganha! Mas lá está, já não entram para os famosos 11%.
    Interessante era ver estatística de % de salários por níveis...
    tipo:
    % que ganha SMN: 11%
    % que ganha entre o SMN e 600€:
    % que ganha em 600 a 800€:
    % que ganha entre 800 a 1000€:
    e por ai afora...
    quase que aposto que a % do intervalo entre SMN e 600€ seria bem interessante..

    EDIT: aqui está uma estatística interessante, de 2009

    "Assim, segundo o INE (Quadro I), no 1º Trimestre de 2009, 1.577.100 trabalhadores por conta de outrem, ou seja, 40,6% do total de trabalhadores tinham um salário liquido inferior a 600 euros por mês. Apenas 483,1 mil, ou seja, 12,4% do total, recebiam um salário líquido mensal superior a 1.200 euros por mês. Os que recebiam mais de 1.800 euros por mês eram apenas 3,8% do total. "

    http://resistir.info/e_rosa/tcos_2009.html
  5. Colocado por: Tyrande"Assim, segundo o INE (Quadro I), no 1º Trimestre de 2009, 1.577.100 trabalhadores por conta de outrem, ou seja, 40,6% do total de trabalhadores tinham um salário liquido inferior a 600 euros por mês. Apenas 483,1 mil, ou seja, 12,4% do total, recebiam um salário líquido mensal superior a 1.200 euros por mês. Os que recebiam mais de 1.800 euros por mês eram apenas 3,8% do total. "

    Apenas mais uma prova de que o SMN é, proporcionalmente, demasiado elevado em Portugal.

  6. 11% recebemsomenteo SMN... ou seja, uma pessoa que ganhe 500 euros (agora até já é menos que o SMN), já não entra para essa estatística...
    Por exemplo, no meu local de trabalho poucos ganham o SMN. Mas "o grosso" pouco mais que isso ganha! Mas lá está, já não entram para os famosos 11%.

    O que não altera em nada o raciocínio: se o poder negocial está do lado do patrão, e a barreira é o SMN, podemos concluir que há algo de errado na sua empresa ou no seu raciocínio..



    Interessante era ver estatística de % de salários por níveis...
    (..)
    quase que aposto que a % do intervalo entre SMN e 600€ seria bem interessante..


    O que não altera nada o raciocínio: a tal barreira está ainda mais abaixo..

    (já agora, para ter como ponto de comparação, em 2009 o SMN era de 450 brutos, 400 líquidos);
  7. Um video sobre o salário minimo nacional:

    http://videos.sapo.pt/h82bZzEDAN5QvVfqWfoE
    • Neon
    • 2 outubro 2014
    Colocado por: danobregaNão é necessário que seja assim. Há trabalhos que deixam de fazer sentido com a imposição do salário mínimo, porque os produtos e serviços produzidos ficam por um preço que ninguém quer comprar, ou porque a automação dessas tarefas fica por um valor mais baixo que o salário mínimo.


    Mas se uma faca de cozinha custa 5€ e uma tesoura 3€, porque raio havemos de querer que exista um amolador, quando a sua existência só se justifica se ele cobrar menos do que o preço de uma pastilha elástica pela prestação do seu serviço? Não seria mais razoavel po-lo a fazer facas e tesouras ou até mesmo pastilhas elasticas?
    Porque não aceitar que aquela actividade, neste momento não faz sentido. Ainda que num futuro quem sabe até o possa fazer?


    Colocado por: J.FernandesVocê está a ver a questão ao contrário do que eu a pus. Não se trata de baixar o salário de ninguém, nunca aqui o defendi, trata-se de não subir o SMN, para não elevar a barreira para novas contratações de pessoal jovem e não qualificado. A sua pergunta deveria ser portanto: "Com este nível de SMN consigo dar o primeiro emprego a este jovem?"


    Pois....entendo...."fim do SMN", "fim daregulamentação laboral" e agora esta peróla, quando antes disse...

    Colocado por: J.FernandesSe a remuneração não baixar por impedimentos legais como é que julga que se vai dar a volta à situação? A resposta parece-me óbvia: menos contratações e não renovação de alguns contratos a prazo.


    Retiro as minhas questões anteriormente colocadas


    Colocado por: J.FernandesDefender a ausência de regulamentação laboral não é defender a baixa do salário de ninguém


    Com toda a cristalinidade, nem me atrevo a perguntar-lhe o que entende por ausência de regulamentação laboral


    Colocado por: J.FernandesA questão que está aqui em discussão é a seguinte: se um trabalhador e a entidade patronal acordarem num salário de 350€/mês, qual a vantagem que a sociedade retira no facto de o estado impedir esse acordo, preferindo que o trabalhador continue em casa com 0€. Os 30% ou mais de desemprego jovem (já se questionaram porque é esta taxa é bastante superior à taxa da população em geral?) são um preço aceitável a pagar por um SMN "digno"?


    No meu ponto de vista, 350€ é uma salario baixo para o custo de vida que temos (já o aceitaria se a renda da casa fossem 50€, o prato da sopa fossem 10 centimos e o par de sapatos 5 €). Ainda no meu ponto de vista, a proliferação de salários desse calibre promove um cenário de deflação com as correspondentes consequências.


    Colocado por: two-rokCompreendo e concordo, mas as pessoas nessas situações podem QUERER TRABALHAR, e se não tiverem uma opção melhor podem querer aceitar, mas a lei laboral não o permite.
    Eu falei o que falei, porque nessa situação preferia receber menos do que ficar em casa a deprimir, porque pelo menos a mim era o que acontecia. Para mim, parar é morrer.


    Muito bem, não sei qual a tua actividade comercial, mas imagina que os reformados da tua rua, só para se manterem entretidos começam a prestar o teu serviço a custo zero ou no maximo a 10% do teu preço. O que tu acharias?


    Colocado por: luisvvse o empregador não precisar de si, o Neon é tão descartável com ou sem regulamentação

    Sim sou sempre descartavel, mas com regulamentação pelo menos criam-se padrões minimos. Se o empregador não precisa de mim porque tem outra opção...temos uma garantia minima que ele não precisa de mim porque pelo menos optou por aquele que achou que seria melhor para ele; E não pelo motivo de que optou por aquele que baxa mais a cueca


    Colocado por: luisvvSe ao contratá-lo o empregador correr o risco de o ter na empresa para o resto da vida, a predisposição para o contratar é menor

    Para já não defendo isto, que eu saiba há responsabilidades de patrão para empregado e de empregado para patrão, e não se tornam gémeos siameses
    Mas já agora, é esta a realidade que conheçe? patrões subjugados pelos empregados e destinados a sofrer ás suas mãos até ao fim dos seus dias?


    Colocado por: luisvvUm argumento contraditório com o resto... se o SMN não tem que ter relação com as circunstâncias(familiares ou outras) do trabalhador, porque existe? A ideia de que será o "mínimo aceitável" é forjada numa imagem quase dickensiana da família dependente do pai, única fonte de rendimento da casa, e não resiste ao confronto com as diferentes circunstâncias de um trabalhador (o jovem que procura o primeiro emprego, ou que busca sustento enquanto estuda, p.ex ou sequer com a noção de que a alternativa para muitos é não receber nada.


    Às vezes isto é dificil, quando o Luis lhe dá para o disparate
    Para que perceba
    Se eu defendesse que o SMN estava dependente das circustancias familiares, o pai de 8 filhos ganharia o SMN escalão x, enquanto o pai de 1 filho ganharia o SMN escalão y, e o bom vivant e o estéril por sua vez estariam condenados à miseria. Penso que não me viu dizer isto assim :)
    Vamos deixar isso para os apoios sociais, que eu defendno mas que agora são contas de outro rosário

    Porém isso não quer dizer que o SMN, no meu entendimento não deva ter uma relação, não especificamente com o manuel ou com o joaquim, mas com uma serie de variaveis padronizadas da sociedade onde esses individuos se inserem (entenda um nivel minimo de sobrevivencia do individuo, e não da familia, e mais uma vez sem prejuizo dos apoios sociais caso aplicavel)
    Tentando ser mais claro, o que se pretende é que todo e qualquer interveniente na maquina de produção seja produtivo e rentavel.
    Não o sendo por inépcia sua, mereçe e pode ser expurgado
    Agora não o sendo porque como já aqui foi dito certas actividades não são rentaveis a não ser que o pagamento ao empregado seja meia codea de pão. Então a actividade não faz sentido.



    Colocado por: luisvvÉ que se torna um bocado estranho, argumentar com alguém que agita o fantasma da ganância, da "race to the bottom", do desequilíbrio de força entre patrão e empregado, e de como se os patrões pudessem estávamos todos a trabalhar de borla, quando a realidade nos mostra um panorama bem diferente..


    Luis garanto-lhe que não será tão estranho, como argumentar com alguem que diz que existe um desiquilibrio de forças entre patão e empregado, mas em prejuizo do patrão, quando a realidade nos mostra um panorama em que apenas 11% dos trabalhadores "tão pouca gente" recebe uma ninharia e só por pirrice dos patrões não são aumentandos para valores mais dignos.

    Bom Luis, os dados serão os mesmos, a sua conclusão é tão valida ou idiota como a minha, consoante a perspectiva em que nos queiramos colocar, percebe?
    Como já referi em outras alturas, a matematica não é uma ciencia exacta. Tendo os dados escolhemos e salientamos os que queremos e damos-lhe a forma e as conclusões que se pretendem. ok? por conseguinte, não vá por ai.

    Olhe agora só para a gente rir, mas também para termos a noção da fraqueza da tal percentagem dos 89 ou 90%. Tenho um amigo que diz que já falta pouco para ganhar o salário minimo. Já viu se por meia duzia de euros a percentagem dos 90% desce drasticamente e a dos 11 % sobre sky high?

    Colocado por: luisvv
    Sim, alguma vai. Mas dos que vão, parte tem habilitações que não correspondem a necessidades actuais.

    parte?
    Bom eu não tenho essa realidade presente, além de familia proxima minha; Aqui onde moro já saiu mão de obra qualificada e com emprego, apenas porque se recusaram a aceitar as condições salariais existentes e a impossibilidade de garantir um padrão de vida pretendido e um futuro aos filhos. Entretanto já abriram portas à restante familia, e apenas ficaram os pais já velhotes.
    Nesas férias de verão que passaram, já olham para isto como a terra do cão. So os vejo falar que lá fora é que é bom, que já não se justifica voltar, que só vieram por causa dos pais, que querem vender as casas cá.
    Luis, daqui a uns anos você vai-me dar razão. Esta geração mais recente é uma geração que para alem de insatisfeita não é tolerante nem paciente, procuram a todo o tempo a satisfação pessoal e imediata. Não toleram regras, nem comportamentos padronizados, não querem saber de laços, lealdade nem de afectividades.
    Esta corrente de gente que vai embora, lhe garanto que na sua maioria não vai voltar ainda que o pais se modifique e crie melhores condições para os receber.
    Nas conversas noto mesmo um certo odiozinho e um prazer em botar o pais para baixo.

    e vou dormir que se faz tarde
    Boas
    • Neon
    • 2 outubro 2014
    Colocado por: luisvvse o poder negocial está do lado do patrão, e a barreira é o SMN, podemos concluir que há algo de errado na sua empresa ou no seu raciocínio..


    Ainda só para acabar

    Luis tem noção da existência de situações em que as pessoas são convidadas para desempenhar tarefas de voluntariado, porque fica bem no curriculo?
    Tem noção que hoje em dias são contratados técnicos estagiários, onde depois se pede esperiencia neste mundo e no outro, e em que o salário é comparticipado pelo estado?
    O que se pode chamar a isso?
    Como encaixa estas situações nesse mundinho ficticio dos 11% do SMN?
  8. Colocado por: NeonMuito bem, não sei qual a tua actividade comercial, mas imagina que os reformados da tua rua, só para se manterem entretidos começam a prestar o teu serviço a custo zero ou no maximo a 10% do teu preço. O que tu acharias?


    É uma miragem, pois no meu negócio a esmagadora maioria do valor do serviço prestado corresponde ao material que compramos para transformar (caixilharias). Além de ser um trabalho por vezes pesado (cada vez as casas têm vãos maiores, logo vidros mais pesados).
  9. Colocado por: NeonRetiro as minhas questões anteriormente colocadas

    Se é para retirar frases fora do contexto para dar outro sentido ao que disse, nem sequer me vou dar ao trabalho de responder.

    Colocado por: NeonNo meu ponto de vista, 350€ é uma salario baixo para o custo de vida que temos (já o aceitaria se a renda da casa fossem 50€, o prato da sopa fossem 10 centimos e o par de sapatos 5 €). Ainda no meu ponto de vista, a proliferação de salários desse calibre promove um cenário de deflação com as correspondentes consequências.

    Muita gente aceitaria de bom grado os 350€/mês (jovens no primeiro emprego, estagiários, estudantes,...) em vez do salário actual de 0€ (desemprego); e os interessados é que deveriam ter o direito a decidir se um salário é digno ou não, não o estado.
    Qual é a sua explicação do facto de a taxa de desemprego jovem ser cerca do dobro da taxa da população em geral?
    Já quanto à deflação, não tem nada a ver com o valor do SMN ou sequer com a sua existência, mas se fossemos uns completos ignorantes em economia e considerássemos como válida a sua teoria, então 0€ dos desempregados contribuiriam mais para esse problema do que os 350€/mês de muitos desses desempregados que arranjariam emprego.

    Colocado por: NeonMuito bem, não sei qual a tua actividade comercial, mas imagina que os reformados da tua rua, só para se manterem entretidos começam a prestar o teu serviço a custo zero ou no maximo a 10% do teu preço. O que tu acharias?

    E porque é que não o poderiam fazer? Se quiserem gastar as suas poupanças a oferecer caixilharia de alumínio de graça porque é que devem ser impedidos?

    Colocado por: NeonSim sou sempre descartavel, mas com regulamentação pelo menos criam-se padrões minimos. Se o empregador não precisa de mim porque tem outra opção...temos uma garantia minima que ele não precisa de mim porque pelo menos optou por aquele que achou que seria melhor para ele; E não pelo motivo de que optou por aquele que baxa mais a cueca

    É uma triste compensação para quem no fim do dia vai acabar em casa com 0€ de salário.

    Colocado por: NeonComo já referi em outras alturas, a matematica não é uma ciencia exacta.

    Como conclusão do seu post, seria uma afirmação perfeita.

  10. Mas se uma faca de cozinha custa 5€ e uma tesoura 3€, porque raio havemos de querer que exista um amolador, quando a sua existência só se justifica se ele cobrar menos do que o preço de uma pastilha elástica pela prestação do seu serviço? Não seria mais razoavel po-lo a fazer facas e tesouras ou até mesmo pastilhas elasticas?
    Porque não aceitar que aquela actividade, neste momento não faz sentido. Ainda que num futuro quem sabe até o possa fazer?


    Mas porque haveremos nós de decidir se faz ou não sentido? Porque motivo devemos impedir o amolador de decidir que quer continuar a amolar, mesmo se por um preço mais baixo?


    No meu ponto de vista, 350€ é uma salario baixo para o custo de vida que temos (já o aceitaria se a renda da casa fossem 50€, o prato da sopa fossem 10 centimos e o par de sapatos 5 €). Ainda no meu ponto de vista, a proliferação de salários desse calibre promove um cenário de deflação com as correspondentes consequências.

    O seu ponto de vista não considera a enorme diversidade de circunstâncias que pode resultar em que um ordenado aceitável para alguém é insuficiente para outrem. Acima de tudo, esquece que o SMN é igual em Lisboa ou na aldeia mais recôndita do Minho ou do Alentejo, e aplica-se tanto ao jovem que procura o primeiro emprego como ao trabalhador indiferenciado de 50 anos.

  11. Sim sou sempre descartavel, mas com regulamentação pelo menos criam-se padrões minimos. Se o empregador não precisa de mim porque tem outra opção...temos uma garantia minima que ele não precisa de mim porque pelo menos optou por aquele que achou que seria melhor para ele; E não pelo motivo de que optou por aquele que baxa mais a cueca


    Esse raciocínio está enviesado : o patrão optará sempre pelo que ele percepcionar como mais benéfico para ele.

    O padrão mínimo, se na aparência o protege depois de contratado, na verdade dificulta a sua contratação, e tende a ser descontado aquando dessa mesma contratação.


    Para já não defendo isto, que eu saiba há responsabilidades de patrão para empregado e de empregado para patrão, e não se tornam gémeos siameses
    Mas já agora, é esta a realidade que conheçe? patrões subjugados pelos empregados e destinados a sofrer ás suas mãos até ao fim dos seus dias?


    Por acaso, conheço realidades bastante diversas. E sim, conheço muita gente cujo mote é "O trabalho não azeda".
    Mas você sabe que era uma mera figura de estilo :-)



    Às vezes isto é dificil, quando o Luis lhe dá para o disparate
    (..)
    Porém isso não quer dizer que o SMN, no meu entendimento não deva ter uma relação, não especificamente com o manuel ou com o joaquim, mas com uma serie de variaveis padronizadas da sociedade onde esses individuos se inserem (entenda um nivel minimo de sobrevivencia do individuo, e não da familia, e mais uma vez sem prejuizo dos apoios sociais caso aplicavel)

    Acontece que essas variáveis são altamente subjectivas e resultam, na prática, na exclusão de muita gente.



    Tentando ser mais claro, o que se pretende é que todo e qualquer interveniente na maquina de produção seja produtivo e rentavel.
    Não o sendo por inépcia sua, mereçe e pode ser expurgado
    Agora não o sendo porque como já aqui foi dito certas actividades não são rentaveis a não ser que o pagamento ao empregado seja meia codea de pão. Então a actividade não faz sentido.

    Mas essa definição não nos cabe a nós, deve caber a quem exerce a actividade e a quem compra. Porque na verdade o valor das tais variáveis é altamente subjectivo e definido sem conhecimento das situações particulares (porque tal conhecimento não seria humanamente possível, sequer). Na verdade, ao definir que o SMN é de X, está a afectar negativamente a vida de muitos dos supostos destinatários do aumento.

    Luis garanto-lhe que não será tão estranho, como argumentar com alguem que diz que existe um desiquilibrio de forças entre patão e empregado, mas em prejuizo do patrão, quando a realidade nos mostra um panorama em que apenas 11% dos trabalhadores "tão pouca gente" recebe uma ninharia e só por pirrice dos patrões não são aumentandos para valores mais dignos.

    Eu não digo que o poder está de um lado ou de outro, apenas lhe digo que ambas as partes têm poder negocial.


    Olhe agora só para a gente rir, mas também para termos a noção da fraqueza da tal percentagem dos 89 ou 90%. Tenho um amigo que diz que já falta pouco para ganhar o salário minimo. Já viu se por meia duzia de euros a percentagem dos 90% desce drasticamente e a dos 11 % sobre sky high?

    Sim, é natural - foi aliás o que aconteceu nos últimos anos, em que o aumento do SMN comprimiu os restantes ordenados - é aliás um dos efeitos colaterais previstos e mencionados num estudo que ficou lá para trás..


    parte?
    Bom eu não tenho essa realidade presente, além de familia proxima minha; Aqui onde moro já saiu mão de obra qualificada e com emprego, apenas porque se recusaram a aceitar as condições salariais existentes e a impossibilidade de garantir um padrão de vida pretendido e um futuro aos filhos. Entretanto já abriram portas à restante familia, e apenas ficaram os pais já velhotes.


    Sim, parte. Da minha família, que me recorde, emigrou o meu irmão (licenciado numa área com procura, tinha emprego cá e saiu porque interesses mais românticos se levantaram) , uma prima professora que voltou para França, dois outros primos para períodos curtos de trabalhos indiferenciados de construção.
    Também vejo, nos meus clientes, fornecedores ou amigos, emigração qualificada (embora com um bocado de enviesamento devido à minha actividade, vejo muita gente relacionada com a construção a sair), pelas mais diversas razões, mas outros sem grandes qualificações.


    Luis, daqui a uns anos você vai-me dar razão. Esta geração mais recente é uma geração que para alem de insatisfeita não é tolerante nem paciente, procuram a todo o tempo a satisfação pessoal e imediata. Não toleram regras, nem comportamentos padronizados, não querem saber de laços, lealdade nem de afectividades. Esta corrente de gente que vai embora, lhe garanto que na sua maioria não vai voltar ainda que o pais se modifique e crie melhores condições para os receber. Nas conversas noto mesmo um certo odiozinho e um prazer em botar o pais para baixo.

    É natural que exista isso em parte daqueles que saem.


    Luis tem noção da existência de situações em que as pessoas são convidadas para desempenhar tarefas de voluntariado, porque fica bem no curriculo?
    Tem noção que hoje em dias são contratados técnicos estagiários, onde depois se pede esperiencia neste mundo e no outro, e em que o salário é comparticipado pelo estado? O que se pode chamar a isso?
    Como encaixa estas situações nesse mundinho ficticio dos 11% do SMN?

    Sim, é verdade, e consequência directa das chamadas políticas activas de emprego.
  12. http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=4158680

    Os números foram apresentados, em 1998, pelo próprio Centro Português para a Cooperação (CPPC): num total de 15 600 contos (75,8 mil euros) de donativos, mais de 90% daquele valor (14 542 contos, 72 mil euros) estavam destinados a pagar a "colaboradores".
  13. ... e como o Passos Coelho era o "único" colaborador, foi tudo para ele. Uma carta anónima pelos vistos em Portugal vale ouro. O Ferro Rodrigues também passou a pedófilo com uma carta que nem sequer era anónima. E o Novo Costa também se esqueceu de pagar a sisa e outros impostozitos quando comprou a casa onde vive.
    Vivemos da **** mediática e vamos passando ao lado dos problemas.
    Concordam com este comentário: two-rok
  14. É um Senhor este Coelho.
    • eu
    • 6 outubro 2014
    Carlos Costa: "A maior debilidade da economia portuguesa é os gestores, não são os trabalhadores"

    http://www.publico.pt/economia/noticia/carlos-costa-diz-que-empresas-em-portugal-sao-em-media-mal-geridas-1672000
 
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