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    • AMG1
    • 18 dezembro 2022

     # 661

    Ok.
    Ja
    Colocado por: fernando32

    Há pessoas a pagar 50 ou 100 euros de renda em Lisboa. Isso também contribuiu para a degradação dos edifícios que agora estão a ser restaurados.
    Com a morte dessas pessoas, as casas serão arrendadas por um valor 30 ou 40 vezes maior. Quem está disposto a esperar 10 ou 20 anos, pode encontrar estas pechinchas à venda. Mas como temos um governo socialista, nada garante que o proprietário seja obrigado a passar o contrato para os filhos a um preço "acessível".


    Portanto em seu entender essas pessoas que pagam 50€ e 100€ de renda (conhece alguma?) Dado que muitas delas devem pertencer pelo menos à tal classe media-baixa sempre podiam pagar mais.

    Agora nao pagam e muito provavelmente, nem sequer os seus descendentes vao pagar mais, mesmo que ganhem os tais 5k, certo?

    Isto tudo por causa do governo socialista, presumo!

    Claro que o facto do congelamento das rendas ter começado com o Salazar e ate hoje ninguém as ter liberalizado por completo, tambem deve ser obra deste governo, tanto mais que com uma classe media-baixa a ganhar 5k bem podiam pagar os preços de mercado.

    Depois e já que estamos, no arrendamento, talvez nao saiba, mas desde ha vários anos que a rendas podem sofrer actualizações, limitadas é certo, mas hoje já será dificil encontrar em Lisboa rendas de 50 ou 100€, salvo nos casos em que os senhorios, quantas vezes por caridade, optaram por nao fazer a as actualizações a que tinham direito. Depois a transmissão do arrendamento, sem actualização da renda, já esta limitada a situações muito especificas, ou seja os filhos desses idosos pobres nao herdam esse privilégio de forma automática, ao contrario do que parece supor.

    Bom, mas é verdade que tudo pode mudar, se até o Salazar congelou as rendas urbanas, sabe-se lá o que pode fazer um governo socialista...
  1.  # 662

    Colocado por: AMG1Bom, mas é verdade que tudo pode mudar, se até o Salazar congelou as rendas urbanas, sabe-se lá o que pode fazer um governo socialista...

    Proteger os caloteiros que nunca podem ser despejados...
    Concordam com este comentário: HAL_9000, ferreiraj125
    • AMG1
    • 18 dezembro 2022

     # 663


    Proteger os caloteiros que nunca podem ser despejados...
    Concordam com este comentário:HAL_9000


    A ideia era ser irónico, mas ja percebi que não tenho jeito para isso.

    Mas conhece alguma alteração recente à lei ou alguma intenção de a alterar por este governo?
  2.  # 664

    Colocado por: fernando32A classe média baixa situa-se num agregado que aufere menos de 5000 euros brutos mensais


    Eita homem o que você veio dizer. Então nao sabe que 2700 euros brutos mensais já é salário de rico?
  3.  # 665

    2700 brutos não é salário de rico, mas é mais que 80% dos portugueses recebem.

    Só aqui pelo fórum é que praticamente todos recebem acima disso.
    Concordam com este comentário: HAL_9000
  4.  # 666

    Colocado por: DuarteM
    Eita homem o que você veio dizer. Então nao sabe que 2700 euros brutos mensais já é salário de rico?

    Realmente o que você foi dizer...
    Toda a gente sabe que ganha isso tem um vidaço, então em Lisboa vive à patrão!

    Pela amostra que aqui se vê, ficamos com a ideia de que a maioria dos foristas tem um rendimento do agregado abaixo dos 5000 brutos por mês, o que, ainda que seja uma amostra pequena, não deixa de ser preocupante. Até porque, um agregado em quem que ambos ganhem 2500€ mensais com dois filhos (~1600€/liquidos/mês, cada um), se tiverem um crédito de 200.000 indexado à euribor, a prestação deverá rondar os 700€ mensais, ou seja, já acima dos 20% do rendimento disponível. Se somarmos escola/creche para os dois filhos (facilmente 400€ cada um e não será por opção mas na maioria dos casos por falta dela), que tenham um crédito automóvel (mais uma vez 400€ não será despropositado), sobram 1300€, de onde tem que sair alimentação, vestuário, combustível, electricidade/gás/água, seguros, condomínio, IMI, etc. Tendo a concordar que será de facto classe média baixa sim, não porque seja uma fatia considerável da população mas porque a nossa pirâmide social é mesmo constituída essencialmente por pobres, que pouco mais ganham para os gastos essenciais do dia a dia. E repare-se que que nestas despesas não considerei gastos que muitos poderão considerar supérflos ou luxos como empregada doméstica (1x/semana) ou férias. Não são propriamente famílas que não tenham o que comer na mesa, mas daí a achar-se que têm vidas confortáveis vai uma grande diferença. Já não falando que terão margem de poupança que lhes permita estar preparados em caso de adversidade (desemprego ou doença dos sugeitos activos, por exemplo).
    • AMVP
    • 19 dezembro 2022

     # 667

    Colocado por: tigoncal
    Realmente o que você foi dizer...
    Toda a gente sabe que ganha isso tem um vidaço, então em Lisboa vive à patrão!

    Pela amostra que aqui se vê, ficamos com a ideia de que a maioria dos foristas tem um rendimento do agregado abaixo dos 5000 brutos por mês, o que, ainda que seja uma amostra pequena, não deixa de ser preocupante. Até porque, um agregado em quem que ambos ganhem 2500€ mensais com dois filhos (~1600€/liquidos/mês, cada um), se tiverem um crédito de 200.000 indexado à euribor, a prestação deverá rondar os 700€ mensais, ou seja, já acima dos 20% do rendimento disponível. Se somarmos escola/creche para os dois filhos (facilmente 400€ cada um e não será por opção mas na maioria dos casos por falta dela), que tenham um crédito automóvel (mais uma vez 400€ não será despropositado), sobram 1300€, de onde tem que sair alimentação, vestuário, combustível, electricidade/gás/água, seguros, condomínio, IMI, etc. Tendo a concordar que será de facto classe média baixa sim, não porque seja uma fatia considerável da população mas porque a nossa pirâmide social é mesmo constituída essencialmente por pobres, que pouco mais ganham para os gastos essenciais do dia a dia. E repare-se que que nestas despesas não considerei gastos que muitos poderão considerar supérflos ou luxos como empregada doméstica (1x/semana) ou férias. Não são propriamente famílas que não tenham o que comer na mesa, mas daí a achar-se que têm vidas confortáveis vai uma grande diferença. Já não falando que terão margem de poupança que lhes permita estar preparados em caso de adversidade (desemprego ou doença dos sugeitos activos, por exemplo).

    E será que essa é a família típica? É que pelo que vou vendo das estatísticas, cada vez temos mais famílias de uma só pessoa, monoparentais, resultantes de mais do que um casamento e acumulando prestações de alimentos, etc, etc. Pelo que se calhar é melhor começar-se a pensar em outros exemplos.
    Digo eu...
  5.  # 668

    Colocado por: AMVP
    E será que essa é a família típica? É que pelo que vou vendo das estatísticas, cada vez temos mais famílias de uma só pessoa, monoparentais, resultantes de mais do que um casamento e acumulando prestações de alimentos, etc, etc. Pelo que se calhar é melhor começar-se a pensar em outros exemplos.
    Digo eu...

    Não sei se serão a família tipo, mas é um exemplo relativamente optimisado pelo menos dos custos de habitação. No caso das famílias monoparentais, as situação financeira só piora em relação ao exemplo (pelo menos dos casos que conheço).
  6.  # 669

    Colocado por: AMVPE será que essa é a família típica? É que pelo que vou vendo das estatísticas, cada vez temos mais famílias de uma só pessoa, monoparentais, resultantes de mais do que um casamento e acumulando prestações de alimentos, etc, etc.
    ´Existe isso, e existe o facto que a grande maioria dos agregados familiares não declara rendimentos que atinjam os 5000 euros/brutos/mês.
    Em 2020, num total de 5479417 agregados apenas 321 937 tinham rendimentos superiores a 50.000 euros ano, ou sejam apenas 5.87% dos agregados tem um rendimento de 5000 eur/mes. E nesses 5.87 ainda estão aqueles agregados com rendimentos entre 50.000 e 70.000 que não atingem também os 5000 eur/mês

    https://www.pordata.pt/portugal/agregados+familiares+por+escaloes+de+rendimento+irs+modelo+1++2-79-5119

    Esse salário, não sendo de ricos, está de facto ao alcance apenas de uma fração pequena da população.
    Daí a conversa recorrente que o custo de vida em Portugal está cada vez mais desfasado do nosso nível de rendimentos. Custo de vida a aproximar-se da média europeia, salários nem por isso.

    Não é de admirar que as famílias se endividem para os investimentos mais avultados que têm de fazer (casa, carro, etc). Tb é verdade que em muitos casos, poderiam pensar melhor nos "investimentos" que fazem, mas adiante.

    No caso das famílias que fala, monoparentais, não imagino mesmo como equilibram o orçamento.
    Concordam com este comentário: dmatos
  7.  # 670

    Oh, outro pissing contest. Excelente!

    Colocado por: HAL_9000Esse salário, não sendo de ricos, está de facto ao alcance apenas de uma fração pequena da população.
    Daí a conversa recorrente que o custo de vida em Portugal está cada vez mais desfasado do nosso nível de rendimentos. Custo de vida a aproximar-se da média europeia, salários nem por isso.

    Isto.
    Uma coisa é o que cada um acha que é "ser rico", especialmente quando comparado com outras economias.
    Outra coisa é a curva de rendimentos em Portugal.
    Agregados com mais de 100k/ano (por ex.: ambos terem um ordenado de 3500€) corresponde a menos de 1% da população.
    São ricos? Cada um terá a sua opinião, mas não deixam de ganhar mais do que 99% da população.

    Se com rendimentos acima de 99% da população não dá para viver desafogado, apenas prova o desequilíbrio entre rendimentos e custo de vida.

    Por fim, acho curioso a malta falar em "ser rico" com base em salários.
    Concordam com este comentário: desofiapedro, dmatos, AMG1
  8.  # 671

    Colocado por: pguilhermePor fim, acho curioso a malta falar em "ser rico" com base em salários.

    Neste país não se enriquece com o salário, porque o estado fica com metade dos ordenados altos. Por isso alguém da classe baixa nunca chega a ser rico apenas com o ordenado, por muito dinheiro que ganhe.
    Concordam com este comentário: gil.alves, desofiapedro
  9.  # 672

    Colocado por: Pickaxe
    Neste país não se enriquece com o salário, porque o estado fica com metade dos ordenados altos. Por isso alguém da classe baixa nunca chega a ser rico apenas com o ordenado, por muito dinheiro que ganhe.
    Concordam com este comentário:gil.alves
    e mesmo como empresa só com “malabarismo fiscal”…se não vai na mesma metade para o estado sem adequada contrapartida… :/
    • AMVP
    • 19 dezembro 2022

     # 673

    Colocado por: pguilhermePor fim, acho curioso a malta falar em "ser rico" com base em salários.

    Penso que se fala de rendimentos.
    • AMVP
    • 19 dezembro 2022

     # 674

    Colocado por: tigoncal
    Não sei se serão a família tipo, mas é um exemplo relativamente optimisado pelo menos dos custos de habitação. No caso das famílias monoparentais, as situação financeira só piora em relação ao exemplo (pelo menos dos casos que conheço).

    Claro que pior, como aquelas que acumulam filhos de outras relações.
    Apenas comentei o exemplo pq é o típico, mesmo nas TV o exemplo é sempre solteiro sem filhos ou casais com um ou dois filhos, e tenho sérias dúvidas que essa já seja a família típica em Portugal. Isto pelo que vou vendo das estatisticas sobre a matéria.
  10.  # 675

    Mas lá está, falta aqui uma bela maquia dos rendimentos que o António Costa não mete os olhos em cima. Quantas pessoas não ouvimos falar que incorrem no crime de fuga ao fisco ao arrendar apartamentos ou quartos mas nao declaram nada porque sao "esperto" e o estado só quer roubar. E existem também pessoas que de forma completamente legal têm a própria empresa e imputam custos pessoais na empresa (carros, combustíveis, restaurantes, férias, etc...) mas que não aparece como rendimento.
    Concordam com este comentário: AMG1
  11.  # 676

    Colocado por: AMVP
    Claro que pior, como aquelas que acumulam filhos de outras relações.
    Apenas comentei o exemplo pq é o típico, mesmo nas TV o exemplo é sempre solteiro sem filhos ou casais com um ou dois filhos, e tenho sérias dúvidas que essa já seja a família típica em Portugal. Isto pelo que vou vendo das estatisticas sobre a matéria.

    Pelos menos os dados do Pordata de 2021 dizem que as famílias com filhos ainda continuam não são de facto a maioria representem a moda*. Agora qual exatamente a composição (se com filhos de relacionamentos anteriores se não) não sei dizer. Pelo menos na minha rede de amigos e conhecidos, as famílas de casados com filhos (1 ou 2 filhos) representam a larga maioria.

    EDIT: correção da interpretaçao dos dados do Pordata. As famílias com filhos não são a maioria das famílias.
    • Squire
    • 19 dezembro 2022 editado

     # 677

    Colocado por: tigoncal
    Realmente o que você foi dizer...
    Toda a gente sabe que ganha isso tem um vidaço, então em Lisboa vive à patrão!

    Pela amostra que aqui se vê, ficamos com a ideia de que a maioria dos foristas tem um rendimento do agregado abaixo dos 5000 brutos por mês, o que, ainda que seja uma amostra pequena, não deixa de ser preocupante. Até porque, um agregado em quem que ambos ganhem 2500€ mensais com dois filhos (~1600€/liquidos/mês, cada um), se tiverem um crédito de 200.000 indexado à euribor, a prestação deverá rondar os 700€ mensais, ou seja, já acima dos 20% do rendimento disponível. Se somarmos escola/creche para os dois filhos (facilmente 400€ cada um e não será por opção mas na maioria dos casos por falta dela), que tenham um crédito automóvel (mais uma vez 400€ não será despropositado), sobram 1300€, de onde tem que sair alimentação, vestuário, combustível, electricidade/gás/água, seguros, condomínio, IMI, etc. Tendo a concordar que será de facto classe média baixa sim, não porque seja uma fatia considerável da população mas porque a nossa pirâmide social é mesmo constituída essencialmente por pobres, que pouco mais ganham para os gastos essenciais do dia a dia. E repare-se que que nestas despesas não considerei gastos que muitos poderão considerar supérflos ou luxos como empregada doméstica (1x/semana) ou férias. Não são propriamente famílas que não tenham o que comer na mesa, mas daí a achar-se que têm vidas confortáveis vai uma grande diferença. Já não falando que terão margem de poupança que lhes permita estar preparados em caso de adversidade (desemprego ou doença dos sugeitos activos, por exemplo).


    É sempre difícil qualificar uma determinada classe. No entanto, se tivermos em consideração o significado de média, seria de uma certa forma fácil fazermos uma classificação de classe média. O salário médio bruto em Portugal é de 20.000 Euros/ano, sensivelmente. Pelo que se estamos a falar de agregados familiares, então um agregado que aufere 40.000 Euros/ano é claramente classe média. Nem alta, nem baixa. É média.
    O mais difícil é perceber os limiares acima e abaixo. A partir de quanto é classe média alta? 50.000 Euros? E classe média baixa? 30.000 Euros?

    No entanto, devem ser tidos em conta outros critérios.
    Na minha opinião, uma família da classe média-baixa consegue não se privar de obter produtos de qualidade (sem ser de luxo), mas não consegue obter grandes poupanças anuais.
    Por outro lado, um membro por exemplo da classe baixa não tem dinheiro para obter produtos de boa qualidade (recorre somente a marcas brancas) e raramente consegue poupar.
    Um membro da classe média-alta procura produtos de boa qualidade e consegue ainda assim obter poupanças significativas.
    Um membro da classe-alta procura produtos de boa qualidade e luxo e obtém grandes poupanças.

    São estas as minhas classificações. Agora traduzindo para números, uma família que pague 700 Euros de casa e 400 Euros num carro está muito perto do limiar de 35% do orçamento familiar. Está no limite. Tendo em consideração a creche dos miúdos, pouco sobrará ao final de um ano.
    Portanto sim, diria que é classe média-baixa porque se trata de uma família que tenta obter produtos de qualidade, mas não consegue obter poupanças significativas. Podemos sempre argumentar "compre um carro ou uma casa com menos qualidade". No entanto, tal significa uma degradação da qualidade de vida à luz da perspetiva da família, pelo que não é isto que está em discussão. Se consegue pagar, não poupando grande coisa, tal é decisão legitima da família.

    E é verdade o que diz relativamente à pirâmide social. Grande parte da população portuguesa ganha mal. Quando o salário médio mensal em portugal é de sensivelmente 1.000 Euros, tal não quer dizer que a maior parte da população portuguesa receba este valor. O melhor indicador é a mediana. E neste aspeto, o valor da mediana situa-se perto de 690 Euros/mês. É esta a realidade portuguesa. A maior parte dos portugueses ganha uma miséria, quer em termos de salário, quer em termos de reforma. E embora uma salário de 1.600 Euros seja 4 vezes mais que o que grande parte dos portugueses ganha e quase o dobro do salário médio, o custo de vida é de tal maneira tão elevado, que não permite níveis de poupança elevados.
    É possível ter uma vida de qualidade com 1.600 euros líquidos? É sim. Mas nunca se conseguirá ter poupanças significativas.
    Só com uma salário de 2.000 Euros líquidos para cima (4.000 Euros por agregado) se consegue ter uma vida de qualidade e simultaneamente ter poupanças. A tal classe média-alta.
    Concordam com este comentário: tigoncal
  12.  # 678

    Salário médio em Portugal não chega aos 22 mil euros por ano:

    https://eco.sapo.pt/2022/12/19/salario-medio-em-portugal-nao-chega-aos-22-mil-euros-por-ano/

    E voltando ao tópico:


    Euribor a 12 meses supera os 3% pela primeira vez em 14 anos

    https://eco.sapo.pt/2022/12/19/euribor-a-12-meses-supera-os-3-pela-primeira-vez-em-14-anos/
    • AMVP
    • 19 dezembro 2022

     # 679

    Colocado por: tigoncalEDIT: correção da interpretaçao dos dados do Pordata. As famílias com filhos não são a maioria das famílias.

    Parece-me que são a maioria, segundo a Pordata.
  13.  # 680

    Colocado por: Squire

    É sempre difícil qualificar uma determinada classe. No entanto, se tivermos em consideração o significado de média, seria de uma certa forma fácil fazermos uma classificação de classe média. O salário médio bruto em Portugal é de 20.000 Euros/ano, sensivelmente. Pelo que se estamos a falar de agregados familiares, então um agregado que aufere 40.000 Euros/ano é claramente classe média. Nem alta, nem baixa. É média.
    O mais difícil é perceber os limiares acima e abaixo. A partir de quanto é classe média alta? 50.000 Euros? E classe média baixa? 30.000 Euros?

    No entanto, devem ser tidos em conta outros critérios.
    Na minha opinião, uma família da classe média-baixaconsegue não se privar de obter produtos de qualidade (sem ser de luxo), mas não consegue obter grandes poupanças anuais.
    Por outro lado, um membro por exemplo daclasse baixanão tem dinheiro para obter produtos de boa qualidade (recorre somente a marcas brancas) e raramente consegue poupar.
    Um membro daclasse média-altaprocura produtos de boa qualidade e consegue ainda assim obter poupanças significativas.
    Um membro daclasse-altaprocura produtos de boa qualidade e luxo e obtém grandes poupanças.

    São estas as minhas classificações. Agora traduzindo para números, uma família que pague 700 Euros de casa e 400 Euros num carro está muito perto do limiar de 35% do orçamento familiar. Está no limite. Tendo em consideração a creche dos miúdos, pouco sobrará ao final de um ano.
    Portanto sim, diria que é classe média-baixa porque se trata de uma família que tenta obter produtos de qualidade, mas não consegue obter poupanças significativas. Podemos sempre argumentar"compre um carro ou uma casa com menos qualidade". No entanto, tal significa uma degradação da qualidade de vida à luz da perspetiva da família, pelo que não é isto que está em discussão. Se consegue pagar, não poupando grande coisa, tal é decisão legitima da família.

    E é verdade o que diz relativamente à pirâmide social. Grande parte da população portuguesa ganha mal. Quando o salário médio mensal em portugal é de sensivelmente 1.000 Euros, tal não quer dizer que a maior parte da população portuguesa receba este valor. O melhor indicador é a mediana. E neste aspeto, o valor da mediana situa-se perto de 690 Euros/mês. É esta a realidade portuguesa. A maior parte dos portugueses ganha uma miséria, quer em termos de salário, quer em termos de reforma. E embora uma salário de 1.600 Euros seja 4 vezes mais que o que grande parte dos portugueses ganha e quase o dobro do salário médio, o custo de vida é de tal maneira tão elevado, que não permite níveis de poupança elevados.
    É possível ter uma vida de qualidade com 1.600 euros líquidos? É sim. Mas nunca se conseguirá ter poupanças significativas.
    Só com uma salário de 2.000 Euros líquidos para cima (4.000 Euros por agregado) se consegue ter uma vida de qualidade e simultaneamente ter poupanças. A talclasse média-alta.
    Concordam com este comentário:tigoncal

    Concordo a 100% na sua definição e, relendo o meu comentário, vejo que induzi em erro ao dizer que esta família tipo tem margem de poupança. O que eu quis dizer era exatamente o contrário, não tem grande margem de poupança, entrando na classe que considero ser de classe média-baixa (pela sua definição, com a qual concordo).
 
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