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  1.  # 201

    Colocado por: N Miguel OliveiraIsto tudo para dizer que primeiro aposta-se no que há e no que resulta,
    Com duas notícias vou tentar resumir o resultado na aposta no que há e no que resulta:

    - https://www.jn.pt/economia/tres-em-cada-quatro-trabalhadores-ganham-menos-de-mil-euros-15134780.html
    - https://www.cmjornal.pt/economia/detalhe/salario-acima-da-media-so-em-lisboa-e-setubal

    O turismo, a agricultura até são atividades rentáveis, que dão muito dinheiro ao país, mas ao final do dia, não permitem a quem faz esses trabalhos ascender socialmente, ter o mínimo de qualidade de vida (com umas férias, um carrito, poder gastar algo em cultura, essas coisas). É uam perpetuação da pobreza.

    Obviamente que Portugal deve promover e apoiar o turismo, mas se não cria condições na economia para reter o talento que forma, então não terá grande futuro.

    Assim de repente não me lembro de nenhum país cuja economia esteja assente em turismo em que eu gostasse de viver efectivamente (não estou a dizer que não haja, mas não me recordo de nenhum).
    Concordam com este comentário: Bztracens
  2.  # 202

    Colocado por: HAL_9000
    O turismo, a agricultura até são atividades rentáveis, que dão muito dinheiro ao país, mas ao final do dia, não permitem a quem faz esses trabalhos ascender socialmente, ter o mínimo de qualidade de vida (com umas férias, um carrito, poder gastar algo em cultura, essas coisas). É uam perpetuação da pobreza.



    É como em qualquer sector.
    Oferta e procura.
    Mas para comer e beber, tem sempre clientes.
    É uma questão de mentalidade. Não me parece que os trabalhadores do Mónaco, St Tropez, ou qualquer de estância de sky suíça esteja a morrer de fome.
    Concordam com este comentário: Bztracens
  3.  # 203

    Colocado por: HAL_9000Assim de repente não me lembro de nenhum país cuja economia esteja assente em turismo em que eu gostasse de viver efectivamente (não estou a dizer que não haja, mas não me recordo de nenhum).


    Só tem um modo de saber.
    Eu também não escolhi o sítio onde nasci, nem imaginava que gostasse de viver em nenhum dos lugares que experimentei e adorei. Agora, não olhei para o que tinham de mau.

    O turismo tem uma coisa boa, é mais democrática, não concentra a riqueza em Lisboa, permite fixar pessoas nas terras de origem, e evitar a "imigração" interna que tanto molesta a capital... e tem outra coisa. É um sector que mexe com muitos outros.
  4.  # 204

    Isto porque afinal, nem as empresas locais, de produto especializado se aguentam por muito tempo...

    https://ominho.pt/tecnologica-de-braga-comprada-por-empresa-francesa/
  5.  # 205

    Colocado por: Carvai
    Esta cassete já enjoa, Se o turismo representa cerca de 10% do PIB, os outros 90% é só dar palha a burros?
    https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/turismo---lazer/detalhe/turismo-pesa-8-do-pib


    Pronto e agora? O que é facto é que continua a ser uma das áreas onde há maior aposta por parte do estado. Tem assim tanto futuro? Contribui assim tanto para o desenvolvimento do país? Acho que a questão é essa
  6.  # 206

    Colocado por: N Miguel OliveiraIsto porque afinal, nem as empresas locais, de produto especializado se aguentam por muito tempo...
    Certo, mas pelo que percebi o grupo Primavera vai continuar por cá a dar emprego e pode até expandir numa área em que o teletrabalho é uma possibilidade.

    Mas também ja sabemos quando uma empresa começa ser um bom negócio não faltam interessados em adquiri-las. Nós até uma empresa responsável pela prestação de um serviço público como a eletricidade vendemos aos chineses, nada me admira já.

    Mas se formos a ver as grandes explorações agrícolas, hotéis, restaurantes e AL a operar no nosso país, não sei que percentagem é que estará controlada por estrangeiros também, mas imagino que seja significativa. Isso é o fardo de sermos um país pobre. Tomara eu que algum grupo estrangeiro quisesse adquiri a minha empresa tb, era bom sinal.
  7.  # 207

    Colocado por: BztracensO que é facto é que continua a ser uma das áreas onde há maior aposta por parte do estado.

    Não é um facto, é uma treta. No turismo o Estado só saca impostos.
    Provavelmente o único sector produtivo onde o Estado paga mais subsídios do que saca em impostos deve ser na agricultura.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  8.  # 208

  9.  # 209

    Colocado por: HAL_9000Certo, mas pelo que percebi o grupo Primavera vai continuar por cá a dar emprego e pode até expandir numa área em que o teletrabalho é uma possibilidade.

    Mas também ja sabemos quando uma empresa começa ser um bom negócio não faltam interessados em adquiri-las. Nós até uma empresa responsável pela prestação de um serviço público como a eletricidade vendemos aos chineses, nada me admira já.

    Mas se formos a ver as grandes explorações agrícolas, hotéis, restaurantes e AL a operar no nosso país, não sei que percentagem é que estará controlada por estrangeiros também, mas imagino que seja significativa. Isso é o fardo de sermos um país pobre. Tomara eu que algum grupo estrangeiro quisesse adquiri a minha empresa tb, era bom sinal.



    Correcto, mas percebe o meu ponto?
    De que não pode usar os mesmos argumentos a favor e contra em simultâneo?

    Do mesmo que a empresa francesa mantêm os postos de trabalho, o mesmo se passa com o turismo ou qualquer outro sector, mesmo que o "dono do hotel" seja estrangeiro, é preferível tê-lo que não tê-lo.

    Se o Turismo resulta, não tem porque ter vergonha disso, ou achar que não é especializado ou um produto diferenciado. Tanto o é, como tem aumentado significativamente. Se aumenta o Turismo, não pode simplesmente achar que "oh, mas o lucro vai para o dono inglês, alemão, etc." porque existindo uma atividade em franco desenvolvimento, você dá trabalho ao carpinteiro que monta os passadiços, ao jardineiro que planta a árvore que o carpinteiro cortou, ao stand de aluguer de automóveis, o mecânico que dá apoio ao stand, aos Arquitectos, Engenheiros, Decoradores, os trolhas, os vendedores de lâmpadas, etc... que montam os restaurantes, os bares, os cafés, os parques temáticos, os hotéis, os museus, aos varredores de rua, aos IT que desenvolvem a APP para não sei o quê, à agência bancária que é preciso abrir, à casa de câmbio, ao casino, ao posto médico que dá apoio à comunidade e turistas, ao tribunal, à escola, etc etc... Não pode achar que é um sector isolado, apesar de perceber perfeitamente o seu argumento (não meter os ovos todos na mesma cesta), um país que depende dum único sector torna-se arriscado, é um facto. Mas não é preciso ter medo disso ou simplesmente estar quieto, há que saber geri-lo de modo sustentado.

    Se há sector que pode ser considerado como um produto diferenciado é o Turismo, na minha opinião.

    Quanto ao: "ora, e se daqui a 10 anos não há turismo? Se vem um tsunami, como é?"
    Não podem pensar assim. Senão não fazemos coisa alguma.

    Há 10-12 anos, a Madeira levou um safanão com uma tempestade, tiveram que ir a Marrocos buscar areia e tudo. Acabou? Não, tanto é que é provavelmente um dos melhores destinos insulares atualmente, reconhecida ano após ano.
    Cancún ainda há pouco levou um também, as praias ficaram sem areia com uma tempestade qualquer. Espectáculo, tanto hotel e zero praias. Cada X tempo tem graves problemas com o sargaço mas lá resolve. Acabou? Não.
    A costa americana do pacífico está numa zona sísmica considerável, falha de San Andrés e afins, alguma vez isso fez com que não se construíssem arranha céus em San Francisco, LA, San Diego, Seattle, Vancover e fins? Não.
    Japão, a mesma coisa. Veja Tóquio. Nem com Fukushima se assustaram.
    A Cidade do México está num terreno pantanoso (era um lago), tem dois vulcões na cidade, um deles de vez em quando lá dá um suspiro, tem pequenos terramotos todos os dias literalmente, a cada X anos leva uma sacudida valente, o centro cheio de arranha-céus e cada vez tem mais. Isso fez com que ficassem quietos? Santiago do Chile, Lima?

    Se nos aparece um problema resolve-se caramba. Agora em Portugal o melhor é estar quieto. Pode cair um meteorito um dia destes...

    Quanto aos baixos salários no sector, pois repare-se o que fazem outros países. Em que por exemplo há um costume generalizado de dar gorjeta como modo de avaliação do serviço dum funcionário por exemplo. Onde, apesar de tudo, se procura que exista uma motivação em qualquer trabalhador, ou nas empresas que atribuem um salário com uma componente de "se a empresa fatura mais X% este mês", o teu ordenado também aumenta X%.

    Em Portugal, há baixos salários, muito por culpa da inércia que criamos também. Quando vemos que compensa mais ficar em casa com a pensão/subsídio que sair para trabalhar, para ganhar apenas mais 20 ou 30%. Ou quando sabemos que tendo aumento de X, a subida no escalão de IRS com jeito ainda nos deixa com menos dinheiro no bolso. Por muito que me expliquem ainda não entendi a lógica da progressão da taxa de IRS. Se alguém ganha mais, já paga mais. Não precisa que a % suba também.
    Concordam com este comentário: Carvai
    Estas pessoas agradeceram este comentário: smart
  10.  # 210

    Colocado por: HAL_9000Tomara eu que algum grupo estrangeiro quisesse adquiri a minha empresa tb, era bom sinal.


    Já pensou que um dos factores que tenha levado a empresa francesa a comprar a Primavera de Braga possa ter sido os baixos salários dos seus trabalhadores por exemplo? Fica aqui a reflexão.
  11.  # 211

    "E bom porque e bom e faz bem" , mas nao se diz o porque em concreto e no que se materializa na vida real .
  12.  # 212

    Colocado por: Reduto25"E bom porque e bom e faz bem" , mas nao se diz o porque em concreto e no que se materializa na vida real .


    O quê? Na sua vida real não sei, nem tampouco me interessa. Na minha zona, na minha família, no meu mercado local, nas estantes do supermercado onde vou, já vejo as diferenças. E nos livros de história também.

    Não houvesse imigrantes, nem comia, nem bebia ao preço que como e bebo. As obras passavam de lentas a paradas, e pelo o meio o Estado já me teria subido mais uns impostos para manter esta cambada toda que vive às custas dele.
  13.  # 213

    Como o Carvai disse esses sectores somente representam 11% do PIB . O resto nao sente nada de beneficio só prejuízo.

    Construia mais barato e comia mais baratos antes de Portugal estar na moda .
  14.  # 214

    Colocado por: Reduto25Construia mais barato e comia mais baratos antes de Portugal estar na moda .


    Pois já eu só via prédios devolutos (apesar de se reconstruir barato) e falta de alternativas para comer (apesar de mais barato).
  15.  # 215

    Colocado por: Reduto25esses sectores somente representam 11% do PIB


    Tal como disse, de pouco adianta se vê o sector isoladamente ou os rendimentos directos.
    Seja esse ou outro qualquer, quando um sector se desenvolve ou encolhe, arrasta outros sectores consigo, seja para o bem, seja para o mal.
  16.  # 216

    Exemplo:
    https://eco.sapo.pt/2022/03/28/dono-do-melia-converte-hotel-de-16-milhoes-no-centro-de-braga/

    Segundo o que percebo, para o Reduto25, é muito melhor deixar o mamarracho que temos mesmo no centro da cidade (Avenida Central) em ruína, com risco de derrocada, de modo a parar a especulação dos preços, do que reconvertê-lo, investir nele 16 milhões (diluídos por empreiteiros, fornecedores, técnicos, impostos, serviços indiretos), criar uns quantos postos de trabalho, dar mais uma área verde à população, dotar a cidade de mais espaços de alojamento, permitindo que mais gente venha e meta dinheiro a circular na economia local, nas lojinhas, nos restaurantes, nos serviços locais...

    Era muito melhor estar quieto realmente :)
  17.  # 217

    Ninguém em momento algum disse que era melhor estar quieto. Disse e reafirmo que centrar a política económica do país na promoção do turismo, e não empregar pelo menos o mesmo esforço a tentar reter o talento que formamos é um erro de todo o tamanho, se pensarmos no futuro do país e na qualidade de vida dos que cá vivem o ano todo.

    Eu sei que o turismo faz mexer muitos sectores da economia é isso é óptimo. Mas o que fazemos aquelas pessoas que o país gastou dezenas de milhares de euros a formar?
    Como aumentamos a nossa produtividade se a nossa mão de obra mais criativa, mais qualificada continua a sair do país para trabalhar em outras bandas assim que tem dinheiro para o bilhete de avião?

    O rendimento "per capita" dos portugueses já foi o 15 dentre 15 países, depois passou a 15 de 27. Agora já é o 21 de 27 e está quase quase a ser ultrapassado pela Roménia. Supostamente isto é porque a nossa mão de obra é pouco qualificada. A sua solução é continuar a apostar no mesmo e esperar resultados diferentes, é isso? Havia um cientista ligeiramente conhecido que tinha uma frase engraçada sobre isso.
  18.  # 218

    Colocado por: HAL_9000Supostamente isto é porque a nossa mão de obra é pouco qualificada. A sua solução é continuar a apostar no mesmo e esperar resultados diferentes, é isso? Havia um cientista ligeiramente conhecido que tinha uma frase engraçada sobre isso.


    O "supostamente" é que está errado.
    Nós não tínhamos mão de obra qualificada, e em muitos sectores continuámos a não tê-la.
    O erro foi "formar" a torto e a direito, sem ver o que fazia falta. E achar que muita profissão não precisa de formação (até você aqui disse que um repositor de supermercado ou servente não requer tal coisa). Já há vinte anos um professor me dizia: "um varredor de ruas com o 12º ano varre diferente que um com só a primária" e eu concordo. A formação faz falta e há que continuar a apostar nela. Mas tendo noção do que somos como país, do que temos para oferecer e em que podemos sobressair, seja pelo jeito, localização ou clima. Formar só por formar já viu no que tem dado. Aí concordo com o Einstein.

    Quando as médias para alguns cursos ronda os 10, 11 valores, ou quando saem fornadas de "doutores" sem lugar, algo não está bem também, não é só culpar o mercado.
    Se havia coisa que admirava no sistema de ensino suíço por exemplo, é que ao 6º ano já tens "que te pôr fino", pois o teu percurso e alcance académico começa logo ali, nas classificações que consegues. Em Portugal muitos chegam ao final do 12º sem ter a menor ideia do que querem fazer. Diria que facilmente uns 50% dos meus colegas de faculdade estavam melhor a fazer outra coisa qualquer que a estudar Arquitetura, poderiam ser muito mais úteis noutras profissões, eventualmente mais técnicas, e mais felizes também.
    Concordam com este comentário: AMVP
  19.  # 219

    Acho ainda que outro erro, foi passar a mensagem que "se sou formado" tenho necessariamente que receber mais.
    Noutras paragens, pareceu-me que as pessoas entendem mais o "ora, eu estudo, porque prefiro uma profissão que me canse mais a cabeça e não tanto o resto do corpo" ou "se estudar posso trabalhar à sombra, e sentadinho"... onde não existe propriamente uma frustração pelo "Sr. que me veio limpar a chaminé ganhar mais que eu que sou doutor"... Via isso com quem "monta andaimes" por exemplo, que o risco que a sua profissão acarreta traduz-se num salário proporcional. Em Portugal, o homem com jeito ainda era visto como "carne para canhão", se cair, arranja-se outro.
    Concordam com este comentário: AMVP
  20.  # 220

    Tanto o é, que o único sítio onde alguma vez alguém me perguntou pelo diploma foi em Portugal.
    Nos outros o pessoal pareceu mais interessado em saber como resolvo determinada coisa e não tanto perceber que título ou formação tenho.
 
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