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  1.  # 1

    Apesar do artigo estar mais orientado para o custo do trabalho de Arquitectura, o mesmo discurso será válido para os projectos de Especialidades. Vai de encontro à questão que coloco a muitos colegas, porque é que numa altura em que o preço do imobiliário está ao rubro o custo dos projectos continua em baixa?

    Vale a pena ler.

    https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/guerra-de-precos-baixa-qualidade-na-arquitetura-em-portugal-399640
    Concordam com este comentário: Canos
    Estas pessoas agradeceram este comentário: CMartin, mica, José Barnabé
  2.  # 2

    Este problema não existe só na arquitectura ou engenharia. Infelizmente no nosso país está a existir uma enorme exploraçao em todas as classes de trabalho.
    Os gestores das empresas estao a tentar ser competitivos e conseguir grandes resultados através do controlo de custos. E a mao de obra é infelizmente onde eles conseguem de forma incompetente reduzir e potenciar os resultados positivos.
    O nosso tecido empresarial nao valoriza os seus RH. Apenas os explora. Nao sabem gerir com meritocracia. So sabem gerir sob coaçao e medo.
    Infelizmente o grosso do portugues tem medo de arriscar e perder o que é certo. Isto acontece porque as empresas não arriscam e não contratam as pessoas porque sao bons ou melhores. Contratam apenas porque sao baratos e tem as qualificaçoes pretendidas.
    As empresas querem pessoas com qualificaçoes ou experiência, mas querem pagar pouco.
    Isto é a cultura do tiro no pé. Um país sem poder de compra e que nao valoriza a sua população, vai continuar a perde-la para outros paises e com isto vamos continuar a nao sair da mediocridade.
    Perdemos talentos em todas as areas. E alguns sao agora talentos la fora, porque lhes deram oportunidades. Eu não falo apenas nos licenciados. Falo de todas as classes de trabalho e areas.
    O grosso dos portugueses sao bons trabalhadores lá fora, porque sao motivados financeiramente a serem bons trabalhadores e com isso as pessoas sentem-se reconhecidas.
    Concordam com este comentário: José Barnabé, Canos
  3.  # 3

    Concordando com o Sirruper, deixo aqui alguns complementos ao seu comentário.

    Talvez pela desunião e inveja que reina na classe.

    Talvez pela dificuldade em transmitir a importância e o âmbito da arquitetura bem como o impacto que o espaço tem no dia a dia das pessoas, aliado ao fato de que cultura, educação sensorial, educação orientada para o que não é imediato e objetivo ser nula ou próximo disso.

    Como é que se cobra por um serviço altamente qualificado mas cuja maioria do impacto não interessa às pessoas (muitas das vezes pelo simples fato de que não têm "tempo de sentir"?

    Aqui pelo forúm é frequente aparecer o cliente que reparte metros quadrados entre cozinha, salas e quartos, faz uns rabiscos porque descobriu o sketchup, e vê que afinal aquilo é fácil e até se faz ali em 2 a 3 horas por entre umas visitas ao pintrest para ver as modas.

    Se esta pessoa não sabe que o espaço é multidimensional, nem se lembra da sinestesia e a poesia lhe passou ao lado na vida, não tem sensibilidade para simplesmente sentir um espaço, resta ao arquiteto educar o cliente e lhe demonstrar o real valor do seu trabalho. E qual é o cliente que tem paciência para isso? Ele só queria mesmo 3 quartos, 1 cozinha e 1 sala em open space..

    Por outro lado há os casos em que o arquiteto não só vai acampar uns dias para o lugar para o compreender como inclusive passa uns dias com o cliente para o conhecer.

    Escusado será dizer que o a quantidade de dinheiro empregue em projeto nuns casos e noutros é diferente.

    Aquando da última guerra arquitetos/engenheiros foi várias vezes utilizado o argumento de que a qualidade de **** do espaço urbano português se devia à muita intervenção de engenheiros. Agora que os arquitetos é que mexem na coisa mas têm de o fazer numa semana a ganhar 20 tostões ao fim da mesma semana não me parece que a qualidade quer do parque edificado quer do espaço público vá aumentar.
    Concordam com este comentário: CMartin, zedasilva
    •  
      CMartin
    • 27 janeiro 2019 editado

     # 4

    Colocado por: José BarnabéTalvez pela dificuldade em transmitir a importância e o âmbito da arquitetura bem como o impacto que o espaço tem no dia a dia das pessoas, aliado ao fato de que cultura, educação sensorial, educação orientada para o que não é imediato e objetivo ser nula ou próximo disso.

    Como é que se cobra por um serviço altamente qualificado mas cuja maioria do impacto não interessa às pessoas (muitas das vezes pelo simples fato de que não têm "tempo de sentir"?

    Aqui pelo forúm é frequente aparecer o cliente que reparte metros quadrados entre cozinha, salas e quartos, faz uns rabiscos porque descobriu o sketchup, e vê que afinal aquilo é fácil e até se faz ali em 2 a 3 horas por entre umas visitas ao pintrest para ver as modas.

    Se esta pessoa não sabe que o espaço é multidimensional, nem se lembra da sinestesia e a poesia lhe passou ao lado na vida, não tem sensibilidade para simplesmente sentir um espaço, resta ao arquiteto educar o cliente e lhe demonstrar o real valor do seu trabalho. E qual é o cliente que tem paciência para isso? Ele só queria mesmo 3 quartos, 1 cozinha e 1 sala em open space..

    Muito bom. É impossível explicar isso ao cliente que não tem a mínima noção do sensorial (o sensorial, entre outras coisas). Nunca vai perceber.
    Também no fórum vemos isso, para que servem as divagações sobre arquitectura perguntam muitos e duvidam da sua utilidade. Falar sobre a filosofia ou a psicologia da arquitectura nessas circunstâncias ??

    Ainda sobre o custo e não valorização, a globalização massificou o acesso a muitos produtos e serviços, mas também baixando-lhes preço e (por conseguinte, ou vice versa), qualidade.

    Logo = sinal dos tempos : a perda de 1) cultura, de 2) tempo e de 3) qualidade. E a falta de valorização dos 3 (num investimento).
    Concordam com este comentário: José Barnabé
  4.  # 5

    Pelo que tenho visto neste forum, a maior parte dos participantes acha que a arquitectura é uma questão de gosto pessoal, pelo que eles é que devem desenhar a sua casa e não o arquitecto....a sorte dos arquitectos é que sem a assinatura deles os projectos não podem entrar nas Câmaras Municipais.
    Concordam com este comentário: José Barnabé, CMartin, zedasilva, antonylemos
  5.  # 6

    Colocado por: PicaretaPelo que tenho visto neste forum, a maior parte dos participantes acha que a arquitectura é uma questão de gosto pessoal, pelo que eles é que devem desenhar a sua casa e não o arquitecto....a sorte dos arquitectos é que sem a assinatura deles os projectos não podem entrar nas Câmaras Municipais.


    Não fosse isso e nem a licença do autocad dava para pagar quanto mais a do revit.
  6.  # 7

    Colocado por: CMartinque não tem a mínima noção do sensorial

    "O sistema nervoso sensorial faz parte do sistema nervoso responsável pelo processamento da informação sensorial. Um sistema sensorial consiste em neurônios sensoriais (incluindo as células receptoras sensoriais), caminhos neurais e partes do cérebro envolvidas na percepção sensorial. Sistemas sensoriais comumente reconhecidos são aqueles visão, audição, tato,paladar,olfato e equilíbrio. Em suma, os sentidos são transdutores do mundo físico para o reino da mente, onde interpretamos a informação, criando nossa percepção do mundo que nos rodeia.[1]

    Os organismos precisam de informações para resolver pelo menos três tipos de problemas: (a) manter um ambiente adequado, ou seja, homeostase; (b) atividades de tempo (por exemplo, mudanças sazonais de comportamento) ou sincronizar atividades como os de conspecíficos; e (c) localizar e responder a recursos ou ameaças (por exemplo, movendo-se para recursos ou evadindo ou atacando ameaças). Os organismos também precisam transmitir informações para influenciar o comportamento de outro: identificar-se, alertar conspecíficos de perigo, coordenar atividades ou enganar.[2]"

    "Em fisiologia, um estímulo é uma mudança detectável nos ambientes interno ou externo. A habilidade de um organismo ou órgão para responder a estímulos externos é chamada sensibilidade. Quando um estímulo é aplicado a um receptor sensorial, normalmente provoca ou influencia um reflexo pela transdução de estímulos. Estes receptores sensoriais podem receber informações de fora do corpo, como receptores sensíveis ao toque encontrados na pele ou receptores sensíveis à luz no olho, assim como de dentro do corpo, como os quimiorreceptores e mecanorreceptores.

    Um estímulo interno é, frequentemente, o primeiro componente de um sistema de controle homeostático. Estímulos externos são capazes de produzir respostas sistêmicas ao longo do corpo, como na reação de lutar ou fugir. Para que um estímulo tenha uma alta probabilidade de ser detectado, sua intensidade deve exceder o limiar absoluto; se um sinal ultrapassa o limiar, a informação é transmitida ao sistema nervoso central (SNC), ao qual é integrada e uma decisão sobre como reagir é feita. Ainda que estímulos comumente façam o corpo responder, é o SNC que determina ao fim se um sinal causará ou não uma reação."

    Fonte : wiki.
  7.  # 8

    Colocado por: José BarnabéEle só queria mesmo 3 quartos, 1 cozinha e 1 sala em open space..


    O cliente quer é uma casa para viver, e sendo que, cada vez mais, o cliente faz casa mais tarde, este já tem uma ideia bem definida daquilo que quer.



    Colocado por: José BarnabéSe esta pessoa não sabe que o espaço é multidimensional, nem se lembra da sinestesia e a poesia lhe passou ao lado na vida, não tem sensibilidade para simplesmente sentir um espaço, resta ao arquiteto educar o cliente e lhe demonstrar o real valor do seu trabalho. E qual é o cliente que tem paciência para isso?


    Com essa conversa meu caro, e com todo o respeito, pouca gente a terá.
    Concordam com este comentário: Diogo999
    • smart
    • 28 janeiro 2019 editado

     # 9

    devemos olhar também para os extremos
    para aqueles que olham para o horizonte, projectam harmonia e sedução e transparecem para os projectos
    depois o dono de obra diz, não quero janela, quero uma sacada
    e o poeta, perdão arquitecto insinua os direitos de autor, recusa a alteração, não a executa, não acaba o projecto e p dono de obra tem de recorrer a outro com os diferendos conhecidos.
    nem tanto ao mar, nem tanto á serra...perdão...quero dizer terra
    isto sem esquecer projectos, com tubos a passar em frente a janelas, copy pasts sem visualizar a morfologia do local a edificar e os colectores a passar em frente ás janelas e outros a furar vigas, em que a função de coordenador de projecto contratada, não é executada...e isto não tem a ver com dinheiro mas com rigor e profissionalismo, neste caso, a falta dele...
  8.  # 10

    Ahh viver, habitar...o que será afinal isso? Hein Heidegger?!
    •  
      CMartin
    • 28 janeiro 2019 editado

     # 11

    Quem sabe fazer arquitectura além do arquitecto ? Ninguém.
    Mas tiram-lhe as valências, o valor que ele tem, pensando que ganham em custos, só perdem, só perdem.
      Os-Olhos-da-Pele-A-Arquitetura-e-os-Sentidos.jpg
      download.png
      51cCZzFT02L._SX347_BO1,204,203,200_.jpg
    • crapa
    • 28 janeiro 2019 editado

     # 12

    Colocado por: CMartinQuem sabe fazer arquitectura além do arquitecto ? Ninguém.
    Mas tiram-lhe as valências, o valor que ele tem, pensando que ganham em custos, só perdem, só perdem.
      Os-Olhos-da-Pele-A-Arquitetura-e-os-Sentidos.jpg
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    Quanto tempo passa em casa? Tem filhos? Quanto tempo gasta com eles? Quantas horas vê televisão?

    Acha que um DO hj em dia quer saber dos sentidos para alguma coisa? Quer é a sua casa para alojar a sua família.
    Concordam com este comentário: Diogo999, leandro_m
    •  
      CMartin
    • 28 janeiro 2019 editado

     # 13

    Colocado por: crapaQuer é a sua casa para alojar a sua família.

    Como disse o José Barnabé, lá em cima, é a diferença (ou dicotomia, ou simetria) habitar e viver.
    A casa é o lar da família. Por isso lhe damos tanto valor.
    E quando se fala em arquitectura é a casa, mas tão mais do que isso.
  9.  # 14

    Colocado por: smartdevemos olhar também para os extremos
    para aqueles que olham para o horizonte, projectam harmonia e sedução e transparecem para os projectos
    depois o dono de obra diz, não quero janela, quero uma sacada
    e o poeta, perdão arquitecto insinua os direitos de autor, recusa a alteração, não a executa, não acaba o projecto e p dono de obra tem de recorrer a outro com os diferendos conhecidos.
    nem tanto ao mar, nem tanto á serra...perdão...quero dizer terra
    isto sem esquecer projectos, com tubos a passar em frente a janelas, copy pasts sem visualizar a morfologia do local a edificar e os colectores a passar em frente ás janelas e outros a furar vigas, em que a função de coordenador de projecto contratada, não é executada...e isto não tem a ver com dinheiro mas com rigor e profissionalismo, neste caso, a falta dele...

    Entre o arquitecto e o dono de obra cria-se uma desejada relação de confiança, e assim, tudo flui de outra forma, em que trabalham para um objectivo comum sem se guerrerearem, as ideias do dono de obra são sempre bem vindas e, nesse contexto de confiança, trabalhadas.
  10.  # 15

    Quem quer saber dos sentidos, viver a casa, o lar, etc, não contrata arrquintettos vãos de escada. Paga e paga bem por Arquitetos, obviamente não é para todas as bolsas. Para o comum dos mortais 4 paredes e o papel assinado é suficiente.
    Cada um sabe de si, das suas pretensões e posses.
    Concordam com este comentário: José Barnabé, desofiapedro
    • crapa
    • 28 janeiro 2019 editado

     # 16

    Colocado por: CMartinEntre o arquitecto e o dono de obra cria-se uma desejada relação de confiança, e assim, tudo flui de outra forma, em que trabalham para um objectivo comum sem se guerrerearem, as ideias do dono de obra são sempre bem vindas e, nesse contexto de confiança, trabalhadas.


    Era bonito se isso fosse 100% verdade, mas você sabe que não é.
  11.  # 17

    Colocado por: crapaAcha que um DO hj em dia quer saber dos sentidos para alguma coisa?

    Há DOs que os valorizam, sim. Não é o seu caso quando imagina a sua casa ? Alguém não valoriza ? Podem nem saber que o fazem em consciência, mas fazem da forma que souberem, de acordo com o vosso (pouco ou muito) saber :o)
  12.  # 18

    Colocado por: CMartinHá DOs que os valorizam, sim. Não é o seu caso quando imagina a sua casa ? Alguém não valoriza ? Podem nem saber que o fazem em consciência, mas fazem da forma que souberem, de acordo com o vosso (pouco ou muito) saber :o)


    Daqui a nada são psicólogos.
  13.  # 19

    Se é para falar de arquitectos, entao cá vai.
    A maior parte do DO nao sabe para que serve verdadeiramente um arquitecto.
    E a maior parte dos arquitectos nao sabem o que é ser um DO.
  14.  # 20

    Por acaso acho que têm formação em psicologia
 
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