Colocado por: lobitoDesculpe uma pergunta, Princesa_. Pelo que percebo, é advogado/a. Fica sempre nesse limbo de dúvida de cada vez que há uma decisão em primeira instância? E em segunda e em terceira? Ou é só porque é um caso de abuso de menores, ou é só porque é um caso mediático, ou é só porque alguns dos condenados em primeira instância são pessoas conhecidas? Desculpe a intromissão na sua vida privada, mas como é que consegue fazer o seu trabalho?
Colocado por: luisvv
Sim, em crime.
http://www.portalforense.com/v3/opiniao_integral.asp?ID=27&page=3&pesquisa=
Colocado por: CMartin(...)Defendo crianças com unhas e dentes, especialmente face a adultos que se carácter tivessem não veriam os seus nomes implicados em tais casos, como qualquer cidadão não tem.C. Martin,
Colocado por: CMartiné um assunto que realmente me revolta e me interessa (por causa das crianças,
Colocado por: CMartinque se veja como está ser usado o tempo de antena neste momento para nos formar as nossas (inúteis) opiniões,
Colocado por: CMartinSou absolutamente contra o abuso a menores e nunca mudarei essa convicção e não dou aberturas para duvidas a abusadorescondenados em tribunal
Colocado por: CMartincreio que o meu papel é não tentar compreender nem este crime,
Colocado por: CMartintenham muito cuidado, porque se fossem todos como eu,
Colocado por: CMartinTudo o que digo é baseado nas minhas convicções, tal como tudo o que dizem todos nesta discussão - com base em convicções.
Colocado por: Princesa_
Caro Lobito,
Se pudesse ou entendesse por bem revelar a minha identidade não usaria um nick :) faria como quase todos e usava o nome próprio. Mas ao que me pergunta posso sem qualquer dúvida responder e revelar:
As decsões em 1.ª instância podem admitir recurso ou não nos termos da lei aplicável. Se admitirem recurso qualquer advogado não as considera como definitivas pois a guerra está a "meio".´Só após o chamado "transito em julgado" é que consideramos que é definitivo. E ainda assim temos Tribunais Comunitários que podem inverter a coisa (excepção rara e pouco usada).
Mas aqui a decisão de primeira instância merece mais cautelas porque: 1) é mediático e por isso juizes e demais intervenientes sofrem influencias várias (até ameaças, quer vitimas quer arguidos); 2) envolve pessoas conhecidas (idem idem); 3) implica muita prova testemunhal, pela própria natureza dos crimes (abusos sexuais), é diferente de fuga ao fisco (em que existe normalmente muita prova documental e outras); 4) as vitimas sao os "meninos" da casa pia... (um deles ajudava o bibi na sua tarefa de seleccionar crianças e organizar as "festas" sabiam??
Por isso tudo este caso é especial, e por mais razões que agora não me consigo recordar mas que certamente já terei explicado em comentários anteriores.
No que diz respeito ao meu trabalho... eu não faço, regra geral, advocacia de barra (barra = tribunal ou contencioso) e muito raramente faço penal e quando faço é porque sou nomeada defensora oficiosa. Eu trabalho num escritório grande, no centro de Lisboa, que se dedica à advocacia empresarial. Os meus clientes são maioritariamente estrangeiros e a minha advocacia é a chamada advocacia de "negócios". Este não é o meu ramo e nem é o meu preferido, pelas razões óbvias que conhecem...
Colocado por: Luis K. W.C. Martin,
"Não veriam os seus nomes implicados..." ?!?
Não compreende que isso pode depender apenas do carácter dos acusadores (pseudo-vítimas) ?
Parece que não leu as mensagens sobre as falsas acusações de abuso sexual, e a do meu Amigo que foi parar a tribunal (acusado pela ex-mulher de ter violado a filha, meia-duzia de anos após a separação e de ter visto a filha pela última vez)...
Colocado por: lobitoFrancamente, não consigo entender como é que se pode viver em sociedade pondo permanentemente (ou antes, de vez em quando...) em causa o poder judicial.
Colocado por: Jorge Rocha
Eu diria antes...
Não consigo entender como é que se pode falar-se de justiça quando um processo demora 8 anos?Não será de pôr em causa essa justiça?
Percebo o que se diz, mas não sou a favor de crimes, sejam leves ou graves, sejam ao fisco ou de outra natureza.
Faço-o nas seguintes condições 1) isto é um fórum de opiniões e valem as opiniões todas por igual 2) é um assunto que realmente me revolta e me interessa (por causa das crianças, ao contrário do futebol que nem me belisca o interesse) 2) como pessoa comum e cidadã.
Gostava que este crime não tivesse ocorrido, mas ocorreu, praticaram-no,
Sou absolutamente contra o abuso a menores e nunca mudarei essa convicção e não dou aberturas para duvidas a abusadorescondenados em tribunal(quem sou eu?).
Colocado por: lobito
Não. Criticá-la, veementemente, sim.
Criticar as leis, quem as faz e quem as vota (que ficam sempre de fora, com uma auréola que não passa nas portas), também.
Três coisas me intrigam na posição por muitos assumida:
- Se não leram o processo ou a fundamentação da sentença, que argumentos apresentam para discutir a decisão do tribunal?
- Admitindo que os move a preocupação perante uma falha da justiça, porque continuam a discutir a culpabilidade de apenas um dos réus?
- Onde estava essa preocupação quandodeste caso?
Santa hipocrisia
José
Por isso mesmo é que me custa a entender que, num Estado de Direito, se ponham em causa as decisões dos tribunais cada vez que um caso é mediático. Para mim é a mesma coisa que defender que efectivamente, perante a lei, uns são filhos outros enteados.
Mas não percebo como é que se pode fazer outra coisa senão "delegar" nos juízes a competência de fazer justiça. Os pormenores do caso, o que é que os meninos fizeram ou não, é irrelevante, se os juízes tiverem dado como provado que os arguidos cometeram o crime x, y ou z.
Colocado por: CMartinNão me interessa nada os abusadores, como disse, como sabe. Penso mais nos que, sendo adultos hoje, passaram a infância de abusos, do que nos que possivelmente poderão recorrer a penas que possam considerar injustas, ou condenações que possam julgar incorrectas. A infância de abusos é que não tem apelo, nem recurso que a possa salvar ou atenuar.
Vejo “a coisa” numa espécie de relação benefício-risco (como diz-se que os médicos analisam os seus casos, não sendo eu médica), e o meu benefício vai sempre para o lado das crianças (vítimas), em risco dos adultos (abusadores). Não fui eu que os condenei, foi o tribunal. Foram condenados em tribunal.
Eu dou o benefício às vítimas.
E outros estão a dar o benefício aos abusadores.
Exactamente na mesma medida – na medida da convicção de cada um.
A diferença entre a minha convicção e a convicção desses outros, está em que os abusadores foram condenados de acordo com a lei.
Eu acabo por me sentir do lado certo da balança de qualquer uma das perspectivas: moralmente, porque acho mais correcto defender crianças do que pedófilos e também em termos de justiça: porque houve condenação de acordo com a lei.
(Luisvv e LuisKW, os luises, como sabem, defendem tanto que se recorra à lei, aos advogados, e aos tribunais que até estou a estranhar esta repentina mudança de critérios neste caso dos abusos. Já não confiam nas instâncias que tanto defendiam, o que vos deu neste particular caso da Casa Pia?)