Iniciar sessão ou registar-se
  1.  # 381

    Colocado por: luisvvO topo da cadeia alimentar é quem o desenha e vende, não quem o produz.
    O topo da cadeia alimentar é de quem o vende. E quem o vende é a Apple. O facto é que a Apple tem sucesso porque vende bens e não só serviços. Obviamente que aqueles bens têm o valor que têm devido aos serviços de conceção e marketing. O que eu referi é que temos de ter empresas assentes em bens e não e serviços, logo a venda de bens engloba-se no primeiro caso.

    os serviços são importantes, não digo que não a questão é que nós não temos em Portugal o ecossistema ideal para empresas de serviços como a Google ou Amazon. Logo os serviços que prestamos são em grande parte direcionados ao turismo.
  2.  # 382

    Colocado por: HAL_9000
    topo da cadeia alimentar é de quem o vende. E quem o vende é a Apple. O facto é que a Apple tem sucesso porque vende bens e não só serviços.

    E a Microsoft? E a Google? E a.. ? Vá ver as maiores empresas do mundo (medidas por lucro e não por facturação) e verá: petróleo e automóvel à parte, sobram serviços financeiros, serviços de saúde, software..

    A Apple vende telefones mas não os produz: desenha as especificações, pode produzir alguns componentes, mas o essencial da sua actividade é esse serviço.


    Obviamente que aqueles bens têm o valor que têm devido aos serviços de conceção e marketing. O que eu referi é que temos de ter empresas assentes em bens e não e serviços, logo a venda de bens engloba-se no primeiro caso.

    A vantagem de vender serviços é essa: estamos no topo da cadeia.


    os serviços são importantes, não digo que não a questão é que nós não temos em Portugal o ecossistema ideal para empresas de serviços como a Google ou Amazon. Logo os serviços que prestamos são em grande parte direcionados ao turismo.


    Não tem para essas, mas tem para outras. A ideia de que é preciso produzir coisas físicas resulta de tempos antigos e hoje já não é de todo assim.
    • Dan
    • 24 fevereiro 2021 editado

     # 383

    O exemplo que coloca não me parece comparável. Num caso quer proibir-se que uma pessoa por ser estrangeira possa comprar uma casa assim que a "cota" dos estrangeiros esteja preenchida (discriminando negativamente esse indivíduo apenas pela sua nacionalidade), noutro caso o Estado Português (que sempre tributou de forma pesada a aquisição de veículos) aplica a sua carga fiscal interna aos veículos importados sendo indiferente para o Estado Português que quem importa o carro vindo da Alemanha seja um português ou um alemão seja quem for a importar paga sempre igual....... muito.
  3.  # 384

    Colocado por: luisvvNão tem para essas, mas tem para outras. A ideia de que é preciso produzir coisas físicas resulta de tempos antigos e hoje já não é de todo assim.
    A Alemanha tem a pujança económica que tem porque se farta de vender serviços, EUA igual.

    o luisvv não deixa de ter razão em algumas coisas, mas nós não temos nem as infraestruturas, nem a mão de obra, nem a cultura para poder prosperar a custa desse tipo de serviços. Que grandes empresas de Serviços temos de origem portuguesa? fora um ou outro unicórnio, que ainda não se consolidaram.

    Produzir bens pode ser uma visão do passado, mas alguém tem de os produzir, e ainda bem que a produção não esta toda sediada em países de terceiro mundo.
    Concordam com este comentário: Caravelle
  4.  # 385

    Colocado por: HAL_9000A Alemanha tem a pujança económica que tem porque se farta de vender serviços

    ...e não só! A Alemanha é essencialmente uma economia social de mercado onde impera a indústria de produção.
    O milagre do pós guerra passa pela banca estatal germânica que têm regras para favorecer o desenvolvimento local, fazer o crédito ao alcance de todas as empresas, não importa o tamanho da mesma. É uma política de crédito para manutenção do próprio emprego nacional no país.
    • eu
    • 24 fevereiro 2021

     # 386

    Colocado por: HAL_9000A Alemanha tem a pujança económica que tem porque se farta de vender serviços

    A Alemanha é um caso muito especial, pois continuam a ter muita produção interna de produtos.
  5.  # 387

    Colocado por: HAL_9000
    A Alemanha tem a pujança económica que tem porque se farta de vender serviços, EUA igual.


    As empresas americanas deslocalizaram muita da sua produção, são aliás conhecidas por isso. A Alemanha é um caso diferente de todos os outros.




    o luisvv não deixa de ter razão em algumas coisas, mas nós não temos nem as infraestruturas, nem a mão de obra, nem a cultura para poder prosperar a custa desse tipo de serviços. Que grandes empresas de Serviços temos de origem portuguesa? fora um ou outro unicórnio, que ainda não se consolidaram.

    Não à custa desses, mas de outros, como aqueles que motivaram esta conversa: os que aproveitam vantagens competitivas e produtos não deslocalizáveis. Entre eles, os serviços turísticos.



    Produzir bens pode ser uma visão do passado, mas alguém tem de os produzir, e ainda bem que a produção não esta toda sediada em países de terceiro mundo.


    Sim, alguém tem que produzir. Mas não tem que ser aqui (pode ser, claro, mas não tem que..).
  6.  # 388

    Colocado por: luisvvNão à custa desses, mas de outros, como aqueles que motivaram esta conversa: os que aproveitam vantagens competitivas e produtos não deslocalizáveis. Entre eles, os serviços turísticos.
    Sim e quando a moda passar? Quando o médio oriente voltar a estabilizar? Acha que conseguimos manter este fluxo de turistas durante muitos anos? eu não tenho nada certeza disso.
    Uma economia que dependa de prestação de serviços a turistas está-se a colocar em demasiado risco, até eu sei disso e não sou economista. O que não invalida que aproveitemos enquanto dá, agora deveria haver um plano B e sinceramente não há. O destino que vai ser dado à bazuca europeia diz isso mesmo.
  7.  # 389

    Colocado por: luisvvAs empresas americanas deslocalizaram muita da sua produção, são aliás conhecidas por isso.
    Mesmo assim continuam a ter níveis de produção altíssimos sobretudo bens de consumo, alimentares, ferro, aço, etc, etc
  8.  # 390

    Colocado por: HAL_9000
    Sim e quando a moda passar? Quando o médio oriente voltar a estabilizar? Acha que conseguimos manter este fluxo de turistas durante muitos anos? eu não tenho nada certeza disso.


    Se há algo certo é que durante déccadas o M.O. esteve em ebulição e assim continuará durante muito tempo.
    Mas independentemente disso, Portugal cá estará, a tentar cativar turistas. Todos os anos, por todo o mundo milhões de pessoas saem da pobreza, o que a prazo aumenta a bolsa de potenciais turistas.
    Claro que haverá dificuldades e desafios, mas isso é válido para tudo.
    A conversa centrou-se nisto, mas não quer dizer que o turismo deva ser a mono-indústria, decidida algures.



    Uma economia que dependa de prestação de serviços a turistas está-se a colocar em demasiado risco, até eu sei disso e não sou economista. O que não invalida que aproveitemos enquanto dá, agora deveria haver um plano B e sinceramente não há. O destino que vai ser dado à bazuca europeia diz isso mesmo.
  9.  # 391

    Colocado por: HAL_9000Simplesmente não sei até que ponto essas vantagens se sobrepõem as desvantagens. E para isso era preciso caracterizar a comunidade estrangeira com casas em Portugal como bem disse. Contudo, sendo os nossos salários miseráveis comparados com ingleses, suecos, dinamarqueses, holandeses, etc, etc parece-me claro que a alavancagem de preços diretamente ligada à aquisição de imóveis por estrangeiros, nos é prejudicial.


    Pois, eu também não sei. Ao ler o que escreve fico com a sensação que metade dos novos proprietários são estrangeiros.
    Mas mesmo que fossem, não me parece que isso nos seja prejudicial.

    Se vem um tipo de fora e compra um barraco por X, paga as reparações ao empreiteiro por Y, em impostos disso tudo ficam mais Z. O que eu vejo é que entraram X+Y+Z na economia nacional. Se você precisa de casa, se calhar encontra esse empreiteiro com uma grua melhor e menos um empregado "ao negro", ainda recebe um subsidio qualquer do Estado abonado, e ainda vai à inauguração do bar que o seu cunhado abriu com o dinheiro ao vender o barraco ao tal estrangeiro.

    Poderá dizer que agora os empreiteiros habituaram-se a um mínimo a cobrar, mal habituados pelas possibilidades dos estrangeiros.
    Pois, o que eu vejo, é precisamente a oportunidade para que surjam novas construtoras que suprimam as necessidades de mão de obra, que essa concorrência faça baixar os preços de um modo saudável e sustentável, e que no fundo, haja espaço para todos.

    Outro exemplo. Muitas empresas estrangeiras trouxeram boas práticas e melhores salários, forçando as nacionais a replicar nos casos em que faltavam profissionais. Pois só há um modo de captar profissionais em falta, pagando melhor, respeitando os tempos de descanso, sendo humanos no fundo.

    Não poderemos almejar ter um salário Francês por exemplo, pagando uma casa pelo preço que pagamos cá.
    O factor principal para o substancial aumento do preços das casas é, a meu ver, os juros baixíssimos que existem.
    Levando à falsa ilusão, que qualquer um constrói o que quer, como quer e onde quer.

    Sobre o Turismo, a parte boa de estarmos atrasados em tudo, é que temos a oportunidade de aprender ou analisar o que aconteceu noutros locais similares e como nos precaver da melhor maneira. Barcelona é um exemplo. Como era antes dos Jogos Olimpicos 92, como explodiu com o turismo, e que problemas isso trouxe à gente local. Mas pergunte a qualquer um dos que vivem agora na periferia se queriam ter a cidade que tinham antes ou naquilo que se tornou. Porque uma cidade não é só habitação, criam-se empregos, serviços, empresas, websummits desta vida, pela vitalidade que se vê na cidade. Não é o mesmo que comparar com o Turismo que faz no Caribe...

    A capacidade de atrair pessoas também leva a que mais gente queira viver em Lisboa, Porto, Braga, etc... enquanto o interior vai perdendo "clientes". O mesmo para os estrangeiros, eu se viesse do Brasil para cá morar, certamente Miranda do Douro não seria a minha primeira opção que digamos.
  10.  # 392

    Colocado por: N Miguel OliveiraPois, eu também não sei. Ao ler o que escreve fico com a sensação que metade dos novos proprietários são estrangeiros
    Não disse isso, na verdade não tenho números, sei que em 2019 compraram 9% dos imoveis transacionados, a nível global não tenho ideia. Contudo deu-me alguma tristeza quando me mudei para Lisboa há 3 anos, e nos primeiros meses, também eu "turista" nesta cidade, sempre que pretendia ir ver algo típico, era abordado inicialmente em inglês. Não tenho nada contra, gosto de ver que até recebemos bem, mas dá-me tristeza perceber que até a nossa língua se vá descaracterizando aos poucos. Por outro lado a cidade está bonita, não há como nega-lo.



    Colocado por: N Miguel OliveiraPoderá dizer que agora os empreiteiros habituaram-se a um mínimo a cobrar, mal habituados pelas possibilidades dos estrangeiros.
    Pois, o que eu vejo, é precisamente a oportunidade para que surjam novas construtoras que suprimam as necessidades de mão de obra, que essa concorrência faça baixar os preços de um modo saudável e sustentável, e que no fundo, haja espaço para todos.
    Isto é treta e até você sabe, pelo menos para uma parte dos empreiteiros. Tenho grande parte da família ligada à construção civil, e não digo que os ordenados não tenham aumentado algo, mas muito longe da proporção que aumentou a construção, muito, muito longe.....e continua-se a dar o ordenado uma parte por transferência e outra parte num envelope com notas. Quanto ao lucro dos empreiteiros, não sei se é exagerado agora ou se era deficitário antes. Manter uma empresa envolve risco e acho legítimo querer ganhar dinheiro. Enquanto DO, custou-me e custa-me um bocado o valor m2 que me pedem, quando comparo com os valores praticados 1 ano antes, 2 anos antes, em casas com as mesmas características. Mas pronto, quem aceitou o valor fui eu.



    Colocado por: N Miguel OliveiraOutro exemplo. Muitas empresas estrangeiras trouxeram boas práticas e melhores salários, forçando as nacionais a replicar nos casos em que faltavam profissionais. Pois só há um modo de captar profissionais em falta, pagando melhor, respeitando os tempos de descanso, sendo humanos no fundo.
    Concordo, nunca referi nada contra esse tipo de investimento estrangeiro, e acho que deve ser incentivado. Mas olhe que conheço muita gente a trabalhar em empresas alemãs e pelo menos as que trabalham 24h não têm grande sentido de humanidade para com os trabalhadores. Contudo pagam mais que a média, é verdade. Vamos ver se as Portuguesas começam pelo menos a pagar igual.



    Colocado por: N Miguel OliveiraNão poderemos almejar ter um salário Francês por exemplo, pagando uma casa pelo preço que pagamos cá.
    Pois o problema é que já temos casas ao preço francês com ordenado português. Isto eu sei, ninguém me contou. Um tio meu comprou no ano passado um T3 numa zona turística de França pelo mesmo preço que estavam a pedir por um T3 em Coimbra: 165000 eur. Só que ele é carpinteiro e ganha 3000 limpos, a mulher faz limpezas e tira pouco menos. Uma pessoa em Coimbra para ganhar esse valor tem que ser médico ou prof universitário em topo de carreira. Só nesta parte é que reside o problema. O valor das casas estão inflacionadas em Portugal para o nosso nivel salarial.

    E sim, os juros ajudam a isso. Juntam-se vendedores deslumbrados e compradores que tomam decisões com base em emoções. O turismo só contribui para o problema, não ele que o cria.


    Colocado por: N Miguel OliveiraSobre o Turismo, a parte boa de estarmos atrasados em tudo, é que temos a oportunidade de aprender ou analisar o que aconteceu noutros locais similares e como nos precaver da melhor maneira. Barcelona é um exemplo. Como era antes dos Jogos Olimpicos 92, como explodiu com o turismo, e que problemas isso trouxe à gente local.
    Por acaso a realidade de Barcelona conheço mais ou menos, porque morei lá durante dois anos. Apesar de ter uma pressão turística enorme, continua a ter imensos bairros típicos, ainda que mais afastados do centro. Mas sim, o centro é para turista ver, a qualquer bar, tasca, café que vá, não vê uma coisa típica, vê algo feito para turistas.

    Não vou esgrimir mais argumentos, pois se é a vontade do povo, venham os turistas. Continuo a achar que a partir de determinado limite é mais prejudicial que benéfico, mas é uma opinião mais baseada em convicções do que em dados técnicos, por isso vale o que vale.
    Concordam com este comentário: eu, Bricoleiro
    Estas pessoas agradeceram este comentário: ricardo.rodrigues
  11.  # 393

    Colocado por: HAL_9000Um tio meu comprou no ano passado um T3 numa zona turística de França


    Não deve ser uma grande zona para ser vendido a esse preço !
  12.  # 394

    Colocado por: aarr2021

    Não deve ser uma grande zona para ser vendido a esse preço !
    Biarritz.
  13.  # 395

    Colocado por: HAL_9000Biarritz.


    Continuo a duvidar ou não fica mesmo lá ou esta a cair de velho veja os preços naquela zona e quanto mais perto do mar maior o preço , existem studios de 15m2 a 200 mil , por isso algo me esta a escapar.
  14.  # 396

    Colocado por: aarr2021Continuo a duvidar ou não fica mesmo lá ou esta a cair de velho veja os preços naquela zona e quanto mais perto do mar maior o preço , existem studios de 15m2 a 200 mil , por isso algo me esta a escapar.
    Eu não conheço a zona, sei que é em Biarritz ou na cidade ao lado (Anglet?). Sei que o preço foi esse, não está a cair de Podre é um prédio dos anos 90, não estava renovado antes da compra e não é junto ao mar.
  15.  # 397

    Por esse valor também compra uma vivenda no Algarve - claro que não será em Vilamoura ou Qta do Lago.
  16.  # 398

    Colocado por: CarvaiPor esse valor também compra uma vivenda no Algarve
    E considerando o salário médio Português continuaria a ter de fazer um maior esfoço do que com um salário médio francês. Com isto não estou a dizer que as coisas lá é que estão bem, pois têm taxas elevadíssimas de desemprego jovem e estudantes universitários na sopa dos pobres.
    Mas não deixa de ser um facto incontornável que o esforço despendido é muito menor para adquirir aquele apartamento lá do que cá.
    • Dan
    • 25 fevereiro 2021

     # 399

    O T3 em Coimbra por 165.000 € não deve ser novo nem localizado num sítio nobre da cidade. Apartamentos com 17 anos, boas áreas e acabamentos em locais médios-altos em termos de procura custam aproximadamente uns 60-70 mil euros mais (e pedir, que não é o mesmo que valer, pedem 80-90 mil euros mais). Novos ou em fase de construção num sítio nobre ficam acima de 400.000.
  17.  # 400

    Colocado por: DanO T3 em Coimbra por 165.000 € não deve ser novo nem localizado num sítio nobre da cidade.
    Estava a falar numa realidade de classe média baixa, para manter o padrão de comparação ao mesmo nível. Portanto algo afastado do centro de Biaritz vs afastado da zona nobre de Coimbra. Bem sei que as zonas nobres de Coimbra excluem atualmente quem não tem um bom poder de compra, aliás falaram aí atrás do preço dos novos apartamentos junto ao rio (em prédios cuja estrutura esteve a amadurecer uns 20 anos :).
 
0.0795 seg. NEW