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  1.  # 61

    Colocado por: CMartinEu não me posso queixar.
    Detesto esta frase, é uma frase miserabilista, porque raramente nos poderemos queixar porque existe sempre alguém pior, algures, no mundo, e “eu não me posso queixar”, no fundo, não é uma frase demonstrativa de coisa nenhuma, para além de se tentar transmitir uma ideia a nosso respeito e do nível de conforto de que usufruímos quando a dizemos. É miserabilista e uso-a neste caso para dizer que tenho o que considero mais importante. O que pode não ser o mais importante para os outros. Logo, se calhar, até me posso queixar.






    Pensamento egoísta e egocêntrico.
    Segure esse pensamento. Voltaremos a ele.
    Nem queria falar especificamente de mim. Para já direi que: Não caibo na categoria de pessoa para se sentir mais ou menos do que os outros (por essa razão que sugere). E repudio esse tipo de ideologia. Vamos tentar não ir por esse caminho, de enaltecer ou de espezinhar um pensamento apenas porque nos “cheira” a algo (ou bom ou mau). Sou livre de comparar, como chegar a algum raciocínio sem ter por onde comparar?
    Repare que o conforto – atenção – não se mede em dinheiro. Pode ser em bem estar familiar, e daí o seu comentário cair por terra. Não é um pensamento egoísta nem egocêntrico eu sentir-me confortável.

    Estas pessoas agradeceram este comentário:j cardoso,marjoao



    Não é um discurso coerente. Além disso parece não lidar bem com a crítica dos outros...
    Calma...
  2.  # 62

    Colocado por: CMartin
    Johny2 Não nos podemos esquecer que há pobres em Portugal. Há pessoas que:
    - Não têm internet em casa nem sabem o que isso é
    - Não têm carro (usam transportes públicos).
    - Poupam muito na comida (raramente fazem refeições fora)
    - Na farmácia, rejeitam medicamentos por serem muito caros
    - Não vão ao dentista
    - Etc, etc
    Estes sim, não têm NADA.
    -


    Não têm nada. Serão felizes? Mais felizes? Menos felizes?
    E serão mais ou menos pobres de espírito do que os que, nesse patamar que coloca (não vão ao dentista, não compram medicamentos por serem caros) têm tudo?

    O que é a qualidade de vida medida pela felicidade?


    Isso já é filosofar...
    Deve ser bonito, deve... não ter dinheiro que chegue para comprar medicamentos (por exemplo)... que grande felicidade...
  3.  # 63

    Há gente muito mal habituada. Por obra sabe-se lá de quem, julgam-se num patamar superior.

    Consomem como gente rica, falam como se pertencessem à classe média mas nunca saíram da baixa...

    Queixam-se, queixam-se... mas na altura certa nem sequer vão votar. Dá muito trabalho, é longe, não adianta nada, etc...

    Alguns tiraram pseudo-cursos superiores (que eles à partida já sabiam que não prestavam e que não arranjavam colocação) e reclamam estatutos de doutores, bons ordenados e tal.... não aceitam qualquer emprego, etc...

    Estes estão a bater de frente e a perceber que têm obrigatoriamente de reduzir despesas.

    Os outros, lá vão andando com a cabeça entre as orelhas...
    No fundo, no fundo... quem se lixa é o Zé Povinho.
  4.  # 64



    Ui... você não percebeu... eu estava a gozar!! E julgo que o MRui também... Tenha calma.


    Como já disse, não percebi que estavam a ser irónicos, uma vez mais as minhas desculpas.
  5.  # 65

    Então mas vocês não sabem que os ricos, tambem tem créditos. Para os ricos é que vale a pena pedir créditos quanto mais ricos menos risco logo taxas mais baixa, ficando eles com o dinheiro para investir para criar ainda mais riqueza.

    Isso de pagar carros e casa a pronto é para pobre e classe média baixa, pelo menos demorarão muito mais tempo a subir de classe.

    Atenção estou a falar de individamento que não seja acima das possibilidade, estou a falar de individamento responsável.
  6.  # 66

    Colocado por: hfviegasEntão mas vocês não sabem que os ricos, tambem tem créditos. Para os ricos é que vale a pena pedir créditos quanto mais ricos menos risco logo taxas mais baixa, ficando eles com o dinheiro para investir para criar ainda mais riqueza.

    Isso de pagar carros e casa a pronto é para pobre e classe média baixa, pelo menos demorarão muito mais tempo a subir de classe.

    Atenção estou a falar de individamento que não seja acima das possibilidade, estou a falar de individamento responsável.


    Claro. São ricos. O problema está naqueles que não são...
  7.  # 67

    Reparem que classificámos os 3 "estéreotipos":

    - os ricos : como dito na minha frase solta (atenção que esta frase não foi dita por mim) ninguém os atura e fogem ao fisco, são corruptos, "são engenheiros, drs. e arquitectos e antigamente só por serem ricos tiravam-se-lhes os chapéus"
    Minha conclusão: Acho que ainda há uma, talvez discreta, mas secreta zanga contra os ricos.

    - a classe média: vivem de créditos para poderem ter marcas, vivem acima das possibilidades e o que têm, têm-no à custa de créditos que não pagam.
    Colocado por: Johny2 Há gente muito mal habituada. Por obra sabe-se lá de quem, julgam-se num patamar superior.
    Consomem como gente rica, falam como se pertencessem à classe média mas nunca saíram da baixa...
    Alguns tiraram pseudo-cursos superiores (que eles à partida já sabiam que não prestavam e que não arranjavam colocação) e reclamam estatutos de doutores, bons ordenados e tal.... não aceitam qualquer emprego, etc...
    Estes estão a bater de frente e a perceber que têm obrigatoriamente de reduzir despesas..


    Colocado por: Sandrinapm A classe média em Portugal, na minha opinião, está em vias de extinção. (...) Infelizmente os que ainda estão, ou pensão que estão na classe média, pelo andar da carruagem, vão descer de categoria. Isto é o que penso mas não o que desejo que aconteça.


    Colocado por: gfrmartinsSó não percebo porque assim que se começa a falar de classe média, o que vem logo à baila são as pessoas com créditos, que vivem acima das suas possibilidades, etc, etc
    Isso para mim não é o que define classe média. mas invariavelmente é onde a conversa vai parar (não só neste topico)


    Precisamente gfrmartins.
    Minha conclusão: Achamos que a classe média é gente remediada, à custa de créditos. Será que em parte não suspiramos expectantes por esse dia, em que esta classe média se estampe de frente contra os erros que estamos convencidos que cometem. Dizemos
    Isto é o que penso mas não o que desejo que aconteça.
    Se não desejamos..porque pensamos que é o que vai acontecer?

    - os pobres: são pobretanas e desdentados, e como dito na minha frase solta (atenção de novo - para não ser mal-interpretada - a frase que não é minha) não sabem dizer duas palavras juntas, e têm um fundo intimamente revolucionário.
    Minha conclusão: os pobres sentem-se traídos por uma sociedade que não lhes dá riqueza, e eles são pobres mas os outros é que são ladrões e caloteiros (os ricos que fogem ao fisco e os de classe média que não pagam os créditos).

    Vendo bem, arranjámos forma, nas nossa cabeças de justificar a nossa realidade apontando o dedo sempre aos da outra classe. Como sempre, sempre os outros.
    Reconforta-mo-nos com este pensamento.

    Colocado por: Johny2 Os outros, lá vão andando com a cabeça entre as orelhas...
    No fundo, no fundo... quem se lixa é o Zé Povinho.


    Não sei se ouviram falar no último livro da Maria Filomena Mónica, em que todos temos um imaginário do Zé Povinho como "alguém" bonacheirão, bondoso e inocente, e, afinal o Zé Povinho é das personagens mais grotescas que há.
    Muito forte.
  8.  # 68

    Colocado por: CMartinMinha conclusão: Acho que ainda há uma, talvez discreta, mas secreta zanga contra os ricos.


    Nem discreta nem secreta. Caso ainda não tenha reparado, vive num país onde é generalizada a indignação com os lucros das empresas. Vive num país onde se escreve ou diz coisas ridículas como "num momento de crise a empresa X tem lucros fabulosos" em tom de queixa, subentendendo-se que seria melhor num momento de crise reduzir os lucros das empresas (o que para além de reduzir os impostos cobrados, teria como efeito o agravamento da crise..). É um país onde todos se queixam do que ganham, mas acham que os outros ganham de mais.

    Neste caldeirão de cultura o lucro é imoral, ser rico idem.
  9.  # 69

    Boas

    Concordo em absoluto com a análise feita pela CMartin. Quem está "por baixo" atribui as culpas ao "sistema" que favorece os "ricos" e acha que se alguém disfruta de uma melhor posição só pode ser porque são corruptos ou, no mínimo, disfrutam dos favores do "sistema". Qualquer razão serve excepto a responsabilidade própria (reconheço contudo que há situações em que a conjuntura económica e factores como o desemprego também causam esses problemas).
    Por outro lado quem está "por cima" acha que os que estão "por baixo" têm toda a responsabilidade por isso e se não estão melhor é porque não querem trabalhar ou não se esforçam, o que não é de todo uma verdade absoluta.
    Se por uma lado a nossa sociedade está a perder valores que deviam ser de referência - solidariedade social - também é verdade que se criou uma mentalidade segundo a qual tudo nos deve ser garantido sem esforço, atirando a responsabilidade para o estado, qual pai benevolente que tudo nos deve e a quem tudo devemos exigir, esquecendo que o estado somos nós todos.
    No fundo trata-se de uma mentalidade que penetrou fundo: algo está mal? A responsabilidade é sempre dos outros.

    cumps
    José Cardoso
  10.  # 70

    o sr. luisvv continua a misturar um pouco as coisas, ou seja o lucro é fundamental para as empresas mas, utilizando uma imagem, imagine numa zona em que tudo secou e no entanto numa propriedade cercada a água jorra a potes pois devido a uma sistema muito elaborado de captação de águas subterraneas esse sistema consegue sugar toda a água no subsolo da região. Estará assim tão correcto???
  11.  # 71

    Colocado por: CMartin Eu não me posso queixar.
    Detesto esta frase, é uma frase miserabilista, raramente nos poderemos queixar porque existe sempre alguém pior, algures, no mundo (...) tenho o que considero mais importante. O que pode não ser o mais importante para os outros. Logo, se calhar, até me posso queixar.


    Johny2, Quando usei a frase "Eu não me posso queixar" eu não estava a falar de mim, este "Eu" era representativo de todos nós quando dizemos que não nos podemos queixar, era um "Eu" colectivo.
    (Sim, tenho a mania que gosto de "filosofar"!)

    Nem queria falar especificamente de mim

    Mas uma vez que falamos de mim, digo apenas sobre mim que repare que estou confortável dentro de parametros estabelecidos por mim como representativos de conforto. Estou a falar de bem estar e qualidade de vida, e não necessariamente quando falamos de qualidade de vida, falamos em bens materiais, é um conjunto de coisas (que inclui muitas); também o conforto emocional, paz de espírito, estar bem com a vida, e isso é algo, espero, estar ao alcance de todos nós portanto não pense que eu estou a ser egocêntrica. "As melhores coisas da vida são grátis".
    São ou não são?
    Por outro lado eu quis demonstrar o quanto somos ridículos e miserabilistas quando dizemos "Eu não me posso queixar", precisamente porque há sempre quem tenha mais e sempre quem tenha menos do que nós, e o estarmos confortáveis para nós, pode ser a perfeita miséria para os outros. Fui irónica usando-me como exemplo: o meu "Eu" representativo de um todo.
    Espero que me interprete melhor agora.

    Colocado por: CMartin Pensamento egoísta e egocêntrico.
    Segure esse pensamento. Voltaremos a ele.
    Nem queria falar especificamente de mim. Para já direi que: Não caibo na categoria de pessoa para se sentir mais ou menos do que os outros (por essa razão que sugere). E repudio esse tipo de ideologia. Vamos tentar não ir por esse caminho, de enaltecer ou de espezinhar um pensamento apenas porque nos “cheira” a algo (ou bom ou mau). Sou livre de comparar, como chegar a algum raciocínio sem ter por onde comparar?
    Não é um pensamento egoísta nem egocêntrico eu sentir-me confortável.

    Não é um discurso coerente. Além disso parece não lidar bem com a crítica dos outros...
    Calma...


    Não queria falar de mim mas falo, porque o "Eu" representativo do todo, acabou por ser interpretado por si como eu CMartin.
    Posso dizer muitas coisas sobre mim, e seria egocêntrica a ponto de fazê-lo porque tenho imensíssimos defeitos. Nem queira saber os meus defeitos. Mas este tema é sobre a classe média e, assim, nisto que eu disse aqui, fui propositadamente incoerente, para depois, e conforme referi “Pensamento egoísta e egocêntrico.
    Segure esse pensamento. Voltaremos a ele.“ lhe dizer que sou egoísta e egocêntrica no sentido em que me defendo um pouco em sociedade, dos outros, os outros que não entendo ou com quem sinto não ter sinergias. Não os que têm menos ou mais materialmente, mas sim os que têm menos ou mais de espírito, nada me encanta como um espírito rico, nada me afasta mais do que espírito pobre. Agora não falemos mais de mim, que esta outra conversa está a ir tão bem sem estas minhas justificações para esclarecer interpretações incorrectas.
    Vamos falar antes sobre o outro assunto que é tão mais interessante para todos do que os meus mil defeitos, até porque não sei lidar com críticas de outros sobre mim, que já me sei criticar tão bem sózinha :o)
  12.  # 72

    Frases soltas: "Quando vêm um tipo como tu, com o teu aspecto, nas finanças, numa repartição pública, ou seja onde for, pensam logo "eh, pá, este foge ao fisco".
  13.  # 73

    Colocado por: marco1o sr. luisvv continua a misturar um pouco as coisas, ou seja o lucro é fundamental para as empresas mas, utilizando uma imagem, imagine numa zona em que tudo secou e no entanto numa propriedade cercada a água jorra a potes pois devido a uma sistema muito elaborado de captação de águas subterraneas esse sistema consegue sugar toda a água no subsolo da região. Estará assim tão correcto???


    Esqueça as imagens - são muito giras e tal, mas completamente absurdas - trabalhe com factos e ideias concretas. Se quiser tomar algumas notas, faça favor:

    O funcionamento saudável da economia depende de empresas saudáveis (empresas que dão lucro!). O lucro financia investimento, propiciando a geração de lucros futuros.
    Empresas que não remuneram o capital investido ou que o dissipam não podem subsistir. Se quisermos criticar, critiquemos as empresas que não geram lucro - o que significa que estão mal geridas.
    O lucro de uma empresa não corresponde ao prejuízo de outra - a actividade económica não é um jogo de soma nula. O melhor contributo para uma economia pujante é a existência de empresas bem geridas e lucrativas.
    Exceptuando situações de monopólio, não há qualquer razão lógica para considerar que a empresa A ou B deve limitar os seus lucros - esse limite é imposto pela concorrência.
    Quando se fala de "crise", fala-se simplificadamente de uma redução da actividade económica eda riqueza produzida num país. Mas não está a falar-se de algo homogéneo e igual para todos - é perfeitamente normal que determinados sectores estejam em melhores condições que outros, e dentro de cada sector determinadas empresas em crescimento acelerado e outras em queda. Por estranho que pareça, mesmo no cenário actual, todos os dias são criadas empresas e empregos, todos os dias há gente promovida e/ou com aumentos de ordenado - nada de mal nisso, pelo contrário.
  14.  # 74

    Colocado por: luisvv Caso ainda não tenha reparado, vive num país onde é generalizada a indignação com os lucros das empresas. Vive num país onde se escreve ou diz coisas ridículas como "num momento de crise a empresa X tem lucros fabulosos"
    Neste caldeirão de cultura o lucro é imoral, ser rico idem.


    Plenamente de acordo, é um absurdo, nem se percebe porque razão se possa ficar indignado com a riqueza criada. Qual a preferência de opção, que não se criasse riqueza, que não houvesse lucros, nem sequer houvesse ricos Porque não nos congratulamos com a criação de riqueza, porque não nos congratulamos com o gerar dinheiro?
    Sendo básicos, que o vizinho seja rico?
    Porque nos fere isso?

    Colocado por: luisvv .(..) Por estranho que pareça, mesmo no cenário actual, todos os dias são criadas empresas e empregos, todos os dias há gente promovida e/ou com aumentos de ordenado - nada de mal nisso, pelo contrário.


    Muito pelo contrário! Fiquemos contentes, é um bom sinal. Haja quem!

    Colocado por: j cardosoBoas
    Se por uma lado a nossa sociedade está a perder valores que deviam ser de referência - solidariedade social - também é verdade que se criou uma mentalidade segundo a qual tudo nos deve ser garantido sem esforço, atirando a responsabilidade para o estado, qual pai benevolente que tudo nos deve e a quem tudo devemos exigir, esquecendo que o estado somos nós todos.


    O estado somos todos nós.Perfeito, muito verdade.
    Não podemos exigir mais (do estado) do que damos (ao estado).

    Será que está aqui a questão: Será que o sentimento é que damos mais do que temos em troca? Até porque já o PauloCorreia disse nesta discussão algo como que a insatisfação é porque a classe média sente que paga a factura sózinha.
  15.  # 75

    Assim, (e por outro lado), lembrando uma das outras "frases soltas" que eu já ouvi repetidas vezes "nos países nórdicos descontam 50% em retenção na fonte, mas vale a pena, porque têm tudo: educação, saúde, etc. com qualidade, e público"

    Em que ficamos?
  16.  # 76

    Troquem a palavra Estado por Governo provavelmente o contexto obterá outra conotação.

    Cumprimentos Giba
  17.  # 77

    Colocado por: j cardosoBoas

    Uma certaclasse média

    cumps
    José Cardoso


    É esta a letra desta canção brasileira linkada pelo JCardoso, coloco aqui.

    Classe Média
    Max Gonzaga

    Sou classe média
    Papagaio de todo telejornal
    Eu acredito
    Na imparcialidade da revista semanal
    Sou classe média
    Compro roupa e gasolina no cartão
    Odeio “coletivos”
    E vou de carro que comprei a prestação
    Só pago impostos
    Estou sempre no limite do meu cheque especial
    Eu viajo pouco, no máximo um pacote cvc tri-anual
    Mais eu “to nem ai”
    Se o traficante é quem manda na favela
    Eu não “to nem aqui”
    Se morre gente ou tem enchente em itaquera
    Eu quero é que se exploda a periferia toda
    Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
    Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
    O pára-brisa ensaboado
    É camelo, biju com bala
    E as peripécias do artista malabarista do farol
    Mas se o assalto é em moema
    O assassinato é no “jardins”
    A filha do executivo é estuprada até o fim
    Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
    De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
    E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
    Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
    Porque eu não “to nem ai”
    Se o traficante é quem manda na favela
    Eu não “to nem aqui”
    Se morre gente ou tem enchente em itaquera
    Eu quero é que se exploda a periferia toda
    Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
    Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida."

    Retrata novamente o esterotipo, como sendo uma classe média a viver do crédito, pouco ralada com os outros, que só quer saber de si mesma, e não se eternece com nada. Problemas só o são quando, lá está, "batem à sua porta" .
    Não é uma visão imparcial, a da canção, "Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida", a classe média tende a condenar os que têm menos que ela (emprego, vencimento, poder de compra), provavelmente de uma visão de quem veio duma favela.
    É o sistema como falámos, os de baixo culpam os de cima.
    ( E os de cima, os de baixo.
    Os dos lados, o do lado).
  18.  # 78

    Colocado por: PauloCorreia É um erro brutal pensar que o tempo não volta para trás ou que a história não se repete ou imaginar que após se atingir um patamar de civilização isso se torna um direito adquirido, algo que já não é possível perder.
    Para mim, a grande questão dos tempos actuais, é de sabermos em que lado queremos estar (abaixo dos 1000 ou acima dos 2000) e do que estamos dispostos a sacrificar por isso.

    Down here it's just winners and losers and don't
    Get caught on the wrong side of that line

    Bruce Springsteen Atlantic City


    Muito bom este comentário do PauloCorreia, tinha deixado para comentá-lo porque foi um bocado também essa a razão que me levou a iniciar esta discussão:
    Depois de optarmos por qual dos lados, às vezes, questionamos se a opção foi a mais certa. Conscientemente sabemos que não poderíamos ter feito diferente porque quisemos chegar a um determinado ponto, e sentimos que chegámos. Por outro, nada nos impede de olhar para trás, por cima do ombro, e achar que perdemos coisas pelo caminho.
    Do que abdicámos e do que abdicamos presentemente, "do que estamos dispostos a sacrificar por isso".
    É um pensamento surreal em tempo de crise, mas há cada vez mais gente a tê-lo, quando ao final do dia perderam mais uma vez tempo em família, tempo no jardim. E ao final da semana, uma semana. Ao final de muitos anos, os filhos cresceram, é nós estamos velhos demais para cuidar ou saborear o jardim. Se eu cá estiver nessa altura.
    :o)
  19.  # 79

    Colocado por: Mk Pt
    Eu, por exemplo, aumentei a minha qualidade de vida quando regressei de lisboa para a terrinha quando acabei a licenciatura.
    (...)
    - Provavelmente ganhava mais estando a trabalhar em Lx, ou pelo menos o mercado de trabalho seria maior.. Mas parte deste 'problema' é reduzido pelo facto de a vida por cá ser mais barata. E atendendo ao pontos acima é o preço a pagar...


    E, por causa do que eu disse no meu comentário anterior, também o que diz Mk Pt acerta em cheio no que penso por vezes da classe média, do preço a pagar, e da qualidade de vida.
  20.  # 80

    Colocado por: CMartinE, por causa do que eu disse no meu comentário anterior, também o que diz Mk Pt acerta em cheio no que penso por vezes da classe média, do preço a pagar, e da qualidade de vida.

    pressupõe-se obviamente que existe mercado de trabalho
 
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