Percebo perfeitamente o seu ponto de vista. Mas repare que trabalhar de borla pode ser uma espécie de dumping. Não o será se o nº de casos for residual, mas se se tornar comum...
Até pode ter um efeito positivo (a prazo, claro): liberta mão de obra para actividades mais produtivas e,sobretudo, "obriga" a sociedade a encontrar negócios mais rentáveis.
Colocado por: luisvvSe ao contratá-lo o empregador correr o risco de o ter na empresa para o resto da vida, a predisposição para o contratar é menor.
Como já disseram anteriormente, existe um enorme diferença em termos de poder negocial entre patrão/empregado (leia-se, com o desemprego que existe hj em dia, as empresas têm a faca e o queijo na mão. O empregado não tem muito poder na negociação... ou agarra o que lhe oferecem, seja bom ou mal, ou siga que há mais gente à espera... )
Na minha ótica o SMN é bom exatamente para impedir práticas abusivas de salários, que iriam se alastrar como fogo no tecido empresarial.
Vamos supor que empresa A tem 5 trabalhadores a ganhar o SMN.
O salário é então "liberalizado".
A empresa A manda embora os 5 trabalhadores que ganhavam o SMN e contrata outros 5 a ganharem 300€ por mês.
Mas dai dizem: ah e tal, como o salário já é livre, a empresa pode contratar mais gente!
Acham que sim? Se a empresa A tinha 5 trabalhadores antes que davam conta do serviço, não há de contratar 10, sabendo que 5 dão conta do recado...
E o triste é que vão sempre haver pessoas que estão desesperadas por ganhar algum e vão aceitar o trabalho. Ora a empresa B vê o que a empresa A fez, imita.. e a C.. e a D.. e por aí afora.
Era bonito era...
Faz lembrar um pouco o mercado da energia. Diziam que quando o mercado fosse liberalizado, os preços baixariam por causa da concorrência e tal...
Engraçado que a minha fatura de luz só aumenta...
Colocado por: mog
Claro que são situações pontuais e por isso mesmo as possíveis consequências que descrevi não aconteceram! Agora, o que não podemos é aceitar por princípio o trabalho gratuito como algo absolutamente normal, pois se assim for às tantas a excepção deixa cada vez mais de o ser!
Muito bem. Então, porque é que só 11% dos trabalhadores recebem actualmente o SMN?
Colocado por: Tyrande"Assim, segundo o INE (Quadro I), no 1º Trimestre de 2009, 1.577.100 trabalhadores por conta de outrem, ou seja, 40,6% do total de trabalhadores tinham um salário liquido inferior a 600 euros por mês. Apenas 483,1 mil, ou seja, 12,4% do total, recebiam um salário líquido mensal superior a 1.200 euros por mês. Os que recebiam mais de 1.800 euros por mês eram apenas 3,8% do total. "
11% recebemsomenteo SMN... ou seja, uma pessoa que ganhe 500 euros (agora até já é menos que o SMN), já não entra para essa estatística...
Por exemplo, no meu local de trabalho poucos ganham o SMN. Mas "o grosso" pouco mais que isso ganha! Mas lá está, já não entram para os famosos 11%.
Interessante era ver estatística de % de salários por níveis...
(..)
quase que aposto que a % do intervalo entre SMN e 600€ seria bem interessante..
Colocado por: danobregaNão é necessário que seja assim. Há trabalhos que deixam de fazer sentido com a imposição do salário mínimo, porque os produtos e serviços produzidos ficam por um preço que ninguém quer comprar, ou porque a automação dessas tarefas fica por um valor mais baixo que o salário mínimo.
Colocado por: J.FernandesVocê está a ver a questão ao contrário do que eu a pus. Não se trata de baixar o salário de ninguém, nunca aqui o defendi, trata-se de não subir o SMN, para não elevar a barreira para novas contratações de pessoal jovem e não qualificado. A sua pergunta deveria ser portanto: "Com este nível de SMN consigo dar o primeiro emprego a este jovem?"
Colocado por: J.FernandesSe a remuneração não baixar por impedimentos legais como é que julga que se vai dar a volta à situação? A resposta parece-me óbvia: menos contratações e não renovação de alguns contratos a prazo.
Colocado por: J.FernandesDefender a ausência de regulamentação laboral não é defender a baixa do salário de ninguém
Colocado por: J.FernandesA questão que está aqui em discussão é a seguinte: se um trabalhador e a entidade patronal acordarem num salário de 350€/mês, qual a vantagem que a sociedade retira no facto de o estado impedir esse acordo, preferindo que o trabalhador continue em casa com 0€. Os 30% ou mais de desemprego jovem (já se questionaram porque é esta taxa é bastante superior à taxa da população em geral?) são um preço aceitável a pagar por um SMN "digno"?
Colocado por: two-rokCompreendo e concordo, mas as pessoas nessas situações podem QUERER TRABALHAR, e se não tiverem uma opção melhor podem querer aceitar, mas a lei laboral não o permite.
Eu falei o que falei, porque nessa situação preferia receber menos do que ficar em casa a deprimir, porque pelo menos a mim era o que acontecia. Para mim, parar é morrer.
Colocado por: luisvvse o empregador não precisar de si, o Neon é tão descartável com ou sem regulamentação
Colocado por: luisvvSe ao contratá-lo o empregador correr o risco de o ter na empresa para o resto da vida, a predisposição para o contratar é menor
Colocado por: luisvvUm argumento contraditório com o resto... se o SMN não tem que ter relação com as circunstâncias(familiares ou outras) do trabalhador, porque existe? A ideia de que será o "mínimo aceitável" é forjada numa imagem quase dickensiana da família dependente do pai, única fonte de rendimento da casa, e não resiste ao confronto com as diferentes circunstâncias de um trabalhador (o jovem que procura o primeiro emprego, ou que busca sustento enquanto estuda, p.ex ou sequer com a noção de que a alternativa para muitos é não receber nada.
Colocado por: luisvvÉ que se torna um bocado estranho, argumentar com alguém que agita o fantasma da ganância, da "race to the bottom", do desequilíbrio de força entre patrão e empregado, e de como se os patrões pudessem estávamos todos a trabalhar de borla, quando a realidade nos mostra um panorama bem diferente..
Colocado por: luisvv
Sim, alguma vai. Mas dos que vão, parte tem habilitações que não correspondem a necessidades actuais.
Colocado por: luisvvse o poder negocial está do lado do patrão, e a barreira é o SMN, podemos concluir que há algo de errado na sua empresa ou no seu raciocínio..
Colocado por: NeonMuito bem, não sei qual a tua actividade comercial, mas imagina que os reformados da tua rua, só para se manterem entretidos começam a prestar o teu serviço a custo zero ou no maximo a 10% do teu preço. O que tu acharias?
Colocado por: NeonRetiro as minhas questões anteriormente colocadas
Colocado por: NeonNo meu ponto de vista, 350€ é uma salario baixo para o custo de vida que temos (já o aceitaria se a renda da casa fossem 50€, o prato da sopa fossem 10 centimos e o par de sapatos 5 €). Ainda no meu ponto de vista, a proliferação de salários desse calibre promove um cenário de deflação com as correspondentes consequências.
Colocado por: NeonMuito bem, não sei qual a tua actividade comercial, mas imagina que os reformados da tua rua, só para se manterem entretidos começam a prestar o teu serviço a custo zero ou no maximo a 10% do teu preço. O que tu acharias?
Colocado por: NeonSim sou sempre descartavel, mas com regulamentação pelo menos criam-se padrões minimos. Se o empregador não precisa de mim porque tem outra opção...temos uma garantia minima que ele não precisa de mim porque pelo menos optou por aquele que achou que seria melhor para ele; E não pelo motivo de que optou por aquele que baxa mais a cueca
Colocado por: NeonComo já referi em outras alturas, a matematica não é uma ciencia exacta.
Mas se uma faca de cozinha custa 5€ e uma tesoura 3€, porque raio havemos de querer que exista um amolador, quando a sua existência só se justifica se ele cobrar menos do que o preço de uma pastilha elástica pela prestação do seu serviço? Não seria mais razoavel po-lo a fazer facas e tesouras ou até mesmo pastilhas elasticas?
Porque não aceitar que aquela actividade, neste momento não faz sentido. Ainda que num futuro quem sabe até o possa fazer?
No meu ponto de vista, 350€ é uma salario baixo para o custo de vida que temos (já o aceitaria se a renda da casa fossem 50€, o prato da sopa fossem 10 centimos e o par de sapatos 5 €). Ainda no meu ponto de vista, a proliferação de salários desse calibre promove um cenário de deflação com as correspondentes consequências.
Sim sou sempre descartavel, mas com regulamentação pelo menos criam-se padrões minimos. Se o empregador não precisa de mim porque tem outra opção...temos uma garantia minima que ele não precisa de mim porque pelo menos optou por aquele que achou que seria melhor para ele; E não pelo motivo de que optou por aquele que baxa mais a cueca
Para já não defendo isto, que eu saiba há responsabilidades de patrão para empregado e de empregado para patrão, e não se tornam gémeos siameses
Mas já agora, é esta a realidade que conheçe? patrões subjugados pelos empregados e destinados a sofrer ás suas mãos até ao fim dos seus dias?
Às vezes isto é dificil, quando o Luis lhe dá para o disparate
(..)
Porém isso não quer dizer que o SMN, no meu entendimento não deva ter uma relação, não especificamente com o manuel ou com o joaquim, mas com uma serie de variaveis padronizadas da sociedade onde esses individuos se inserem (entenda um nivel minimo de sobrevivencia do individuo, e não da familia, e mais uma vez sem prejuizo dos apoios sociais caso aplicavel)
Tentando ser mais claro, o que se pretende é que todo e qualquer interveniente na maquina de produção seja produtivo e rentavel.
Não o sendo por inépcia sua, mereçe e pode ser expurgado
Agora não o sendo porque como já aqui foi dito certas actividades não são rentaveis a não ser que o pagamento ao empregado seja meia codea de pão. Então a actividade não faz sentido.
Luis garanto-lhe que não será tão estranho, como argumentar com alguem que diz que existe um desiquilibrio de forças entre patão e empregado, mas em prejuizo do patrão, quando a realidade nos mostra um panorama em que apenas 11% dos trabalhadores "tão pouca gente" recebe uma ninharia e só por pirrice dos patrões não são aumentandos para valores mais dignos.
Olhe agora só para a gente rir, mas também para termos a noção da fraqueza da tal percentagem dos 89 ou 90%. Tenho um amigo que diz que já falta pouco para ganhar o salário minimo. Já viu se por meia duzia de euros a percentagem dos 90% desce drasticamente e a dos 11 % sobre sky high?
parte?
Bom eu não tenho essa realidade presente, além de familia proxima minha; Aqui onde moro já saiu mão de obra qualificada e com emprego, apenas porque se recusaram a aceitar as condições salariais existentes e a impossibilidade de garantir um padrão de vida pretendido e um futuro aos filhos. Entretanto já abriram portas à restante familia, e apenas ficaram os pais já velhotes.
Luis, daqui a uns anos você vai-me dar razão. Esta geração mais recente é uma geração que para alem de insatisfeita não é tolerante nem paciente, procuram a todo o tempo a satisfação pessoal e imediata. Não toleram regras, nem comportamentos padronizados, não querem saber de laços, lealdade nem de afectividades. Esta corrente de gente que vai embora, lhe garanto que na sua maioria não vai voltar ainda que o pais se modifique e crie melhores condições para os receber. Nas conversas noto mesmo um certo odiozinho e um prazer em botar o pais para baixo.
Luis tem noção da existência de situações em que as pessoas são convidadas para desempenhar tarefas de voluntariado, porque fica bem no curriculo?
Tem noção que hoje em dias são contratados técnicos estagiários, onde depois se pede esperiencia neste mundo e no outro, e em que o salário é comparticipado pelo estado? O que se pode chamar a isso?
Como encaixa estas situações nesse mundinho ficticio dos 11% do SMN?
Os números foram apresentados, em 1998, pelo próprio Centro Português para a Cooperação (CPPC): num total de 15 600 contos (75,8 mil euros) de donativos, mais de 90% daquele valor (14 542 contos, 72 mil euros) estavam destinados a pagar a "colaboradores".