Colocado por: ceac
A OPEP é um cartel... Isso toda a gente sabe... Mas que é que você vai fazer? Levantar um embargo aos produtos petroliferos desses países?
Colocado por: ClioIINão. Simplesmente quando algumas almas dizem "deixem o mercado funcionar" ou "os preços dos combustíveis dependem exclusivamente da oferta e procura no mercado" eu lembro-me da OPEP e rio-me dessas almas cândidas...
Não. Simplesmente quando algumas almas dizem "deixem o mercado funcionar" ou "os preços dos combustíveis dependem exclusivamente da oferta e procura no mercado" eu lembro-me da OPEP e rio-me dessas almas cândidas...
Colocado por: luisvvDito isto, os preços continuam a depender da oferta e da procura.
Não é assim tão simples, porque há muitos compradores e vendedores de petróleo (especuladores) que nem produzem nem consomem o petróleo.
É por isso que as variações de preço são muito mais amplas que as variações de oferta e procura.
Colocado por: luisvvContinua a ser oferta e procura.
Sim, com muitos especuladores pelo meio.
Colocado por: luisvvQue continuam a ser procura e oferta, e a agir como os demais: procuram comprar o mais barato possível, e vender mais caro.
Continua a ser oferta e procura, mas o facto de ser manipulada em vez da livre concorrência parece não fazer soar uma campainha no Luís...
Colocado por: CarvaiCusto da matéria prima petróleo - 10
"O Diário Económico conduz-nos pelos números. Por exemplo, desde 23 de junho deste ano, o preço do barril de Brent,em euros, recuou 12,6%. Contudo, a gasolina negociada entre as petrolíferas nos mercados internacionaiscaiu apenas 9,3%."
"No caso português, a correçãoficou-se pelos 7,2por cento"
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Na última quarta-feira, dia 15 de outubro, o barril de crude Brent fechou a negociar 83,78 dólares, o que equivale a 64,98 euros ao câmbio atual. Foi, convertida para a moeda europeia, a cotação mais baixa em quatro anos. A 23 de novembro de 2010, o barril custava 64,33 euros. Mas nessa altura os preços de venda das gasolinas em Portugal eram cerca de seis cêntimos mais baratos do que são hoje.
Os números do barril de petróleo Brent, que serve de referência às compras feitas para as refinarias portuguesas, são assim semelhantes hoje e à quarto anos, quando convertidos para euros ao câmbio de cada dia em causa. Mas o mesmo já não se pode dizer do preço que os consumidores pagaram em cada um destes períodos: na última semana de novembro de 2010, segundo os números fornecidos pela Galp, o litro de gasolina sem chumbo 95 custava em média €1,392, e o de gasóleo €1,188. Mas 47 meses depois, apesar dos preços idênticos do barril de crude, cada litro de gasolina 95 ronda €1,459, enquanto o de gasóleo anda, em média, pelos €1,258.
À partida, as queixas dos consumidores portugueses não são pois em vão, pois as subidas do barril de Brent rapidamente se fazem refletir no aumento do preço final dos produtos refinados mas o mesmo já não se pode dizer quando o valor do petróleo cai... Mas, na verdade, há outra explicação: a culpa é dos impostos. Antes de taxas, os preços de venda ao público são semelhantes. Só que entretanto foram aumentados os impostos sobre os combustíveis.
Logo em janeiro de 2011, o IVA passou de 21% para 23%, o que agravou em cerca de dois cêntimos o preço dos combustíveis. Na mesma altura, o fim da isenção fiscal parcial de imposto sobre produtos petrolíferos, como incentivo para a utilização de biodiesel, agravou ainda mais a carga fiscal.
Assim, na última semana de novembro, dos €1,188 que custava cada litro de gasolina 95, 82,5 cêntimos eram imposto; hoje, são 87,2 cêntimos. No caso do gasóleo, o valor dos impostos subiu de 57,1 cêntimos para 61 cêntimos. Os impostos quase anulam, assim, a queda dos preços destes produtos refinados.
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As razões porque os preços demoram a refletir-se para o consumidor
Mesmo assim, a sensação persiste: mesmo que sejam mínimas, porque demora tanto a queda do preço da matéria-prima a refletir-se no custo final dos refinados para o consumidor? A resposta está nos mecanismos de funcionamento específicos deste mercado.
O presidente da BP Portugal, Pedro Oliveira, explicou na edição semanal do Expresso (caderno de Economia), publicada este sábado, como funciona o mercado. "Como o petróleo é negociado a prazo, os fornecimentos que chegam agora às refinarias foram contratados há cerca de um mês, forçando a posterior redução das cotações internacionais dos produtos refinados que orientam a descida dos preços da gasolina e do gasóleo praticados nos postos de abastecimento".
Pedro Oliveira explica que "as cotações do petróleo nunca têm uma correlação imediata com os preços da gasolina e do gasóleo, pois só ao fim de três a quatro semanas é que a descida de cotação do petróleo tem reflexos no preço dos refinados. Mas para isso é preciso que não haja efeitos contrários dos stocks de refinados, nem variações cambiais desfavoráveis entre o dólar e outras moedas - face ao euro, para os países europeus -, nem agravamentos nas margens de refinação, nem pressões sazonais de aumentos de consumo.
Para que a tendência de queda no preço dos refinados se mantenha e permita, por exemplo, aproximar o gasóleo da barreira psicológica de €1, seria preciso que "a cotação do petróleo caminhasse em direção aos 60 dólares por barril, o que será muito difícil de acontecer, mas também é verdade que há poucos meses poucos especialistas do sector admitiriam que o barril de petróleo se pudesse aproximar os 80 dólares", explicou o presidente da BP Portugal ao caderno de Economia do Expresso.
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E, num dia, a gasolina caiu seis cêntimos, o gasóleo três
A descida de preços do barril de Brent nestes últimos dias impulsionaram a queda dos preços dos combustíveis com que, durante o dia de hoje, os automobilistas têm sido brindados quando enchem o depósito das suas viaturas. Menos sete cêntimos no litro de gasolina sem chumbo 95 e menos três cêntimos por cada litro de gasóleo.
Estas descidas dizem respeito aos preços praticados pela Galp, mas uma visita à página online da Direção-Geral de Energia e Geologia, que monitoriza 2658 postos de combustíveis nacionais, permite concluir que a tendência de queda foi semelhante noutros revendedores, como a Repsol. Outros, como a BP, ainda apresentam valores semelhantes aos da semana passada. A ANAREC, Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis, afirma que a média das descidas que estão a ocorrer durante o dia de hoje, rondam os seis cêntimos para a gasolina 95 e os três cêntimos no caso do gasóleo.
Na semana passada, segundo dados do Oil Bulletin da Comissão Europeia, o preço médio por litro de gasolina sem chumbo 95 fixou-se em €1,529, enquanto o do gasóleo atingiu €1,228.
A queda dos preços dos refinados é consequência da queda do preço do crude. O excesso de oferta - que aumentou exponencialmente com a aposta forte dos Estados Unidos na produção de petróleo -, a quebra no consumo e o abrandamento de economias gigantes como a China e a União Europeia têm sido os motivos que mais contribuem para a queda do preço do barril de crude.
Ainda que a outro ritmo, a queda do preço das matérias-primas acaba por se refletir no preço final dos produtos refinados, como a gasolina e o gasóleo. Contudo, em Portugal, há outros fatores que tornam ainda mais longa a espera dos automobilistas pela descida dos preços. Como também explicou Nuno Ribeiro da Silva ao caderno de Economia, as refinarias de Sines e Matosinhos "não estão ligadas à rede europeia de oleodutos, o que torna o abastecimento de petróleo ao mercado nacional totalmente dependente das cargas que chegam por navio, incorporando os tempos de frete no custo do petróleo comprado por Portugal, o que aumenta o desfasamento temporal entre a descida da cotação do petróleo e a posterior redução do preço de venda da gasolina e do gasóleo". A eficiência do aparelho refinador nacional, que mantém infraestrutura antiquadas, também serve de explicação