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  1.  # 701

    Colocado por: pguilhermePoupar o suficiente para começar a investir seria a minha escolha, mas felizmente nem todos gostamos de amarelo


    Isso em Portugal é muito raro acho eu. A primeira poupança vai para comprar ou erguer o barraco. E só depois vem o investimento de modo a ser melhor remunerado ou ter rendimento por outras vias (negócio, rendas, etc).

    Não é que isso seja propriamente mau. Afinal a renda é um valor consideravel num orçamento familiar. Acho que o problema reside no excessivo valor que as pessoas atribuem à sua habitação, pois veem-nas como extensões delas próprias.

    Por outras paragens sinto que as pessoas constroem metade daquilo que até conseguiriam ter como habitação, carro, etc... canalizando poupanças ou outros recursos noutras coisas, seja lazer, seja formação, seja investimento, criação de empresas, etc.

    Um estrangeiro qualquer que venha a Portugal e veja as casas novas que se constroem, ficará na dúvida se afinal Portugal é tão pobre assim...

    É apenas a minha percepção, não fundamentada por nenhuma estatistica, pelo que admito que possa estar completamente errado.


    Colocado por: RDMagora também não exager quando diz até o Euribor atingir os 5%, todos sabemos que isso não vai acontecer, pois seria o fim.

    Exacto.
    O "fim" apocaliptico se os juros chegarem a 5% é o quê mesmo? Não sei como era há 20 anos então quando as taxas eram maiores... OK, as casas eram mais baratas, mas se os rendimentos não subiram, porque se pediu tanto nestes ultimos anos?
    E para aqueles que não pediram crédito por exempo (há quem tenha poupado muito com um esforço brutal, há quem tenha emigrado, etc etc), isso afecta-os de algum modo significativo? As coisas são como são. Há que começar a ser mais seletivo nas coisas que se compram, a começar pela construção, áreas, espaços perdidos, tipologia, espaços de serviços, etc... e isso é válido também em tempo de vacas gordas.
  2.  # 702

    Se 5k brutos mês se enquadra na classe média, coitado de mim, devo estar ali naquela categoria da classe miserável quase a descer para sem abrigo...

    Agora mais a sério, a coisa está-se a pôr ainda mais negra.

    Neste momento estou numa casa emprestada (vulgo andar de moradia) depois de ter vendido o meu apartamento. Nem tenho despesas de renda, a única coisa que estou a pagar é a luz e a água que gasto. Tive a sorte de a avó da minha mulher nos querer por cá, pois segundo ela até se sente mais acompanhada e mais segura, parece que não mas as 83 primaveras já pesam.

    Tenho também um menino que quando ambos vamos trabalhar fica ao cargo da minha mãe, logo aí é quase também uma renda que se poupa em colegio ou creche.

    Basicamente tudo o que eu e a minha mulher ganhamos (que não é muito, algo ali perto do salário minimo cada um, fora subsidio de alimentação), tirando as despesas normais de luz, água, internet, alimentação e combustivel, é lucro. Temos essa sorte, há quem não a tenha e imagino que se torne mais dificil o dia a dia.

    Há que se ser inteligente e saber onde poder cortar os gastos supérfluos. Se calhar o carro novo que se anda a namorar tenha que ficar para outra altura... ou então as férias nas Maldivas. Quiça também adiar o casamento mais 1 ou 2 anos.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira, ricardo.rodrigues
  3.  # 703

    Colocado por: pguilhermeCertamente que consegue arranjar uma casa onde pague 100€ menos de prestação, um carro que custe menos 100€ por mês (ou até não trocar de carro imediatamente), almoçar fora menos uma vez, etc, etc.

    Como diz, e muito bem, há que ajustar a vida face às capacidades. Escolher gastar tudo para manter o mesmo estilo de vida de quem ganha mais é uma opção, mas não é a única.
    Certo, apenas acho que a partir de determinado nível de rendimentos (para baixo) já não há muito por onde ajustar. Depende sempre do local onde se mora e das prioridades que se estabelecem.

    Falava-se dos 1600 líquidos no exemplo comentado, e aí talvez dê para poupar algo sacrificando qualidade de vida. De qualquer modo eu acho que 400 líquidos por mês fariam muita diferença, afinal de contas era um incremento de cerca de 25% do rendimento disponível. Poderia ser a diferença entre conseguir ou não fazer poupança.
  4.  # 704

    Colocado por: pguilhermePoupar o suficiente para começar a investir seria a minha escolha, mas felizmente nem todos gostamos de amarelo :)
    Se esse investimento englobar riscos elevados, não acho que alguém que consiga poupar 20-25% do ordenado tenha essa predisposição.

    Geralmente quem tem capacidade para investir(na verdadeira ascensão do termo) é quem tem rendimentos para viver desafogado. Tinha vários colegas que "investiam" em bitcoin, outros criptoactivos, NFTs, e sei lá mais o quê, mas ainda viviam em casa dos pais e eram valores reduzidos. A não ser que fale desses investimentos.
    • AMVP
    • 19 dezembro 2022

     # 705

    Colocado por: xaninhowAgora mais a sério, a coisa está-se a pôr ainda mais negra.

    Claro, estamos numa guerra, sim eu sei que nós não temos os corpos no combate mas a nossa economia está nela, é isso que estou a dizer.
    Concordam com este comentário: eu
  5.  # 706

    Colocado por: PedroNunes24Neste caso a casa é tanto nossa quanto uma casa arrendada (neste caso ao banco), só que quem se encarrega de pagar os seguros, impostos e manutenção, somos nós. Zero de risco para o banco, todo o prejuízo para o cliente, que só fica com a casa quando morrer (nunca vai ser sua) e só a passa para os descendentes se conseguirem pagar o que falta.
    Acho que não consegue prolongar além dos 40 anos. DE qualquer modo, interpreto de maneira diferente. Quando chegar à reforma, o valor em dívida, será menor, e no caso do imóvel ter valorizado (via inflação), pode vender e mudar para uma casa mais pequena, liquidar o que falta e aproveitar o resto para um complemento à reforma. Pode arrendar uma parte da casa, se a a arquitetura o permitir. Coisa que não poderia fazer numa casa arrendada.

    Acho que não é bem a mesma coisa que pagar uma renda, e apesar de tudo penso que no mercado atual ainda compensará pagar a prestação face ao favor da renda.

    De qualquer forma entendo o seu ponto de vista. E o que origina isto tudo mais uma vez é vivermos num país com rendimentos miseráveis para o custo de vida subjacente.
  6.  # 707

    Colocado por: SquireNão é debatível. Não é uma terceira pessoa que vai dizer o que tem ou não valor. É a própria pessoa que decide. Por isso não é debatível sequer.
    E eu nem sequer mencionei marcas premium. Não é preciso ser premium para ter qualidade. Até vou mais longe. Para mim, Premium está mais perto de “luxo” do que mera “qualidade”.

    Ora bolas. Squire é que disse:

    Podemos sempre argumentar "compre um carro ou uma casa com menos qualidade". No entanto, tal significa uma degradação da qualidade de vida à luz da perspetiva da família,

    Ao qual refurei ao dizer que reduzir ligeiramente os custos na casa, carro, etc, não significa necessariamente uma degradação da qualidade, como Squire afirmou. E como diz - e muito bem - até pode poupar IMENSO em casa item, pois a própria pessoa é que decide o valor que atribui a esses itens ;)

    Colocado por: SquireConsegue arranjar uma casa com menos 100 € até ao ponto em que não está disposto a fazer o trade off. O que o leva a concluir que “certamente se consegue arranjar”?

    O mercado imobiliário tem alguma diversidade. Basta apenas reduzir ligeiramente o tecto orçamental. Estes valores não fazem a diferença entre um palácio e um pardieiro.
    Se quiser fazer uma escolha emocional e gastar 100% do orçamento, tudo bem, mas não diga que é impossível. Cada um sabe de si, eu não

    Colocado por: SquireÉ o pguilherme que decide o que cada coisa vale para cada família?

    Está um pouco confuso. Squire é que afirma que por 100€ não estão dispostos a fazer o trade off, e tudo mais.
    Eu apenas digo que é uma possibilidade. Isto é, digo que é possível poupar um pouco em várias rubricas, para poupar 400€/mês e, assim, chegar ao mesmo patamar de poupança que o sujeito com 2k€ de ordenado (não pode é ter os mesmos gastos).
    E isto não tem que ser eterno... depende de onde quiser investir essas poupanças, que torna esta conversa moot.

    Colocado por: SquireA classificação que eu dei parte do pressuposto que são as famílias que decidem o que tem ou não valor para elas. E isto é um pressuposto dogmático, quase lapalice. Porque sou eu que decido o que tem valor para mim.

    A pluralidade do que descreveu é uma classificação da vida de outras pessoas, não da sua.
    "Não se privar de obter produtos de qualidade"? "Recorre somente a marcas brancas"? "Procura produtos de boa qualidade"?

    Colocado por: SquireO que é criticável, e talvez seja este ponto que o pguilherme esteja a querer frisar (e o qual concordo), são as famílias que tentam viver com qualidade, vivendo num garrote, mas que na verdade estão constantemente a queixar-se porque vivem num stress constante, quando a responsabilidade da situação é delas. Mas não é isso que está em discussão.

    Isso será certamente uma consequência, ironicamente, até do que descreveu antes, de não estar disposto a fazer o trade off por uma casa ligeiramente mais barata, um carro menos chique, etc.

    Apenas refutei em concreto estas duas frases:
    É possível ter uma vida de qualidade com 1.600 euros líquidos? É sim. Mas nunca se conseguirá ter poupanças significativas.
    Só com uma salário de 2.000 Euros líquidos para cima (4.000 Euros por agregado) se consegue ter uma vida de qualidade e simultaneamente ter poupanças.


    O que digo é: é possível alguém poupar tanto ou mais com 1600€ de ordenado do que outro com 2000€. Depende do que gastam! Este é que é o ponto importante!
    Dizer que não é possível pois não está disposto a controlar/reduzir os gastos é intelectualmente desonesto.
  7.  # 708

    Colocado por: N Miguel Oliveiraporque se pediu tanto nestes ultimos anos?
    Porque as casas eram mais caras. Lembre-se que não compensava aforrar então toda a gente começou a investir em imobiliário alavancando os preços. por outro lado o BCE estimulava as pessoas a pedir dinheiro via juros 0%.

    Os próprios estados aumentaram brutalmente as suas dívidas em valor nominal, estava à espera que as pessoas fizessem diferente?

    Quem não pediu tanto para comprar em 2016 (por exemplo), será que em 2023 vai comprar por menos?
    Foi a melhor decisão económica? E as rendas que pagou entretanto?

    As pessoas tiveram a resposta que os agentes económicos estimularam. Agora fazem o contrário, e as pessoas mais uma vez vão responder retraindo o consumo, e pedindo menos para as casas.
    No meio disto tudo o dinheiro muda de mãos, e duvido que quem fosse remediado em 2008 agora seja mais rico. Mas algumas pessoas são. Não são é as que eram remediadas.
  8.  # 709

    Colocado por: N Miguel OliveiraIsso em Portugal é muito raro acho eu. A primeira poupança vai para comprar ou erguer o barraco. E só depois vem o investimento de modo a ser melhor remunerado ou ter rendimento por outras vias (negócio, rendas, etc).

    Não é que isso seja propriamente mau. Afinal a renda é um valor consideravel num orçamento familiar. Acho que o problema reside no excessivo valor que as pessoas atribuem à sua habitação, pois veem-nas como extensões delas próprias.

    Completamente de acordo.
    Começar com um CH para comprar casa parece-me, de forma geral, bem jogado.
    Mas é como diz, atribuímos um valor excessivo à habitação e isso resulta em decisões mais emocionais do que lógicas e pragmáticas.


    Colocado por: N Miguel OliveiraPor outras paragens sinto que as pessoas constroem metade daquilo que até conseguiriam ter como habitação, carro, etc... canalizando poupanças ou outros recursos noutras coisas, seja lazer, seja formação, seja investimento, criação de empresas, etc.

    Exactamente onde queria chegar. Sem essa fachada para mostrar ao mundo o casarão e o carrão, como ficaria o nosso ego?

    Colocado por: xaninhowTive a sorte de a avó da minha mulher nos querer por cá, pois segundo ela até se sente mais acompanhada e mais segura, parece que não mas as 83 primaveras já pesam.

    Tenho também um menino que quando ambos vamos trabalhar fica ao cargo da minha mãe, logo aí é quase também uma renda que se poupa em colegio ou creche.

    Parabéns. E dê valor ao que tem. O dinheiro não é tudo.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  9.  # 710

    Colocado por: HAL_9000Certo, apenas acho que a partir de determinado nível de rendimentos (para baixo) já não há muito por onde ajustar. Depende sempre do local onde se mora e das prioridades que se estabelecem.

    Falava-se dos 1600 líquidos no exemplo comentado, e aí talvez dê para poupar algo sacrificando qualidade de vida. De qualquer modo eu acho que 400 líquidos por mês fariam muita diferença, afinal de contas era um incremento de cerca de 25% do rendimento disponível. Poderia ser a diferença entre conseguir ou não fazer poupança.

    Epá, evidentemente.
    Poupar 400€ num ordenado de 1600€ é diferente de poupar 400€ num ordenado de 800€ ou menos.
    Há casos que não há nada para ajustar, pois já não há custos supérfluos.

    Apenas me referi ao caso dos 1600€ vs 2000€.
    Neste caso, se tem 700€/mês para gastar em mensalidade (como sugeriram atrás), porque não apontar para 600€? Porquê ter um carro de 400€/mês (como sugeriram) quando pode ter um de 300€, para não dizer comprar a pronto um carro usado mais velhote? Em vez de ir ao restaurante X, vai ao Y que é um pouco mais barato. E vai menos vezes.

    Se uma pessoa não está disposta a fazer o *mínimo* de sacrifício para poder investir e ganhar mais, tudo bem, é o normal.
    Mas não vale dizer que é impossível. Longe disso! Até me parece bem fácil, no exemplo em questão.

    Colocado por: HAL_9000Se esse investimento englobar riscos elevados, não acho que alguém que consiga poupar 20-25% do ordenado tenha essa predisposição.

    Geralmente quem tem capacidade para investir(na verdadeira ascensão do termo) é quem tem rendimentos para viver desafogado. Tinha vários colegas que "investiam" em bitcoin, outros criptoactivos, NFTs, e sei lá mais o quê, mas ainda viviam em casa dos pais e eram valores reduzidos. A não ser que fale desses investimentos.

    Totalmente em desacordo.
    Não têm que ser investimentos de extremo risco (mas tudo tem um risco, é importante referir) nem é preciso ter uma fortuna para começar a investir. Isso é um engano!

    E não estou a falar em crypto nem day trading, que na minha ignorância me parece ser mais gambling do que propriamente investimento. É como tudo, é preciso as pessoas realmente quererem e estarem motivadas. Depois é investigarem, determinarem o seu perfil como investidor e face ao capital disponível, avaliar riscos, estudar bem os casos possíveis, etc.
    É garantido? Claro que não, nada na vida é (excepto a morte e os impostos, claro).

    Se fosse trivial ter esta mentalidade, disciplina, esforço, caminho linear e garantia de rendimento, eramos todos ricos.
  10.  # 711

    Conforme as coisas estão, cá em casa vamos colocar uma parte muito considerável do nosso € em Certificados de aforro.
    Não é o melhor investimento mas é dos mais seguros.

    Vamos deixar mais algum para investir em outras coisas...

    De forma que neste momento serei um adepto da manutenção da Euribor alta ;)
  11.  # 712

    Colocado por: HAL_9000Porque as casas eram mais caras. Lembre-se que não compensava aforrar então toda a gente começou a investir em imobiliário alavancando os preços. por outro lado o BCE estimulava as pessoas a pedir dinheiro via juros 0%.

    Os próprios estados aumentaram brutalmente as suas dívidas em valor nominal, estava à espera que as pessoas fizessem diferente?


    Se calhar sou eu... mas se hoje X carro custa 10, e amanhã eles custam 20 tendo eu a mesma remuneração, se calhar começo a pensar que terei que descer à qualidade em vez de ir comprar o que me apetecia, ou a andar a pé. Concordo plenamente que o BCE e a subida dos preços ajudaram à festa, mas a responsabilidade do montante que pediram é sobretudo das pessoas que o pediram... pelo que além de vitimas são também causadores da situação. Ainda queria ver quantos daqui procuram construir a casita dos 100, 120m2, como faz qualquer outro agregado no estrangeiro... ou quem começa a investir noutras coisas, num negócio, antes de pensar em meter as fichas todas no barraco primeiro...
    • AMVP
    • 19 dezembro 2022

     # 713

  12.  # 714

    Colocado por: pguilhermeCompletamente de acordo.
    Começar com um CH para comprar casa parece-me, de forma geral, bem jogado.
    Mas é como diz, atribuímos um valor excessivo à habitação e isso resulta em decisões mais emocionais do que lógicas e pragmáticas.


    Precisamente. O CH serve para eliminar um gasto fixo de valor significativo, a renda.
    Agora, a percepção que tenho é que as pessoas ultrapassam e de que maneira essa necessidade básica, mas a culpa recai sobre o banco regra geral. Ou seja, nem pelo facto de termos tido anos e anos de taxas negativas, a malta se preveniu minimamente. Agora sobem as taxas... a meu ver, apenas se estabiliza a ordem natural das coisas.
    • Squire
    • 19 dezembro 2022 editado

     # 715

    Colocado por: pguilherme
    Ao qual refurei ao dizer que reduzir ligeiramente os custos na casa, carro, etc, não significa necessariamente uma degradação da qualidade, como Squire afirmou. E como diz - e muito bem - até pode poupar IMENSO em casa item, pois a própria pessoa é que decide o valor que atribui a esses itens ;)


    São as famílias que decidem o que tem ou não valor para elas. Logo isto não é debatível como o pguilherme fez crer quando disse “Que uma casa mais pequena ou um carro de uma marca/modelo não premium, traga um decréscimo de qualidade às famílias, é altamente debatível.” Não é debatível no sentido em que não é possível argumentar, como terceira pessoa, se existe decréscimo de qualidade ou não. Se concorda comigo, então não está a refutar nada, porque o que eu disse foi que podemos sempre tentar julgar uma família pelas suas decisões, no entanto, é irrelevante dado que é a família que decide.

    Colocado por: pguilherme
    O mercado imobiliário tem alguma diversidade. Basta apenas reduzir ligeiramente o tecto orçamental. Estes valores não fazem a diferença entre um palácio e um pardieiro.
    Se quiser fazer uma escolha emocional e gastar 100% do orçamento, tudo bem, mas não diga que é impossível. Cada um sabe de si, eu não


    Para si não faz. Mas para outras pessoas faz. O que é diverso para si, pode não ser para outros. Para uma família, pode não haver no mercado uma casa, com menos 100 Euros que implique não sacrificar uma característica muito importante seja ela qual for. O que interessa é o que a família quer conscientemente.
    Se acredita que há. É a sua opinião, segundo os seus valores. Vale o que vale e que pode não ser a opinião dos outros que é o que tenho dito.
    E eu não disse que era impossível de uma forma geral. Nem o uso desse termo faz sentido nesta discussão.


    Colocado por: pguilherme
    Está um pouco confuso. Squire é que afirma que por 100€ não estão dispostos a fazer o trade off, e tudo mais.
    Eu apenas digo que é uma possibilidade. Isto é, digo que é possível poupar um pouco em várias rubricas, para poupar 400€/mês e, assim, chegar ao mesmo patamar de poupança que o sujeito com 2k€ de ordenado (não pode é ter os mesmos gastos).
    E isto não tem que ser eterno... depende de onde quiser investir essas poupanças, que torna esta conversa moot.



    O que é confusa é a sua linha de argumentação. Primeiro tenta refutar algo que afinal de contas concorda, mas diz que a perceção de valor é debatível. Ou o pguilherme está a dizer uma verdadeira banalidade, ou então está a dizer um disparate. As duas coisas simultaneamente não pode ser. Portanto, presumi que estivesse a dizer um disparate (caso contrário porque haveria de fazer um quote daquela frase?) porque não se debate valores individuais.

    É uma possibilidade? Claro que é. Mas pode haver pessoas que não querem fazer esse trade off. Continuo sem perceber onde está o ponto onde discordamos.


    Colocado por: pguilherme
    A pluralidade do que descreveu é uma classificação da vida de outras pessoas, não da sua.
    "Não se privar de obter produtos de qualidade"? "Recorre somente a marcas brancas"? "Procura produtos de boa qualidade"?


    Não, não é. Eu não identifiquei quais os produtos de qualidade. Esse julgamento é feito por cada família. As marcas brancas (que foi um exemplo e posso aí ter-me atravessado um pouco mais) têm, por norma, menos qualidade que os produtos de “marca”. E não é uma opinião minha. É um facto. Podem é as famílias não valorizar esse facto ao ponto de pagarem a diferença.
    Na vida procuramos qualidade no que nos rodeia (ter que chegar ao ponto de dizer isto para me clarificar, é um pouco absurdo). Faz parte do ser humano. Portanto, é seguro fazer essa extrapolação para as outras pessoas. Digo eu… talvez o pguilherme conheça alguém que queira estar rodeado de mediocridade. Eu não conheço.


    Colocado por: pguilherme
    Isso será certamente uma consequência, ironicamente, até do que descreveu antes, de não estar disposto a fazer o trade off por uma casa ligeiramente mais barata, um carro menos chique, etc.


    Há uma grande diferença. É que uma coisa é não querer fazer o trade off porque não se quer abdicar de uma característica importante e que valoriza, assumindo conscientemente essa decisão. E quando digo conscientemente digo “não se queixando” se não consegue poupar, por exemplo. Aceita de uma forma tranquila esse facto.
    Outra coisa, é tomar decisões que acarretam risco e no final do dia estar constantemente a queixar-se porque vive constantemente aflito e stressado. São formas de estar diferentes. O que o Pguilherme quis frisar são este tipo de pessoas. Mas a minha análise não foi feita com base neste tipo de pessoas. Foi feita com base na premissa que as pessoas se responsabilizam pelos seus atos.



    Colocado por: pguilherme
    O que digo é: é possível alguém poupar tanto ou mais com 1600€ de ordenado do que outro com 2000€. Depende do que gastam! Este é que é o ponto importante!
    Dizer que não é possível pois não está disposto a controlar/reduzir os gastos é intelectualmente desonesto.



    O pguilherme não compreende que o valor de 1.600 Euros teve como base um exemplo dado pelo tiagoncal? E o exemplo dele teve como base determinados gastos. 700 Euros de casa, 400 Euros para o carro, etc. Agora pode argumentar: “Mas comprava uma casa mais pequena”. E eu digo-lhe que isso podia implicar o sacrifício de características importantes e essa família não estaria assim disposta a fazer o trade off. Se damos um exemplo de uma família que gasta 700 Euros numa casa partimos sempre do pressuposto que foi a melhor decisão tomada. Não assumir isto, é um pouco absurdo, principalmente quando se trata de exemplos. Foi por isso que fiz a salvaguarda de não discutir os valores de cada família.
    Se não assume que o pressuposto foi a melhor decisão tomada, então o que pguilherme está a tentar mostrar é uma verdadeira lapalissada. Que quando se reduz os gastos se aumenta o valor disponível. Olhe, parabéns!
  13.  # 716

    Colocado por: N Miguel OliveiraAinda queria ver quantos daqui procuram construir a casita dos 100, 120m2, como faz qualquer outro agregado no estrangeiro... ou quem começa a investir noutras coisas, num negócio, antes de pensar em meter as fichas todas no barraco primeiro...
    E você a dar-lhe com o barraco. As pessoas teem de ter um pouso para morar, ou constroem, ou compram ou arrendam. Em qualquer dos casos pagam preços de mercado.

    Contudo concordo, que as pessoas podiam construir mais pequeno ( eu inclui-me nas pessoas que falo), e que o facto de oferecerem mais que o vizinhos agradam o problema, mas aí é o mercado a regular-se, certo?

    Há alternativas, como diz, mas para mim não é claro qual é a melhor opção logo a partida.Dependera dos projetos pessoais e familiares de cada um.
  14.  # 717

    Colocado por: N Miguel OliveiraAgora, a percepção que tenho é que as pessoas ultrapassam e de que maneira essa necessidade básica, mas a culpa recai sobre o banco regra geral.

    Tb acho.
    Mas não creio que a culpa seja do banco. Como qualquer entidade, o banco defende os seus próprios interesses e isso implica fazer negócio e ter um grau de confiança que a malta conseguirá suportar a responsabilidade.

    A partir daqui, cada um sabe de si.
    É como nos contratos com os empreiteiros... quando o preço de referência baixa, o DO é que tem que zelar pelos seus interesses e mexer-se para rever os preços, não é o empreiteiro que o fará.
    Aqui, o proponente tem que ter a sua estratégia financeira, não é o banco que o vai fazer por ele.

    Mesmo contra indicação, a malta dá a volta com créditos pessoais para colmatar os 10% de entrada, etc...
  15.  # 718

    Colocado por: SquireNão é debatível no sentido em que não é possível argumentar, como terceira pessoa, se existe decréscimo de qualidade ou não.

    Debatível pelos próprios, na primeira pessoa.
    Squire é que afirmou que reduzir um pouco os custos na casa, significaria obrigatoriamente numa degradação da qualidade. Não concordo.

    Colocado por: SquirePara uma família, pode não haver no mercado uma casa, com menos 100 Euros

    Não é "menos 100€", mas sim "uma casa cujo CH não ultrapasse os 600€/mês".
    Que agora será uma casa a rondar os 190k. Para uma mensalidade de 700€/mês, nas mesmas condições, dá para uma casa de 220k€.
    1) Está a dizer que não existem casas à venda até 190k€?
    2) Acha que, em circunstâncias semelhantes, haverá uma diferença assim tão significativa entre uma casa de 190k e uma de 220k?

    Colocado por: SquireNa vida procuramos qualidade no que nos rodeia (ter que chegar ao ponto de dizer isto para me clarificar, é um pouco absurdo). Faz parte do ser humano.

    É curioso mencionar isso, pois parece nitidamente uma reprovação do "teste do marshmellow". Aquele que defronta a gratificação imediata com uma maior recompensa no futuro.
    Por um lado tem o "consumir produtos de marca" e "ter uma casa com aquela característica" e por outro temos aqueles que temporariamente sacrificam isso para poderem investir, na expectativa de conseguir uma recompensa maior no futuro.

    Colocado por: SquireSe damos um exemplo de uma família que gasta 700 Euros numa casa partimos sempre do pressuposto que foi a melhor decisão tomada

    A sério? Aceitar cegamente como verdade absoluta? Não me parece.
    É precisamente para trocar ideias que escrevemos aqui, ou não?

    Esclarecido isso, independentemente de quem iniciou o exemplo, Squire é que escreveu:

    É possível ter uma vida de qualidade com 1.600 euros líquidos? É sim. Mas nunca se conseguirá ter poupanças significativas.
    Só com uma salário de 2.000 Euros líquidos para cima (4.000 Euros por agregado) se consegue ter uma vida de qualidade e simultaneamente ter poupanças.

    Afirmações que continuo a achar falsas e absurdas. Dei inclusive um exemplo de como esbater a diferença sem sacrificar a qualidade: ao comprar uma casa ligeiramente mais barata, um carro ligeiramente mais barato, etc.
    Se na sua opinião existe obrigatoriamente um sacrifício de qualidade nestes casos, é a sua opinião que aceito mas não partilho.

    Terminando, aquilo que é óbvio mas que parece ter-lhe escapado nas suas afirmações: não é só o rendimento, mas o controlo de custos são fundamentais para a poupança. Senão nunca teria afirmado taxativamente que as poupanças apenas eram possíveis com 2000€, e impossíveis com 1600€.
  16.  # 719

    Colocado por: HAL_9000E você a dar-lhe com o barraco. As pessoas teem de ter um pouso para morar, ou constroem, ou compram ou arrendam. Em qualquer dos casos pagam preços de mercado.

    Contudo concordo, que as pessoas podiam construir mais pequeno ( eu inclui-me nas pessoas que falo), e que o facto de oferecerem mais que o vizinhos agradam o problema, mas aí é o mercado a regular-se, certo?



    Já que gosta de estatisticas, diga-me lá quantos constroem e depois vendem? É que se não vende de pouco lhe adianta a ladaínha do mercado. Ou vai-me dizer que você não construiu mais pequeno por causa do vizinho?

    O que cansa não é falar do tamanho barraco. Até deveria era começar por aí... e perceber porque os outros noutros países, muitas vezes com estatuta maior, conseguem viver com menos. E por vezes com mais filhos até. Ou esses não precisam de sitio para morar? Já sei que desconsidera o tamanho como uma das causas... mas pronto. Vamos é culpar os outros pelas azelhices que fazemos, que isso não cansa.
  17.  # 720

    Colocado por: pguilhermeMas não creio que a culpa seja do banco. Como qualquer entidade, o banco defende os seus próprios interesses e isso implica fazer negócio e ter um grau de confiança que a malta conseguirá suportar a responsabilidade.


    Precisamente. A malta deu um passo maior que as pernas. Por muito que custe aceitar, é esse o maior problema. O banco oferece o que o mercado pede.
    Concordam com este comentário: pguilherme
 
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